Leitor
atento me repreende. Diz ele: “Neologismo é o fenômeno linguístico que consiste
na criação de uma palavra nova. Não é o caso de atucanou que vem do verbo
atucanar, modo indicativo, terceira pessoa do pretérito perfeito”, que
significa azucrinar, atormentar.
Faço a
réplica: neologismo pode ser também uma atribuição de novo sentido a uma
palavra já existente. Quis assemelhar o PT ao PSDB, cujo símbolo é o tucano e
dessa forma surgiu o neologismo atucanou.
PT mais do
que nunca atucanou.
Quem também
tem essa visão é o jornalista e sociólogo, articulista do jornal Zero Hora, ex-deputado
estadual e federal pelo PT, Marcos Rolim, que domingo passado escreveu o seguinte
artigo:
“... Passadas
as eleições, a presidenta Dilma escolheu Joaquim Levy, diretor da Bradesco
Asset Management como Ministro da Fazenda. Antes havia convidado Luiz Carlos
Trabuco, presidente do Bradesco. Levy integrou o governo de Fernando Henrique,
foi secretário do Tesouro no primeiro governo Lula e é conhecido por suas
posições ortodoxas e pró-mercado. Os investidores, claro, reagiram muito bem à
escolha
No “novo
governo, novas ideias”. A senadora Katia Abreu (PMDB/TO, ex-PSD, ex-DEM)
ocupará o Ministério da Agricultura. Chamada de “miss desmatamento” pelos
ambientalistas, a destacada liderança do latifúndio também conhecida por sua
hostilidade aos povos indígenas e pela defesa de que os reajustes do salário
mínimo não sejam mais “tão generosos”, entre outras pérolas do século 18.
Muitos
imaginam que perfis assim tenham a ver com a necessidade de ajustes na
economia. Parece, mas não é. O que comanda as indicações é a urgência política
de ampliar apoio entre os conservadores para amortecer os impactos dos
escândalos de corrupção. O segundo governo Dilma tende a ser, por isso, mais
dependente da “Casa Grande” do que o primeiro e ainda menos vocacionado a
reformas. A turma que comeu bolinha de cinamomo terá mais dificuldade em
alertar o Brasil para os “riscos do comunismo”, mas essa será possivelmente a
única vantagem.
Refém do
“andar de cima”, o PT é cada vez mais uma caricatura dele próprio. Nela, seus
candidatos atacam os adversários como “demônios da direita”. Depois de eleitos,
entretanto, convocam todos os “diabos” e lhes entregam as chaves”.
*** ***
Lembram-se.
A candidata Marina foi demonizada porque iria entregar o país para os
banqueiros, especialmente ao Itaú. Dilma está entregando o país aos banqueiros
do Bradesco
*** ***
Que me
lembre da “bolinha de cinamomo” é do tempo de infância. Servia de brincadeira
para atirar um no outro como numa “guerrinha”. Não sabia o significado de
“comeu bolinha de cinamomo” conforme o texto acima. Fui saber. A bolinha é o
fruto e semente do cinamomo. Em algumas regiões são usadas misturadas ao milho
para alimentar a cavalos. A literatura afirma que são perigosas ao ser humano,
pois são tóxicas e alucinógenas. Portanto a turma que “comeu bolinha de
cinamomo”, pessoal da direita reacionária, vai ser difícil explicar “os riscos
do comunismo”, afinal o PT, conforme está, ao lado dos conservadores, de
liberais partidários, já não representa perigo algum à implantação do sistema
de propriedade coletiva de bens.
*** ***
Olívio Dutra
(PT), ex-governador gaúcho: “O PT caiu na vala comum dos demais partidos”.
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