segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Allon enfants de lá Patrie/Le jour de glorie est arrivé

Copa do Mundo: “Pô, que chatice. De novo o passado. Fazer lembrar “aqueles sete”...saco”. Assim pode estar pensando o leitor (aquela meia dúzia). Não, nada disso. Trata-se mesmo, é verdade, de Copa do Mundo, não uma resenha de aspecto técnico e tático, mas sim uma inter-relação com o espetáculo como um todo - não somente o futebol propriamente dito –, mas a união com o civismo, o social, o cultural e a esportividade.
Pois bem. Do que se trata aqui está relacionado ao cerimonial que ocorria antes do início dos jogos. A entrada em campo das duas equipes, arbitragem e a execução dos hinos.
Foram realizados 64 jogos. Assisti a todos. Na verdade nem todos. Alguns antes do encerramento do primeiro tempo a paciência se esgotava com a ruindade do futebol e então procurava outra coisa para fazer.
Ruindades, como exemplo, Irã 0 x 0 Nigéria; Japão 0 x 0 Grécia; Inglaterra 0 x 0 Costa Rica, e mais duas ou três partidas bem ruinzinhas que não tiveram especificamente como resultados tão somente o empate de 0x0.
Uma conta de chegar. Foram 64 jogos. Partindo do princípio de que assisti o começo de todas as partidas, significa dizer que ouvi – levando-se em consideração, que são duas equipes representativas de dois países, portanto dois hinos – a execução de 128 e no mínimo a repetição de três hinos de cada país, considerando-se que na primeira fase, a de classificação, cada equipe atuou em três jogos, portanto três hinos.
Os hinos têm por peculiaridade evocar a história de luta de um país,
Cantos em louvores a pátria, reverenciar os seus heróis, estimular o sentimento patriótico do seu povo, reconhecer, não deixar cair no esquecimento, às tantas batalhas, lutas, guerras, até forjar, formar uma nação. Via de regra, assim, dessa forma, os hinos se expressam.
 Há hinos que se diferenciam desse tema. O Hino Nacional brasileiro, por exemplo, enaltece as belezas naturais (Se em teu formoso céu risonho e límpido), exalta o patriotismo ( O pátria amada, idolatrada, salve, salve).
O Hino da Inglaterra reverencia sua rainha, glorifica sua majestade (Deus salve nossa bondosa rainha; longa vida a nossa nobre rainha)
Há hinos longos como o brasileiro. Dos 3 min. 43 seg., tempo de sua duração e executados somente 90 segundos a cada jogo, obrigação exigida pela FIFA. Quem não teve problema com essa exigência foi o Japão com o seu hino, o mais curto que se tem notícia, 20 segundos. Nos três jogos que os japoneses disputaram longe dos 90 da FIFA, na verdade, se soma um total de 60 segundos.
Há hinos fortes, canções revolucionárias, com letras ásperas, incentivadoras de lutas e vinganças, mas com melodias belíssimas, de intensa musicalidade.
Hino da Argélia, agradável sonoridade, letra enérgica, enaltecendo o sentimento revolucionário, conforme estrofe inicial:
“Juramos pelo raio que destrói/ Pelos rios de generoso sangue derramado.../Com nossos mortos edificaremos a glória”.
Hino da mais linda musicalidade, marcante pela combinação bonita de sons, pela sucessão rítmica inesquecível, mas de uma letra contundente, cântico que rememora em séculos passados o domínio de exércitos, legiões estrangeiras em terras francesas.  
A famosa canção revolucionária, a Marselhesa, como é conhecido o hino francês tem a letra extremamente vingativa, alimenta intensa ferocidade:
“O estandarte ensanguentado se ergueu/Ouvis nos campos rugirem/Esses ferozes soldados?/Vem até nós/Degolar nossos filhos, nossa mulheres/Às armas cidadãos.../O que deseja essa horda de escravos, de traidores, de reis conjurados”.
Preferível a mais amena, a estrofe inicial da Marselhesa:
“Allon enfantes de lá Patrie/Le jour de glorie est arrivé. 




   

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