O primeiro golpe militar ao
governo ocorreu no processo histórico da Proclamação da República, cujo
desenvolvimento ocasionou o fim do regime monárquico brasileiro e por
conseqüência a ascensão da ordem republicana o que oportunizou as mais diversas
transformações sentidas pela chegada dos militares ao poder.
A proclamação da República na verdade foi um
levante político-militar provocado por uma série de acontecimentos antecedentes
por parte do regime imperialista, evidenciados pela Igreja Católica que não
desejava que o imperador se envolvesse em questões religiosas, pelos militares
do Exercito que não sentiam reconhecidos recebendo baixos soldos, os donos de
terra que queriam poderes políticos e não havia oportunidades, artistas, intelectuais, profissionais liberais
como advogados, jornalistas, médicos que almejavam ter voz no governo. A
monarquia nada disso lhes oferecia.
Esse conjunto de dissabores, o
descontentamento coletivo, inculcava na população em geral, mas especialmente
entre os militares, o propósito de uma participação maior do povo com um
governo notadamente aberto e certamente isso viria pela mudança de regime com a
proclamação da República.
República. Palavra originada do
latim, derivada de “res” e “pública” significando coisa do povo, causa pública e
decididamente por princípio, contra as ideias monárquicas.
A República da Roma antiga,
princípio de política, de governo, nos primórdios do império romano, do poder
público, diferentemente do império tupiniquim.
Assim, com todo o interesse
popular de participação, se instaurou a forma republicana federativa
presidencialista, nome pomposo, para se dizer que foi derrubada a monarquia
constitucional parlamentarista do império do Brasil, outra nomenclatura
magnificente.
Em 15 de novembro de 1889 o monarquista,
contrariado, apoquentado e adoentado marechal Deodoro da Fonseca proclamou a
República.
Nas clássicas representações do
golpe militar que marcou o fim da monarquia no Brasil e o início do período
republicano a imagem do marechal Deodoro da Fonseca, erguendo seu quepe na mão
direita, montado em fogoso cavalo e cheio de glórias gritando “Viva a
República” é a que prevalece.
Entretanto, Deodoro cambaleante,
ao contrário das figuras épicas, de heróicas imagens eqüestres (uma delas na
Praça Paris no Rio), na ocasião montava com dificuldade um animal de segunda
categoria, lerdo e fraco, alguns afirmam que até mancava.
A Proclamação da República, tal e
qual o episódio da Independência do Brasil, a história vem acompanhada de fatos
bizarros, de acontecimentos pitorescos, da irreverência e hilaridade.
No livro 1889, cujo subtítulo é
longo e curioso, “Como um imperador cansado, um marechal vaidoso, um professor
injustiçado, contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República
no Brasil” (em tempo: Imperador claro D. Pedro II, o marechal Deodoro e o
professor injustiçado é Benjamim Constant, professor de matemática) de
Laurentino Gomes, é narrado um fato saboroso.
Pela manhã do dia 15 Deodoro
destituiu o gabinete chefiado pelo Visconde de Ouro Preto, seu adversário
político. Porém ao longo do dia o
marechal parecia relutante em proclamar a República, mas mudou de opinião,
sentiu firmeza, quando descobriu que D.Pedro II nomeara o senador Silveira
Martins como novo chefe de gabinete.
Ora, anos antes, quando governava
o Rio Grande do Sul, Deodoro perdera para seu rival Silveira Martins o amor, a
paixão da baronesa de Triunfo, uma linda viúva.
A partir daí surgiu uma forte
rivalidade que duraria durante a vida dos dois personagens e quem diria - pode
ser - rivalidade que levaria a queda da monarquia.
A República proclamada por
Deodoro (Dodo para os íntimos) pode se deduzir que aconteceu por algum dos
motivos ou os quatro juntos: magoa e vingança amorosa, ciúme, um romance
frustrado ou uma paixão não correspondida.
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