Copa do Mundo: “Pô, que chatice. De novo o passado. Fazer
lembrar “aqueles sete”...saco”. Assim pode estar pensando o leitor (aquela meia
dúzia). Não, nada disso. Trata-se mesmo, é verdade, de Copa do Mundo, não uma
resenha de aspecto técnico e tático, mas sim uma inter-relação com o espetáculo
como um todo - não somente o futebol propriamente dito –, mas a união com o
civismo, o social, o cultural e a esportividade.
Pois bem. Do que se trata aqui está relacionado ao cerimonial
que ocorria antes do início dos jogos. A entrada em campo das duas equipes,
arbitragem e a execução dos hinos.
Foram realizados 64 jogos. Assisti a todos. Na verdade nem
todos. Alguns antes do encerramento do primeiro tempo a paciência se esgotava
com a ruindade do futebol e então procurava outra coisa para fazer.
Ruindades, como exemplo, Irã 0 x 0 Nigéria; Japão 0 x 0
Grécia; Inglaterra 0 x 0 Costa Rica, e mais duas ou três partidas bem
ruinzinhas que não tiveram especificamente como resultados tão somente o empate
de 0x0.
Uma conta de chegar. Foram 64 jogos. Partindo do princípio de
que assisti o começo de todas as partidas, significa dizer que ouvi –
levando-se em consideração, que são duas equipes representativas de dois
países, portanto dois hinos – a execução de 128 e no mínimo a repetição de três
hinos de cada país, considerando-se que na primeira fase, a de classificação,
cada equipe atuou em três jogos, portanto três hinos.
Os hinos têm por peculiaridade evocar a história de luta de
um país,
Cantos em louvores a pátria, reverenciar os seus heróis, estimular
o sentimento patriótico do seu povo, reconhecer, não deixar cair no
esquecimento, às tantas batalhas, lutas, guerras, até forjar, formar uma nação.
Via de regra, assim, dessa forma, os hinos se expressam.
Há hinos que se
diferenciam desse tema. O Hino Nacional brasileiro, por exemplo, enaltece as
belezas naturais (Se em teu formoso céu risonho e límpido), exalta o
patriotismo ( O pátria amada, idolatrada, salve, salve).
O Hino da Inglaterra reverencia sua rainha, glorifica sua
majestade (Deus salve nossa bondosa rainha; longa vida a nossa nobre rainha)
Há hinos longos como o brasileiro. Dos 3 min. 43 seg., tempo
de sua duração e executados somente 90 segundos a cada jogo, obrigação exigida
pela FIFA. Quem não teve problema com essa exigência foi o Japão com o seu
hino, o mais curto que se tem notícia, 20 segundos. Nos três jogos que os
japoneses disputaram longe dos 90 da FIFA, na verdade, se soma um total de 60
segundos.
Há hinos fortes, canções revolucionárias, com letras ásperas,
incentivadoras de lutas e vinganças, mas com melodias belíssimas, de intensa
musicalidade.
Hino da Argélia, agradável sonoridade, letra enérgica,
enaltecendo o sentimento revolucionário, conforme estrofe inicial:
“Juramos pelo raio que destrói/ Pelos rios de generoso sangue
derramado.../Com nossos mortos edificaremos a glória”.
Hino da mais linda musicalidade, marcante pela combinação
bonita de sons, pela sucessão rítmica inesquecível, mas de uma letra contundente,
cântico que rememora em séculos passados o domínio de exércitos, legiões
estrangeiras em terras francesas.
A famosa canção revolucionária, a Marselhesa, como é conhecido
o hino francês tem a letra extremamente vingativa, alimenta intensa ferocidade:
“O estandarte ensanguentado se ergueu/Ouvis nos campos
rugirem/Esses ferozes soldados?/Vem até nós/Degolar nossos filhos, nossa
mulheres/Às armas cidadãos.../O que deseja essa horda de escravos, de traidores,
de reis conjurados”.
Preferível a mais amena, a estrofe inicial da Marselhesa:
“Allon enfantes de lá Patrie/Le jour de glorie est arrivé.
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