Nos dias de
hoje, nesse mundo em que predomina a intolerância, em que a maioria das pessoas
se mostra intransigente, quando falta o respeito mútuo, quando existe a
dificuldade em reconhecer as diferenças de crenças e opiniões, quando ofensas
verbais chegam às agressões físicas, há necessidade de que alguém tenha a
capacidade de ser paciente, desfrutar de algum momento de resignação. Ter como
resposta às ofensas, a perspicácia, serenidade e sutileza.
Há
personalidades inolvidáveis, presentes eternamente na história. Figuras
perenes, perpetuadas em nossa memória. Pessoas marcantes por suas ações pela
paz, pelas atitudes em benefício de defesa dos direitos humanos, defensoras da
não agressão, pela forma de não violência de protesto.
Entre essas
valiosas e veneráveis celebridades está o sereno e tranquilo Mahatma Gandhi,
sábio espiritual e humanista, erudita como comprova suas notáveis frases, iluminados
pensamentos. Inteligente, foi aluno culto de Direito numa universidade inglesa.
Com a faculdade do pensamento fácil se mostrava espirituoso, de mordaz ironia. Comprova
esse estilo de ser de Gandhi num dialogo sarcástico entre ele e um professor
arrogante e recalcado que sempre provocava o seu aluno.
Um dia o
dito professor almoçava no refeitório. Ao seu lado um lugar vago e onde se sentou
o aluno Gandhi. O professor intrigante, orgulhoso e insolente, diz ao aluno:
- Senhor
Gandhi não compreende que por natureza um pássaro e um porco não sentam juntos para
comer.
Gandhi, impassível e escarnecedor, respondeu:
- Fique a
vontade professor...Estou “voando” para outro local e daquele lugar saiu.
O professor
ficou possesso, possuído de uma raiva quase incontida. Instigante buscava a
represália quando ocorreu a oportunidade. Programou uma prova. Gandhi de forma
inteligente se conduziu brilhantemente no teste respondendo acertadamente a
todas as perguntas. Irritadíssimo com o acerto do pupilo, incitado ainda mais pelo
sentimento da vingança, fez uma pergunta descabida, completamente fora do
contexto naquele momento:
- Senhor
Gandhi, se por acaso, caminhando pela rua encontrasse uma sacola contendo grande
quantia em dinheiro e a sabedoria, ficaria com o quê?
Gandhi não
titubeou, sem hesitação afirmou que ficaria com o dinheiro.
Resposta
plena de satisfação para o professor. Pensou... - “Pode ser um aluno
inteligente, mas não há dúvida que é ambicioso, veemente sujeito ganancioso,
dominado pela cobiça. Porém, poderia ser qualquer um, jamais um ser humano de
total humilde e simplicidade, de profunda espiritualidade, despojado de
qualquer bem material como Gandhi.
A resposta
serviu apenas para mostrar o seu lado espirituoso. O professor alegre, com
sorriso zombeteiro, cheio de escárnio, mostrando superioridade intelectual
disse que ficaria com a sabedoria.
Foi nesse
momento que Gandhi, de forma espirituosa fez uso da ironia:
- Pois bem
professor, cada um fica com aquilo que não tem.
O professor
mostrava-se cada vez mais impaciente e desaforado, possuído de uma raiva
histérica, com as insolentes, inteligentes e satíricas respostas do aluno
Gandhi.
Por isso
prosseguia em suas provocações diretas, nada insinuantes.
Num texto escrito
por Gandhi, corrigido e devolvido pelo professor, o mesmo aproveitou sua
continuada insatisfação para com o aluno e em letras grandes e chamativas
escreveu “idiota”.
O professor
de maneira insultuosa e desafiante, senhor de si, perguntou a Ghandi se ele
tinha recebido de volta o trabalho, com a clara intenção de sentir a reação
talvez indignada do ofendido aluno.
O jovem
Ghandi disse que recebeu sim a folha e claro chamou sua atenção o “idiota”,
quando disse, em resposta ao professor:
- Notei que
o senhor não colocou a nota, embora tenha assinado a folha.
Não a dúvida
que o mundo seria bem melhor com a sabedoria, percepção, clarividência, descortino e lucidez de Mahatma
Gandhi.
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