segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Portal da Transparência: os 20 melhores municípios do RS

O que é Portal da Transparência
O Portal da Transparência é uma iniciativa da Controladoria Geral da União (CGU) em colaboração com o Ministério Público Federal e Estadual. O Portal foi lançado em 2004 e assegura a boa e correta aplicação de recursos públicos. O objetivo consiste em transparecer a coisa pública permitindo ao cidadão acompanhar como o dinheiro público está sendo utilizado, fiscalizando-o.
Dessa forma a transparência é o melhor meio de combater a corrupção. Para a devida avaliação, municípios e estados, devem ter de forma pública e acessível pelo Portal da Transparência e com isso, o acesso a informação, informações sobre despesas e receitas, contratos de licitações, salários dos servidores públicos e gastos com diárias e passagens.

Farroupilha e o ranking
Na avaliação do Ministério Público Federal (MPF) através das notas atribuídas (elas variam de 0 a 10), Farroupilha está posicionada no estado em 129º lugar com a nota 7,50. Na região da serrana sua posição é de 7º lugar. Na Serra serrana destacam-se dois municípios em âmbito estadual: Nova Roma do Sul em 7º lugar com a nota 9,30 e Ipê em 21º lugar com a nota 8,80.
Entre os setes municípios no país que obtiveram nota 10,00 três são do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Santa Cruz do Sul  e Venâncio Aires. Porto Alegre nacionalmente entre as capitais ficou em primeiro lugar à frente de São Paulo 9,30, João Pessoa e Macéio 9,00 e Belém e Cuibá 8,50.
O Rio Grande do Sul, entre os estados, com a nota 9,00 ficou em quarto lugar atrás de Mato Grosso, Santa Catarina e Espírito Santo

Os 20 melhores municípios
Entre os 497 municípios gaúchos, na avaliação do MPF, os 20 melhores:
Porto Alegre 10,00   Santa Cruz do Sul 10,00   Venâncio Aires 10.00   Vale do Sol 9,80
Herveiras 9,70   Muliterno 9,70,   Nova Roma do Sul 9,30   Canoas 9,30    Agudo 9,10
Osório 9,10   Três Passos 9,10   Cachoeirinha 9,10   Cacique Doble 9,00   Esmeralda 9,00
Nova Hartz 9,00   Paim Filho 9,00   Rio Pardo 9,00   São Leopoldo 8,90   São Valentim 8,90   Água Santa 8,80    

Avaliações na Serra
Nova Roma do Sul 9,30 (7º),   Ipê 8,80 (21º),    Campestre da Serra 8,50 (34º),
 Vacaria 8,50 (35º),    Nova Petrópolis 8,20 (55º),     Flores da Cunha 7,80 (9º), Farroupilha 7,50 (129º),    Gramado 7,30 (150º),    Caxias do Sul 7,10 (176º),
Antonio Prado 6,50 (239º),    Carlos Barbosa 6,20 (259º),    Bom Jesus 6,10 (268º), Veranópolis 5,60 (318º),    Bento Gonçalves 4,60 (383º),    São Marcos 4,10 (406º), Canela 3,80 (424º),    Garibaldi 3,10 (453º),    Nova Prata 2,70 (466º)

Nota: entre parênteses a posição em âmbito estadual








NO STF é assim. Petistas votam em prol dos tucanos.

A hierarquia republicana deve ser obedecida. O senado é a câmara superior entre os parlamentos. O voto de parlamentares no Congresso Nacional em qualquer circunstância deve ser aberto, requisito do estado democrático, o eleitor quer saber. Nada de secreto.  O regimento interno da Câmara Federal não pode sobrepor-se ao preceitos que regem a Constituição. A formação de uma comissão especial na câmara de deputados deve obedecer aos regulamentos impostos, formada por lideres dos partidos. Assim deveria ser o constituído, inerente ao estabelecido pelo sistema regido pelo estado democrático. Foi necessária uma ação judicial para questionar os atos do presidente da câmara Eduardo Cunha, mequetrefe constitucional e seus asseclas, que por meio da sutileza de argumentação, aparentemente lógica, mas falsa e capciosa, um sofisma, patrocinaram a manobra de interesses políticos contrária a toda proposição constitucional.
Não é necessário ter profundo conhecimento jurídico constitucional, a perspicácia dos causídicos, a sapiência de um jurista, para se saber que o ato golpista de Cunha, o irracional jurídico não teria advento.
Acatada a medida liminar por ministro do STF, ajuizada contra normas que disciplina o processo de impeachment iniciou-se a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) de número 378.
Conforme a regra processual foi estabelecida liturgia jurídica: primeiramente a escolha do ministro relator, designado Edson Fachin, tido como petista, o mesmo que concedeu a medida liminar. Petistas vibraram. Esfregaram as palmas das mãos num gesto de contentamento, soltaram um sorriso sardônico depreciando adversários.
Tucanos e aliados, a turma do Cunha, decepcionados arregalaram os olhos descrentes, morderam os lábios pelo desapontamento.
Ministro Fachin, relator, durante aproximadamente três horas expôs seu relatório e aí acontece o revés. Não é que o suposto petista aprovou literalmente o que foi acordado por Cunha e seus partidários. Opositores efusivos, eufóricos saudaram o relatório. Fachin pareceu um tucano. Quanto aos petistas o desgosto pela surpresa revelado pelos olhares esbugalhados de fúria. Sentiram que o relatório foi um escrito de verdadeira trairagem.  Por sua vez os tucanos, mediante o mesmo relatório na votação não deixaram por menos: ganhariam de goleada, 11 x 0. Mas alguém lembrou que havia o voto do ministro Toffoli, tido como petista. Outro alguém retrucou: “Tudo bem, então será 10 x 1.
Com o desenrolar do julgamento não aconteceu a goleada premeditada, pior, ocorreu a derrota. Inacreditável. Ministros supostamente petistas entre eles Fachin e Toffoli
votaram a favor das teses de Cunha. Votos que acompanharam os ministros rotulados como tucanos: Gilmar Mendes e Celso de Mello.
Assim o impeachment voltou a estaca zero. O coxinha da direita reacionária ficou furibundo, impetuosamente furioso. Pensou. Dilma numa primeira estância do impeachment passou incólume. A odiosa paixão, o rancor descabido, a decepção extrema em saber que dois petistas votaram com os tucanos.
Fachin na eleição presidencial declarou voto a Dilma. Agora, no impeachment, votou contra. Quis mostrar independência, que não está atrelado ao PT? Provavelmente se baseou na rigidez da lei, diferentemente da maioria dos colegas.
O voto de Toffoli contra Dilma poderia ser uma questão pessoal. Afinal há informação de que pertenceu ao movimento “volta Lula”.
Talvez uma visão maniqueísta possa explicar o voto dos dois ministros.  


  


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Cícero para Cunha: "Até quando ainda abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo...

Alto nível intelectual na corte imperial de Brasília. O latim é usado como língua nacional, entre o vice-presidente e a presidenta da República brasileira. O vice escreve uma carta para a presidenta e em destaque abre a missiva com um prólogo em língua latina: “Verba volant, scripta manent”, ou seja, na nossa língua, a portuguesa, significa “as palavras voam, os escritos permanecem”.
Dilma, da mesma forma, pela intelectualidade latina, poderia responder: “Aquiris quodcumque rapis” ou seja, “colhes o que planta”. Mais, ainda em latim: “Mala herba cito crescit”, traduzindo “ervas daninhas crescem rápido”.  Parecem, retornando aos primórdios, mensagens em tempo da república e império romano em que o latim era a língua oficial naquela época de Roma. Latim é uma língua morta, mas tem autoridades brasileiras querendo revivê-lo, ressuscitar a língua latina. Na verdade um fato anacrônico. A atual comunicação política nacional no cotidiano, não só latina, em que o brasileiro analfabeto funcional e muita gente boa não entendem patavina, mas também em bom português, tem um jeito prosaico, modo de coisa jocosa e bizarra, talvez a tentativa de enganar alguém, um lero-lero sem objetividade.
Data-venia (latim de novo) ou seja, com a devida licença, a língua mais morta continua viva em Brasília e está no cotidiano político da capital federal e até mesmo nas ações da Polícia Federal.
Uma investigação da PF foi cognominada com a expressão latina “erga omnes” o que significa que a lei e uma decisão “valerá para todos”.
A mais recente investigação dos federais tem uma denominação em latim: Catilinária. Esse nome próprio faz referência aos discursos pronunciados pelo cônsul Marco Tulio Cicero, famoso histórico, renomado cônsul e tribuno romano conhecido simplesmente por Cícero.
Catilinária, designada assim envolve Cícero e seus discursos no Senado romano, pronunciados em 63 a.C. contra Lucio Sergio Catilina, senador, subversivo e militar, filho de família nobre, mas falido financeiramente e que planejava com seus seguidores derrubar o governo republicano romano para obter poder e riqueza. Na verdade uma tentativa de golpe na antiga Roma há mais de dois mil anos. (Qualquer semelhança com a política atual brasileira pode ser uma mera coincidência).
Em um dos memoráveis discursos Cícero se pronuncia com varias indagações, verdadeira inquirição: “Até quando Catilina abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio?”
Lúcio Sergio, o Catilina, nesse confronto aberto no Senado, pela eloqüência do discurso de Cícero, perdeu. Derrotado, na oposição, aliou-se ao exército golpista e foi ao confronto pelas armas. Deu-se mal. No ano seguinte o rebelde morreu em campo de batalha.
Imagine-se. Cícero na atualidade, no parlamento brasileiro, poderia dirigir seu discurso ao deputado-presidente da Câmara: “Até quando Cunha abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo...
Em Brasília o latim predomina. A presidenta Dilma nada gostou do latim de Michel e num momento de reflexão, de meditação solitária em latim claro, deve ter pensado: “Beati pauperes spiritu” ou seja, em reflexão clara, em português: “Bem-aventurados os pobres de espírito”, isso depois de um momento de inicial de surpresa, quando recebeu a tal carta deve ter exclamado, ainda em latim: “ Tu quoque, Michel, fili mi!” (Até tu, Michel, filho meu”! 
 



  

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Temer traíra, Dilma cassada e Cunha presidente.

O sujeito tem excelente oportunidade de conquistar uma posição invejável, poderosa, prestigiosa. Nem que para isso use manobras artificiais, conluios ou conchavos, ardis em que não haja nenhuma ilegalidade, mas muito discutíveis no aspecto da moralidade. A oportunidade apresentada em muitos casos uma simbiose com o oportunismo, aquele sistema que é a prática usada por aqueles que se aproveitam astuciosamente da dita oportunidade e como oportunistas tirar proveito, vantagens conseguidas pela perfídia conspiradora, por ações clandestinas, pela falsidade que como se diz na gíria, “traíragem”. Esse retrato cômodo e conveniente parece ter como protagonista, ser adequado no momento a configuração política de Michel Temer e o PMDB. O comportamento de Temer é de ter absoluto desejo em ser presidente da República. Tudo começa com um desconforto, de veladas críticas à presidenta Dilma, o projeto de “Uma Ponte para o Futuro”, são as maiores determinantes para alcançar seu objetivo. A vontade de Temer pela presidência ficou explicita por mais um imbróglio surgido: a carta enviada a Dilma. A missiva tornou-se pública, causou rebuliço, controvérsia, e seu autor disse que a correspondência não poderia ter sido vazada. A carta com aquele teor crítico, de certa amargura, evidentemente era para ser publicada, se assim não fosse não teria nenhuma repercussão. Qual seria o interesse em escrever de forma particular para Dilma, declarando sua insatisfação. As linhas escritas por força do desgosto se referem em determinado ponto ao desprezo, a posição decorativa de vice-presidente.
Se assim se sentiu o vice nos quatro primeiro anos de governo, porque então aceitou na reeleição continuar desprezado e decorativo. O poder encanta, seduz, é possessão.
Assim, com essa política e artimanhas, vontade e desejo, farão de Michel Temer em março novo presidente do Brasil. Articulações políticas com essa finalidade já ocorreram. A formação da Comissão Especial na Câmara de Deputados é um indicio. Os peemedebistas querem apoio e iniciam conluio com os tucanos. Nessa articulação o PSDB pode se dá mal na próxima eleição presidencial. Vale um exercício imaginativo. Imaginemos Temer presidente. O projeto “Uma Ponte para o Futuro” da certo, economia equilibrada, investimentos retornam. Tudo isso faz do PMDB favorito nas eleições de 2018. Adeusinho para os tucanos de Geraldo Alckmin.
Sim, Alckmin, o candidato do PSDB que é mais político, tem mais carisma. Aécio ficou fora. Não tem aquele perfil. Em entrevistas mostra a feição da indecisão, nas declarações o rosto de um inseguro, a cara de um tanso.
Enfim depois de tanto anos (mais de 20) de estar no governo o PMDB é governo com Temer. Certamente o amigo Padilhão (Eliseu Padilha), o primeiro traíra, será o Ministro Chefe da Casa Civil e até pode ser Eduardo Cunha Ministro da Justiça. Sim, com o PMDB no comando, Cunha escapa da cassação. Mais. Cunha poderá ser até presidente. Pela invenção construtiva imaginativa, Temer por algum motivo, não assume a presidência. Pela Constituição assume o presidente da Câmara de Deputados, Cunha. Por sua vez - já que estamos nesse patamar – presidente da Câmara Tiririca. Que país é esse?
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Faustino espanhol, Luiza belga e a Compagnie Auxiliare de Fer Bresil

Deveras. Dentre as personalidades da história do município de Farroupilha  está meu avô Faustino Gomes, espanhol que chegou menino, 11 anos de idade, quase ao final do século XIX  com a sua família. Veio para o Brasil entre aproximadamente os 700 mil espanhóis emigrantes (o terceiro maior contingente de emigrantes). Os espanhóis como todos imigrantes europeus - alemães, portugueses e italianos - fugiram da situação de miséria no campo o que os impeliu em buscar novas possibilidades de uma vida melhor.
Nascido e procedente da cidade espanhola de Seijido, província de Pontevedra, Faustino e a família chegaram a Santa Maria onde se localizava o mais importante centro ferroviário do Estado. O espírito aventureiro, a busca de novas oportunidades, a esperança de promissores horizontes, remeteu a família àquela cidade onde havia possibilidades de engrandecimento profissional e crescimento pessoal, entre trens e trilhos.
Por ali a família espanhola iniciou a vida empresarial como empreiteira do ramo ferroviário.  Santa Maria naquele tempo era uma pujança econômica por ser o maior ramal ferroviário do estado, ponto central do trafego de trens. Naquela cidade se estabeleceu em 1898, como arrendatária da rede rio-grandense de ferrovias, a empresa belga Compagnie Auxiliare de Chemins de Fer au Bresil. A companhia na Santa Maria da Boca do Monte construiu 80 residências para abrigar seus funcionários, comunidade que ficou conhecida como Vila Belga, hoje restaurada, faz parte do Patrimônio Histórico Municipal. Nessa vila provavelmente morava uma jovem belga de nome Luiza Debelauprez que tinha a função de cozinheira.
O menino Faustino cresceu, estudou, casou e se separou pelo desquite.

           Surge a empresa Oppitez & Gomes em que seu pai é um dos
           sócios e consegue junto a firma belga, concessionária para a construção e
           execução do ramal da via férrea entre Montenegro e Caxias do Sul, habilitar-
           se para a conclusão da ferrovia em seus últimos 50 quilômetros, entre a vila
           Santa Luiza (hoje Carlos Barbosa) e Caxias do Sul passando por Nova Vicenza
          (Farroupilha).  É o jovem Faustino que vem a ser responsável pela fiscalização
          da obra. Primeiro se estabelece na vila Santa Luiza quando conhece a moça
          belga Luiza que por ali tinha chegado anteriormente e por sua cultura

         européia, transformou-se em professora. Faustino e Luiza se enamoram,                  formam uma família e vem morar em Nova Vicenza e tem como residência um casarão no alto rua Paim Filho com a Julio de Castilhos, onde
         hoje localiza-se um posto de abastecimento de combustível. Encerrado seu
         trabalho de empreiteiro com a inauguração do trecho ferroviário entre
         Montenegro e Caxias do Sul em 1910, Faustino dedicou-se a outras atividades.
        Esse fato, como bem outros acontecimentos históricos de Farroupilha estão no
       excelente livro de Raul Tartarotti, “Farroupilha história de uma cidade” (Ponto &
       Virgula Editora R$ 50,00). O livro de Tartarotti, como o de Alice Gasperin, a
       monografia de Ortenilla Dileta M. Trenti e algumas monografias que se
       encontram na Biblioteca Municipal são a pouca coisa da história farroupilhense.

       

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