segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Gandhi o grande

Nos dias de hoje, nesse mundo em que predomina a intolerância, em que a maioria das pessoas se mostra intransigente, quando falta o respeito mútuo, quando existe a dificuldade em reconhecer as diferenças de crenças e opiniões, quando ofensas verbais chegam às agressões físicas, há necessidade de que alguém tenha a capacidade de ser paciente, desfrutar de algum momento de resignação. Ter como resposta às ofensas, a perspicácia, serenidade e sutileza.  
Há personalidades inolvidáveis, presentes eternamente na história. Figuras perenes, perpetuadas em nossa memória. Pessoas marcantes por suas ações pela paz, pelas atitudes em benefício de defesa dos direitos humanos, defensoras da não agressão, pela forma de não violência de protesto.
Entre essas valiosas e veneráveis celebridades está o sereno e tranquilo Mahatma Gandhi, sábio espiritual e humanista, erudita como comprova suas notáveis frases, iluminados pensamentos. Inteligente, foi aluno culto de Direito numa universidade inglesa. Com a faculdade do pensamento fácil se mostrava espirituoso, de mordaz ironia. Comprova esse estilo de ser de Gandhi num dialogo sarcástico entre ele e um professor arrogante e recalcado que sempre provocava o seu aluno.
Um dia o dito professor almoçava no refeitório. Ao seu lado um lugar vago e onde se sentou o aluno Gandhi. O professor intrigante, orgulhoso e insolente, diz ao aluno:
- Senhor Gandhi não compreende que por natureza um pássaro e um porco não sentam juntos para comer.
Gandhi, impassível e escarnecedor, respondeu:      
- Fique a vontade professor...Estou “voando” para outro local e daquele lugar saiu.
O professor ficou possesso, possuído de uma raiva quase incontida. Instigante buscava a represália quando ocorreu a oportunidade. Programou uma prova. Gandhi de forma inteligente se conduziu brilhantemente no teste respondendo acertadamente a todas as perguntas. Irritadíssimo com o acerto do pupilo, incitado ainda mais pelo sentimento da vingança, fez uma pergunta descabida, completamente fora do contexto naquele momento:
- Senhor Gandhi, se por acaso, caminhando pela rua encontrasse uma sacola contendo grande quantia em dinheiro e a sabedoria, ficaria com o quê?
Gandhi não titubeou, sem hesitação afirmou que ficaria com o dinheiro.
Resposta plena de satisfação para o professor. Pensou... - “Pode ser um aluno inteligente, mas não há dúvida que é ambicioso, veemente sujeito ganancioso, dominado pela cobiça. Porém, poderia ser qualquer um, jamais um ser humano de total humilde e simplicidade, de profunda espiritualidade, despojado de qualquer bem material como Gandhi.
A resposta serviu apenas para mostrar o seu lado espirituoso. O professor alegre, com sorriso zombeteiro, cheio de escárnio, mostrando superioridade intelectual disse que ficaria com a sabedoria.
Foi nesse momento que Gandhi, de forma espirituosa fez uso da ironia:
- Pois bem professor, cada um fica com aquilo que não tem.
O professor mostrava-se cada vez mais impaciente e desaforado, possuído de uma raiva histérica, com as insolentes, inteligentes e satíricas respostas do aluno Gandhi.
Por isso prosseguia em suas provocações diretas, nada insinuantes.
Num texto escrito por Gandhi, corrigido e devolvido pelo professor, o mesmo aproveitou sua continuada insatisfação para com o aluno e em letras grandes e chamativas escreveu “idiota”.
O professor de maneira insultuosa e desafiante, senhor de si, perguntou a Ghandi se ele tinha recebido de volta o trabalho, com a clara intenção de sentir a reação talvez indignada do ofendido aluno.
O jovem Ghandi disse que recebeu sim a folha e claro chamou sua atenção o “idiota”, quando disse, em resposta ao professor:
-  Notei  que o senhor não colocou a nota, embora tenha assinado a folha.
Não a dúvida que o mundo seria bem melhor com a sabedoria, percepção,  clarividência, descortino e lucidez de Mahatma Gandhi.



 


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