segunda-feira, 20 de junho de 2016

DE ULISSES GUIMARÃES PARA EDUARDO CUNHA : VERGONHA

Março de 1964. Golpe de Estado e com os militares inicia-se atroz ditadura. Constituição é rasgada, em pedaços vai para o lixo. Congresso Nacional fechado. Cassações, presos políticos, torturas, mortes.
Para dar uma falsa situação democrática, ditadores criam um partido político em 1965 denominado Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e torna-se a expressão política da ditadura. Dessa forma extingui-se o pluripartidarismo naquela época.
A ARENA, que tinha força por ser o apêndice político da ditadura, foi rebatizada como Partido Democrático Social (PDS). Mais adiante, sem o amparo de militares, depois da democratização, perdeu-se pelo sentido conservador radical e pelas divergências de opinião entre várias correntes.
Inconstante, sem uma definida plataforma partidária se transformou em várias siglas.
A primeira dissidência ocorreu por desentendimento político ou por questões pessoais. Os dissidentes formaram Partido da Frente Liberal (PFL) que dissolvido passou a ser Democratas (DEM). Aqueles que ficaram com o PDS resolveram fazer incorporação ao Partido Democrata Cristão (PDC), assim o PDS acabou e surgiu uma nova sigla Partido Progressista Renovador (PPR). Ao que parece o título partidário não agradou, por essa razão passou a ser Partido Progressista Brasileiro (PPB). O nome mais uma vez não agradou e finalmente passou a ser Partido Progressista (PP).
Na ditadura militar com a ARENA unicamente como partido político, os ditadores permitiram o bipartidarismo para garantir visibilidade internacional de “democracia”, surgindo então um partido de oposição, Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O MDB oposicionista ao regime militar popular alcançou enorme popularidade com as votações expressivas nas poucas eleições que havia na época.
O governo de exceção sentiu e numa jogada para confundir o povo determinou o uso da letra P como primeira em qualquer sigla partidária. Inteligentes, próceres do partido, simplesmente colocaram a letra P à frente: MDB passou a ser PMDB.
O regime tinha outra intenção com a determinação, a tentativa de desvincular-se militarismo, findando com a ARENA e passando a ser PDS, com o P à frente.
Na redemocratização o retorno do pluripartidarismo e então o PMDB como o PDS, deram origem a tantos outros partidos formando essa barafunda partidarista.
Houve um passado da política do respeito, da ética parlamentar. Situacionistas e oposicionistas de uma época, embora houvesse os mais ardentes debates, respeitavam-se, honravam seus mandatos.
No mundo político contemporâneo, o soberano poder legislativo está desavergonhado, impudico, despudorado, envolto na baderna que virou uma zorra.
O parlamento de antigamente tinha Ulisses Guimarães. Hoje Eduardo Cunha.  
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Políticos gaúchos, afirmam não se misturarem com os políticos e partidos do resto do país. Petistas gaúchos dizem que não tem nada a ver com o PT de São Paulo do Zé Dirceu. O PMDB do Rio Grande não se mistura com os peemedebistas tipos Cunha, Jucá e Renan. O PP gaúcho afirma não ter ligação alguma com Paulo Maluf e Pedro Correia. Os gaúchos têm sim muito a ver com os partidos nacionais, afinal a eles são filiados. Se não aceitam os corruptos de outras bandas (como se por aqui não existissem outros) criem pois a República Rio-Grandense.
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Parte do programa da ARENA expressão política da ditadura:
“...queremos unir os brasileiros em geral contra a ameaça do caos econômico, da corrupção administrativa e da ação radical das minorias ativistas”.



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