Março de
1964. Golpe de Estado e com os militares inicia-se atroz ditadura. Constituição
é rasgada, em pedaços vai para o lixo. Congresso Nacional fechado. Cassações, presos
políticos, torturas, mortes.
Para dar uma
falsa situação democrática, ditadores criam um partido político em 1965
denominado Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e torna-se a expressão política
da ditadura. Dessa forma extingui-se o pluripartidarismo naquela época.
A ARENA, que
tinha força por ser o apêndice político da ditadura, foi rebatizada como Partido
Democrático Social (PDS). Mais adiante, sem o amparo de militares, depois da
democratização, perdeu-se pelo sentido conservador radical e pelas divergências
de opinião entre várias correntes.
Inconstante,
sem uma definida plataforma partidária se transformou em várias siglas.
A primeira
dissidência ocorreu por desentendimento político ou por questões pessoais. Os
dissidentes formaram Partido da Frente Liberal (PFL) que dissolvido passou a
ser Democratas (DEM). Aqueles que ficaram com o PDS resolveram fazer incorporação
ao Partido Democrata Cristão (PDC), assim o PDS acabou e surgiu uma nova sigla
Partido Progressista Renovador (PPR). Ao que parece o título partidário não
agradou, por essa razão passou a ser Partido Progressista Brasileiro (PPB). O nome
mais uma vez não agradou e finalmente passou a ser Partido Progressista (PP).
Na ditadura
militar com a ARENA unicamente como partido político, os ditadores permitiram o
bipartidarismo para garantir visibilidade internacional de “democracia”,
surgindo então um partido de oposição, Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
O MDB oposicionista
ao regime militar popular alcançou enorme popularidade com as votações
expressivas nas poucas eleições que havia na época.
O governo de
exceção sentiu e numa jogada para confundir o povo determinou o uso da letra P
como primeira em qualquer sigla partidária. Inteligentes, próceres do partido,
simplesmente colocaram a letra P à frente: MDB passou a ser PMDB.
O regime
tinha outra intenção com a determinação, a tentativa de desvincular-se
militarismo, findando com a ARENA e passando a ser PDS, com o P à frente.
Na
redemocratização o retorno do pluripartidarismo e então o PMDB como o PDS, deram
origem a tantos outros partidos formando essa barafunda partidarista.
Houve um
passado da política do respeito, da ética parlamentar. Situacionistas e oposicionistas
de uma época, embora houvesse os mais ardentes debates, respeitavam-se,
honravam seus mandatos.
No mundo
político contemporâneo, o soberano poder legislativo está desavergonhado,
impudico, despudorado, envolto na baderna que virou uma zorra.
O parlamento
de antigamente tinha Ulisses Guimarães. Hoje Eduardo Cunha.
*** ***
Políticos
gaúchos, afirmam não se misturarem com os políticos e partidos do resto do
país. Petistas gaúchos dizem que não tem nada a ver com o PT de São Paulo do Zé
Dirceu. O PMDB do Rio Grande não se mistura com os peemedebistas tipos Cunha,
Jucá e Renan. O PP gaúcho afirma não ter ligação alguma com Paulo Maluf e Pedro
Correia. Os gaúchos têm sim muito a ver com os partidos nacionais, afinal a
eles são filiados. Se não aceitam os corruptos de outras bandas (como se por
aqui não existissem outros) criem pois a República Rio-Grandense.
*** ***
Parte do
programa da ARENA expressão política da ditadura:
“...queremos
unir os brasileiros em geral contra a ameaça do caos econômico, da corrupção
administrativa e da ação radical das minorias ativistas”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário