terça-feira, 28 de julho de 2015

Eu, 1 centavo, Mastercard e a Caixa

Conforme a narrativa anterior, quitei a estupenda dívida, quantia de R$ 0,01, da operadora de cartões Mastercard, emitido pela Caixa e assim limpei meu nome e evitei ser negativado pelos órgãos competentes.
Tudo acertado!!! Ledo engano. Continuei ainda sendo acionado pela suposta dívida, proveniente de um erro administrativo incrível, originando uma falsa cobrança. A poranduba do texto da semana anterior mencionava que eu havia recebido uma correspondência cobrando o famigerado 1 centavo, datado de 23.06.15 e reafirmo já havia sido pago.  No dia posterior 24.06, registre-se claramente, um dia depois da comunicação anterior da Caixa/Mastercard recebo um aviso com a situação de uma conta com 18 dias de atraso. Pior. Ainda, no dia seguinte (25.06), recebo comunicado da Serasa, que diz textualmente:
“Conforme previsto no art. 43, parágrafo segundo, do Código de Defesa do Consumidor, comunicamos que a empresa credora, abaixo mencionada (Caixa Econômica Federal), solicita a abertura de cadastro negativo em seu nome”. Tem mais. Correspondência de mais um dia depois, 26.06.15 do SCPC, contextualizada da seguinte maneira: “Por solicitação da Caixa Econômica Federal o registro de débito será incluído em seu nome na base do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), de abrangência nacional. O prazo para pagamento antes que seja efetivada a inscrição é de 10 dias. Após esse prazo estas informações serão exibidas nas consultas do SCPC e causarão restrições ao crédito. Conforme o art.43 § 2º do Código de Defesa ao Consumidor, estamos avisando previamente para que você possa regularizar sua dívida e preservar seu relacionamento com o mercado”. Assim estou eu envolvido com Serasa e SPC, algo que nunca havia ocorrido e agora acusado de mau pagador, inadimplente, caloteiro, por causa de injusta cobrança de R$ 0,01.
A dita cuja, empresa credora mencionada, Caixa Econômica Federal, causa do meu transtorno, informou aos órgãos vigilantes de crédito: o valor da anotação R$ 84,01; data do vencimento 06.06.2015; natureza cartão de crédito. Entretanto, por essas informações, ocorre algo descabido, um erro e por isso, uma irresponsabilidade gerencial.
O despautério havido, o descabimento ocorrido, o irracional e incompreensível, é de que a fatura de R$ 84,01 só venceria no dia 06.07.85, ou seja, aproximadamente 20 dias após toda a patranha havida,  três semanas depois de falsas persuasões.  
Tem mais: o malversado e citado centavo é cobrado duas vezes. Explico.
A fatura vencida somente no início de julho de R$ 84,01 é por mim aceita em seu  demonstrativo pela despesa de R$ 84,00 em restaurante, no dia quatro de junho. E então o R$ 0,01. Lá está discriminado no citado demonstrativo: dia 24 de maio, total da fatura anterior R$ 0,01. De novo.
Toda essa presepada me ocasionou transtorno, perturbação com gasto de tempo desnecessário (ligações telefônicas para a operadora do cartão, para Serasa e SPPC). A situação cabulosa passada, o deplorável engano, coloca, ao menos para mim, o sistema bancário, a organização de controle das operadoras de cartão de credito em alto grau de desconfiança.

Eu envolvido lamentavelmente com a centésima parte do real. Coisa tão insignificante, ínfimo e mísero, que em forma de moeda se cair no chão você deixa para lá. Que você nem tem coragem de oferecer ao mendigo para não ser ofendido. Moedinha que nem para troco serve, substituída muitas vezes por uma balinha. Enfim, no encerramento das contas, no débito e crédito, o CR$ 0,01 que se deduz não serve para porcaria nenhuma, no meu caso serviu para me causar lastimável incomodo.    

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Por causa de R$ 0,01 : Cartão da Caixa/Mastercard

Mês de maio passado. Não consegui fazer o devido pagamento na data aprazada em consequência de não ter recebido com antecedência, via correio, a fatura do cartão de crédito Mastercard emitido pela Caixa (recebi com dois dias de atraso), referente ao mês de abril. A fim de realizar o pagamento no vencimento comunico-me com a operadora do cartão que me informa o valor da fatura, claro, depois de pacientemente ouvir uma voz feminina maçante enumerar, relacionar metodicamente todos os números até aquele que seja o conveniente em atender a solicitação. Sou atendido.
 Entretanto, se faz necessário mais uma ligação telefônica, desta feita, para obter o código de barra e assim na comodidade da minha casa, fazer o pagamento pela internet. Mais lenga-lenga, muito mimi da atendente, aquela que informa os números de 1 a 9. Nada consegui.
O código de barras tem sua dificuldade. Um monte de números, entre eles outro monte de zeros. Sem o código, outro estorvo, não posso pagar por caixa eletrônico na minha agência preferencial. Sou obrigado a encarar uma fila na agência bancária emitente do cartão de crédito.
O valor da fatura R$ 100,04 - valor destacado por ser detalhe importante na descrição do fato – foi pago na boca do caixa com uma nota de cem reais e uma moeda de cinco centavos. Por qualquer motivo, foi registrado no comprovante de pagamento o valor de R$ 100,05, portando diferença ao meu favor de 1 centavo.
Um mês se passou. A fatura subseqüente, entregue pelo correio com adequada antecedência, informava somente o valor de R$ 0,01 a pagar (não havia feito nenhuma despesa no mês). Estranhei e pensei: tenho credito. Não vou me amofinar. O preço atribuído era tão ínfimo, insignificante que deixei para lá. Pagaria no próximo mês. No entanto o não pagamento no vencimento, a protelação do compromisso, causo-me imenso dissabor, perda de tempo, incomodação e aborrecimento. Dez dias após expirar o prazo, quando deveria ter feito o pagamento do cartão (R$0,01), recebo uma correspondência, um aviso do banco (Caixa), destacando o seguinte: situação da conta pelo debito do cartão de crédito, atraso de 10 dias; um saldo devedor total de R$ 0,01, pagamento mínimo de RS 0,01. Se não fosse cômico, não sei o que seria!!!... Ridículo.
Informa mais o aviso, textualmente: “Até a presente data não acusamos o pagamento de sua última fatura, motivo pelo qual seu cartão foi bloqueado”. Diz mais: “Para desbloqueá-lo e evitar que seu nome seja negativado nos Órgãos de Proteção ao Crédito efetue o pagamento de qualquer valor entre o Saldo Devedor Total e o Pagamento Mínimo constante na fatura”. Vai entender pagamento mínimo de R$ 0,01.

Nesse tempo estava com o tornozelo fraturado. Com a ajuda da minha mulher, retornei a dita cuja agência para pagar o fantástico e inusitado valor (foi uma encrenca passar na porta giratória). Defronte ao caixa com uma moeda de cinco centavos pretendo pagar um centavo. O moço do caixa admira-se. Não acredita. Mostro o aviso. Ele não tem quatro centavos para o troco, mas não se recusa a me entregar o registro de caixa como pagamento. Essa narrativa não se encerra aqui. Tem mais semana que vem. Até lá.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O tornozelo e a janela indiscreta

O tornozelo é uma estrutura que deve ser estável e flexível permitindo os movimentos do pé e tenham força suficiente para impulsionar e sustentar o corpo e absorver os impostos contra o solo. A articulação do tornozelo é formada por dois ossos da perna, tíbia e fíbula e outro do pé, tálus.
Esse conhecimento de anatomia é passado pelo dr. Google, buscado na tentativa de explicar o que ocorreu comigo; um acidente em que envolveu o meu tornozelo direito. Assim ocorreu. Pela manhã propunha-me fazer o exercício da caminhada diária.  Começo minha andança após a chuva cessar. O solo um tanto molhado, mostra-se escorregadio. Ando, num declive acontece o imprevisto; deslizo, perco o equilíbrio, vou ao chão. Caio com o tornozelo direito entortado. Recupero-me, levanto e caminho com certo desconforto. Retorno para casa. No prognóstico de um leigo, acredito trata-se de uma entorse, quanto muito uma luxação. Nesse caso faço o procedimento usual: bolsa de gelo. Dia seguinte, o tornozelo muito inchado e dor ao andar. Consulta médica, raio x, diagnóstico: fratura do tornozelo. Por mais que um tornozelo seja flexível, maleável, pode não resistir a violência de uma queda. Meu caso. Quebrei os mencionados, tíbia e fíbula. Resultado: 50 dias de imobilização da perna por uma bota ortopédica. Um transtorno, a vida fica restringida, sumariamente dependente da ajuda de outras pessoas. Minha mulher, companheira de mais de 30 anos, amada amante, mais do que nunca parceira e auxiliar em muitas coisas, como exemplo ajuda na higiene corporal. Os deslocamentos feitos exclusivamente dentro de casa com auxilio de muletas são momentos de aborrecimento. Tanto tempo inativo deixa a pessoa enfadada. Poderia passar o tempo se morasse num prédio de apartamentos, lá pelo décimo andar, sentado junto a uma janela apreciar a paisagem e algo muito mais, assim como aquele personagem do filme Janela Indiscreta em que de sua janela com a perna imobilizada fotografava tudo o que ocorria em apartamentos vizinhos. Via e fotografava a vizinha sair do banho em trajes menores ou aquela outra que andava pelo apartamento nem com trajes menores, sem nada. Pior. O seu indiscreto olhar acabou testemunhando um crime passional.
Não moro em apartamento, moro em casa, não tenho condição de bisbilhotar vizinhos.  Meu passatempo então é ler os contos e as crônicas dos “rubens”, Rubem Braga e Rubem Fonseca. A televisão é outro entretenimento. Pelos canais de assinatura assisti a maioria de competições esportivas desde as finais de basquete da NBA, a conquista da Copa do Mundo de futebol feminino pelas americanas, os jogos do glorioso Botafogo, líder do Brasileirão, claro série B, até Fortaleza X Salgueiro pela série C (Tv Brasil, canal aberto). Canais americanos apresentam excelentes seriados como Mad Men. Nos canais HBO bons programas com reapresentações de sucessos como Família Soprano. Porém, entre tantas atrações sobressaem os filmes e séries, como House of Cards, oferecida pela Netflix. Ainda. Numa sessão retrô do tele-cine Cult, assisti o ótimo Crepúsculo dos Deuses.
Chega de televisão. Chega de imobilidade. Estou em fase do tratamento fisioterápico, faltam mais 10 sessões. Não uso mais a bota ortopédica. Caminho com a ajuda de somente uma muleta. Felizmente, depois de 64 dias, o final de quase inútil inatividade.
Falei de um problema pessoal, mas o texto tem a finalidade de servir de aviso, para as pessoas se precaverem. Deve se evitar caminhar em chão molhado, que tem aparência escura, parecendo lodo, possibilitando um tombo inesperado. Evitar caminhar em calçadas onde há grandes árvores, locais depositários folhas e sementes caídas, tornando o passeio escorregadio e perigoso.  Todo cuidado é pouco.
  






sábado, 4 de julho de 2015

Maria Julia Coutinho: linda Maju

Outra protagonista televisiva a vejo quase diariamente. Pertence também a etnia negra. Exuberante em sua graciosidade, encantadora na sua brejeirice. A aparência física delgada, seu aspecto anatômico mostra a silueta esguia, fisiologicamente um tipo longilíneo. Esse conjunto exibe significativa expressão corporal. Elegante e distinta apresenta-se com um figurino da moda sem exagero. A voz dócil, serena e segura. A palavra fácil, a informação com clareza, a comunicação sem restrição. Dá sua mensagem com absoluta confiança. Tempo bom, ruim, calor, frio, pouco importa. Sempre imperturbável. A jovem jornalista é a novidade do Jornal Nacional. A moça do tempo. Cativante, simpática, com enlevo, Maria Julia Coutinho, na intimidade Maju, agrada ao telespectador, a mim especialmente.

                                                                         ***

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Baiano: injuriado, violentado, estigmatizado

O cidadão de nome Odeilson Almeida dos Santos, conhecido pelo epíteto de Baiano, passou por uma situação profundamente constrangedora, acusado e injuriado por um crime que não cometeu. Pelo ocorrido, pelas circunstâncias em que Baiano esteve envolvido, a adjetivação que se propõe pode ser exacerbada, mas justa. A qualificação do ato pode designar-se como humilhante, degradante, ultrajante, difamatório, enfim todos aqueles sinônimos que significam a ofensa, a magoa, a calunia, que causam melindres e ferem suscetibilidades, que de modo injustificado determinam o abalo moral sofrido por uma pessoa.
Poderia se acrescentar ao injusto fato as questões preconceituosas: o perverso racismo, a discriminação com nordestinos.
Odeilson é um ser de cor parda, nascido no nordeste brasileiro, de caracteres somáticos e de uma naturalidade diferencial, sem simbiose alguma com a população serrana gaúcha da emigração européia, que é de tez branca, olhos claros, pessoas de estirpe completamente diferenciada.
Conforme relato do desventurado protagonista em entrevista ao jornal (O Farroupilha 19.06.15) a desconfiança desditosa, a infausta suspeição, motivos para a preparação de uma cilada, uma delituosa emboscada.
A dissimulação usada para saber detalhes pessoais - ao que parece a formalização de uma ficha policial - foi uma enquete para estabelecer um cadastro de moradores. O surreal do ocorrido, o inusitado de um simplório cadastro foi a necessidade de fotografia. Não há dúvida a trama foi feita, a maquinação estava pronta.
Não demorou muito uma viatura policial compareceu ao local. Odeilson foi preso. Mera coincidência? Ele deveria prosseguir, como inocente cidadão, em pleno gozo de seus direitos civis, mas foram interrompidos por injustificável prisão, por falsa imputação de crime.
A execrável situação foi presenciada por sua atormentada família, mulher e filhos. Transportado pela viatura policial, em frente a delegacia de polícia sucederam-se mais cenas de ignomínia, atos de infâmia.
Pior que isso. A conjuntura do momento odioso e abominável quase se transforma em tragédia. Odeilson preso na viatura foi aviltado, quase agredido fisicamente. Sofreu agressões verbais com xingamentos e ofensas por uma verborragia insana. Estúpida ignorância. A massa ignara estava ali, pertinho, prestes a cometer um trágico incidente. O povo insidioso e inflamado, a perfídia incrementada pelo sensacionalismo popular, o ódio, a paixão que incita contra alguém, no caso, o ataque a um jovem inocente por suposto crime hediondo de estupro. Uma multidão que parecia formar um tribunal semelhante a histórica inquisição para julgar um herege. Estava por lá para condenar alguém sem qualquer culpa. Além das pessoas próximas ao acontecimento em praça público, dezenas e dezenas de pessoas por redes sociais vomitaram desaforos, expressaram uma vontade indômita de imperdoável e inexplicável maldade. Pelos poros a expelição da ignóbil e injustificada vingança.
A investigação policial encontrou o verdadeiro criminoso. Odeilson, enfim justiçado, livre. Fim de caso. Sim, mas o erro não foi reparado.
A comunidade não se importou pela desfeita, parte dela culpada pelo calamitoso erro, levada por errada e grosseira diligência policial.
Não houve uma passeata em apoio para Odeilson. Talvez fosse até exagero. Mas também não aconteceu uma simples reparação pública por parte de uma entidade, de uma instituição. O povo, por sua representação que é a Câmara de Vereadores, nem de forma oficiosa pediu desculpa. As odiosas pessoas que usaram redes sociais para o linchamento moral deveriam ter a grandeza, o altruísmo de um pedido de desculpas.

Certamente Odeilson vai buscar junto ao Estado, caracterizado como agente responsável no episódio praticado por um erro crasso, a reparação em forma indenizatória com uma ação de violação, de danos de ordem moral.