quarta-feira, 17 de julho de 2013

Brasil ganhou a Copa do Mundo

Pois então o Brasil ganhou a Copa do Mundo 2014. Nesse momento, nessa hora, hoje, positivamente alguém se surpreenderá com a manchete, o inesperado comunicado é fora de hora, a inusitada manchete é uma brincadeira mentirosa. A Copa nem foi jogada.
Mas nada impede que alguém possa ter esse vaticínio, profetizar dessa maneira.
Decididamente não há como afirmar agora uma futura vitória brasileira. Quem sabe alguém, com percepção extrassensorial, com a faculdade da premonição, possa assim garantir de forma antecipada a conquista desejada.
O que se prognosticou no passado e confirmou-se no presente é de que o Brasil venceu o jogo político dos gabinetes da Fifa em Zurique  e com a vitória administrativa ganhou a primazia, o privilégio de sediar a Copa do Mundo.
A partir daí, o Brasil escolhido, surge uma disputa política, envolvendo prestígio, astúcia, esperteza de governantes e outras coisas menos dignificantes para a escolha das cidades-sedes que abrigariam os jogos.
Demonstraram interesse 18 capitais com a pretensão, candidatas a serem cidades-sede, número expressivo pelo exagero, o que acabou por levar a uma disputa impar relacionada às influências e o poder político. A concorrência foi enorme. Pelo desejo da FIFA somente 10 (em 2010 na África do Sul foram nove) por questões econômicas, seria o número ideal de cidades-sede, mas os cartolas da CBF queriam contentar mais governadores e prefeitos. Pedido feito à federação internacional e atendido: 12 as cidades-sede, significando mais despesas, mais dois estádios construídos (custos em torno de 1 bilhão de reais) sem necessidade, conforme vontade inicial da FIFA.
Na escolha das 12 cidades, em alguns casos, o critério técnico não foi privilegiado e até subestimado pelos interesses políticos. Pela região centro-oeste, uma das cidades escolhida foi Cuiabá (MT) com uma população de 561 mil habitantes, em detrimento a Campo Grande, bem maior populacionalmente e economicamente, capital do Mato Grosso do Sul, com mais de 800 mil habitantes. Explica-se a escolha: o governador do Mato Grosso sempre foi amicíssimo de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, que deve alguns favores ao governante. Na verdade, no aspecto futebolístico – clubes inexpressivos, futebol sem projeção nacional - nenhuma das duas capitais mereceriam uma escolha. Mais. Em Cuiabá o esporte preferido e mais praticado é o beisebol. Decididamente em qualquer uma das duas cidades citadas, pelos argumentos colocados, não teria suporte para ser sede, por conseguinte nenhuma arena construída e a economia de 500 milhões de reais. O Distrito Federal, com Brasília, será a outra sede no centro-oeste do país, outra capital  sem tradição esportiva, sem clubes de projeção. Goiânia, com equipes de maiores tradições, com um público que gosta de futebol perdeu na concorrência de forma injusta pelo aspecto técnico e de interesse esportivo. Sejamos sensatos: ninguém poderia vencer a força política e econômica da capital do país. No norte do país a cidade sede escolhida foi a capital Manaus. A escolha na região é outra coisa com argumentos a discutir quando entra em pauta a sensatez, a lógica, o aspecto técnico, a tradição e o gosto pelo futebol.
A cidade concorrente na região foi Belém que como é sabido não levou. Poucos serão aqueles que apreciam o futebol a citar um dos clubes da capital manaura. Vai ser difícil.
Belém tem três clubes tradicionais cujos jogos entre si, pela tradição e rivalidade, levam milhares e milhares de torcedores aos estádios. Argumenta-se que Manaus foi escolhida para incrementar o turismo internacional na região, entre cobras e lagartos.
A Capital Natal será mais uma sede na região nordeste e para isso gastará 500 milhões de dinheiro público na construção de uma arena. Essa sede deveria ser em Florianópolis com a ampliação do estádio do Figueirense com recursos privados. Não levou. Por quê!
Um senador do estado catarinense iria presidir a CPI contra a CBF e claro envolveria Ricardo Teixeira. Esse é o Brasil de todas as Copas, da política, das artimanhas e porque não, do futebol.













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