A expressão é antiga, faz parte do jeito jocoso e
tradicional de uma maneira popular de falar, utilizada para designar as pessoas
dissimuladas, expressão cuja origem é derivada de aspectos históricos, que se
baseia e se desenvolve através de duas narrações de épocas distintas e
diferenciadas: o santo ou a santinha do pau oco.
A manifestação de duplo sentido nos remete, no histórico,
aos séculos XVIII e XIX quando os contrabandistas de ouro em pó, moedas, pedras
preciosas, utilizavam estátuas de santos ou santinhas ocas por dentro. Na
verdade usavam mais comumente estatuetas para não chamar a atenção, pequenas
figuras em relevo, a maioria santinhas, uma infinidade das mais diversas
“nossas senhoras”.
A pequena estátua da
inocente santinha era recheada com preciosidades roubadas e enviadas para
Portugal, para enriquecimento ilícito dos nossos patrícios além-mar.
O outro episódio, com mais conteúdo de santa falsidade,
envolve a escravidão.
Antigamente os escravos fingiam ser cristãos e viviam
adorando imagens de santos, mas na verdade imagens espertamente ocas e com isso
aproveitando-se da falsa religiosidade, preenchiam aqueles espaços vazios com
ouro roubado.
Assim, por isso, em correlação as histórias narradas, pelos
fatos pitorescos da enganação contados, pela esperteza em proveito da
desonestidade, da afanação e roubo de riquezas, foi criada a expressão: santo
ou santinha do pau oco.
A locução passou então a se referir, evidentemente com sentido
figurado, a pessoa que se faz de boazinha para enganar outras pessoas, o
sujeito que finge uma coisa, na realidade é outra.
No presente caso aqui tratado, a santinha do pau oco, é a
dona Marina Silva, porque politicamente, por sua postura anterior comparada a
recente atitude, enganou muitas pessoas, milhões de eleitores seus, enfim,
talvez fingisse uma coisa no passado e agora no presente se apresenta com outra
realidade.
Marina frustrou-se quando a Justiça eleitoral negou o
direito de fundar seu partido que seria sua imagem e semelhança, verossímil a
decência partidária, do discurso da pureza ética, da transparência autêntica
dos atos e fatos da política partidária.
Seu idealismo não teve a paciência da espera por uma nova
oportunidade de criar seu Rede de Sustentabilidade. Dissimulada, desmitificou a
personalidade política da legitimidade e decência, foi contrária aos métodos
que sempre condenou da velha política, deixou de lado seu pragmatismo.
Por imediatismo ou vingança renegou seus princípios,
negaceou preceitos morais da política ética e decente a que se propunha e numa
primeira oportunidade filiou-se a uma agremiação política, não confinada ao seu
idealismo, mas importante oportunamente para uma satisfação imediata e
vingativa.
Entrou para um partido (PSB), que tem o apoio da elite dos
produtores rurais como demonstra seu líder, deputado federal pelo DEM na Câmara
Federal. Naturalmente vai de encontro a uma fervorosa defensora do meio
ambiente.
Marina, uma das fundadoras do PT, representante autêntica
dos excluídos está agora num partido ao lado da conservadora, reacionária,
elitista família catarinense Bornhausen, sustentáculo civil do golpe militar de
1964.
Marina agora, desmitificada, evangélica, obviamente terá apoio
daquele deputado homófobico e também evangélico.
Marina brigou com o seu antigo partido (PV), por não ter
gostado do partido negociar troca de cargos e verbas em governos. Quem diria e
agora no PSB que há muito negociou cargos e verbas nos governos do PT de Lula e
Dilma.
Santinha do pau oco.
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