terça-feira, 8 de julho de 2014

Capitão Thiago amarelou

Copa do Mundo, jogo entre Brasil X Chile. Tempo regulamentar empate (1x1). Necessidade de um tempo extra para o desempate. Na prorrogação persiste o resultado. Pelo regulamento da competição é indispensável haver um vencedor.
A decisão ocorre pela cobrança de cinco tiros direto ao gol, por cada equipe, da marca do pênalti. Momentos antes jogadores apreensivos, nervosos. Os brasileiros falam entre si, outros quase aos gritos incentivam, dão força um para o outro, principalmente aos cobradores. Um pouco afastado a câmera de televisão flagra o capitão da equipe Thiago Silva sentado sobre a bola, as mãos amparando a cabeça, a imagem de um sofrido derrotado, num profundo estado emocional negativo.
Ali por perto outra câmera, outro flagrante. Na mão de alguém, numa folha de papel branco, o nome dos cinco dos batedores, entre eles o de Thiago Silva, mas foi riscado. Mas, como isso. O capitão, o líder do grupo, quem sabe deveria ser o primeiro a cobrar o pênalti e não irá cobrar nenhum. Ou ele foi destituído da obrigação ou, por iniciativa própria desistiu. Amarelou? Na imagem anterior Thiago apareceu cabisbaixo, desconsolado e assim demonstrava não ter estado de espírito para qualquer decisão. Sim, ao que tudo indica o capitão amarelou.
Perto do momento decisivo, da cobrança dos pênaltis, os jogadores abraçados, num último instante pretendem com palavras entusiasmadas fazer prevalecer a certeza da vitória. Paulinho, jogador titular, que passou a condição de reserva é quem fala cara a cara, olho no olho, com cada jogador que ira fazer a cobrança e com o goleiro Julio Cesar. Paulinho é quem anima, exorta o grupo. Parece ser ele o capitão da equipe. E o Thiago Silva, o que faz?  Todo esse episodio é documentado pelo alto, por uma câmera. O fato comprova insegurança, incertezas, a dúvida quanto ao sucesso.
 Há demonstrações de intranqüilidade emocional entre os jogadores. Tanto é verdade que a psicóloga, do grupo de trabalho da seleção, foi chamada para uma consulta extra, um atendimento que pela urgência se transfigura num abalo moral do grupo, perto da raia de uma comoção.
Há intranqüilidade emocional. O choro em demasia é prova suficiente. O pranto é uma demonstração explicita do estado emocional alterado. Thiago Silva, Neymar, Davi Luiz choram na execução do hino nacional, Julio Cesar chora pela defesa nos pênaltis. Os jogadores choram quando vencem, felizmente ainda não choraram na derrota. Não se sabe se eles vão chorar antes ou depois de uma entrevista, na saída, ou entrada em campo. Choram, quando numa promoção do programa Esporte Espetacular,da Rede Globo, as mamães de marmanjões jogadores enviaram cartas piegas, de sentimentalismo barato. Espalharam as mesmas por todos os cantos da concentração para lerem e chorar. Sentimentalismo, lamurias e lamentações. É um muito chororô.
Entrada em campo. Um atrás do outro em fila indiana, parecendo um grupo de índio americano, com a mão sobre o ombro de cada um como se fosse uma ordem unida militar. Cantam o hino nacional com um fervor intenso. David Luiz enche os pulmões e com a voz tonitruante, com a postura que parece ser um soldado do império romano ou membro da antiga alemã SS.
Cantam com vibração, emoções expostas, energias claramente manifestadas que poderiam ser mais controladas.  Quem sabe todos esses predicados, as virtudes demonstradas, poderiam ter resultados mais positivos na hora da bola rolar.
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Pois então, logo mais. Tensão, mais nervosismo, ansiedade ao início do jogo, quando tudo poderá ser compensado ao final pela alegria da vitória, o contentamento por mais uma classificação. Todos então glorificados, com justo direito, chorarão sem qualquer constrangimento. Para isso mais uma vez acreditar na sorte de Felipão, numa atuação de um juiz amigo, a ajuda de Nossa Senhora de Caravaggio e mais ainda: na qualidade técnica do goleiro Julio Cesar e o sucesso terapêutico da psicóloga.




 


   

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