segunda-feira, 6 de junho de 2016

Em Brasília: se gritar pega ladrão não fica um meu irmão

Existe um paiseco que passa por uma situação inusitada, insólita, estapafúrdia, bizarra, excêntrica, enfim, poderia se usar qualquer um desses adjetivos para determinar algo estranho. Situado no hemisfério sul, latino-americano, de fato está numa condição esquisita, porque tem dois presidentes. Na verdade um casal presidente. Ela, presidenta está afastada. Ele, presidente provisório. Mais verdade ainda.
O presidencialismo duplo não identifica em saber quem manda e coloca-se numa conjetura esdrúxula. A presidenta afastada pode voltar a governar. Ele presidente provisório não sabe até quando governa, assim sendo, pode retornar a condição de vice. A imperfeição desse regime republicano leva a insensatez, ao ridículo, quando supõe-se, acredita-se, que quem manda mesmo é uma terceira pessoa, que seria, poderia se dizer, um primeiro ministro, o deputado que foi destituído da presidência do parlamento por corrupção mas continua em evidência, dando as cartas, ordenando nesse mesmo parlamento.
O paiseco confuso republicanamente, em plena balbúrdia democrática, pode ser comparado a uma rebubliqueta das bananas, onde tudo é patético, abominável.
A republiqueta das bananas é um pejorativo para designar paiseco que tem como comódities a exportação de bananas, que alias está em crise econômica em razão do mercado da União Européia, o maior consumidor e importador não aceitar bananas com devido padrão de qualidade com a exigência que as bananas tenham 14 centímetros de comprimento e 270 milimetros de grossura.
 Além do desemprego e inflação, como está por baixo, no fundo do poço, tudo pode acontecer de ruim naquela republiqueta, até as bananas, no caso, nanicas.
As republiquetas que tem como fruto a banana podem também metaforicamente ser vivenciada por políticos bananas que são envolvidos em presepadas por políticos mais espertos, tem até um nome Cunha. Aah, mais ainda, tem a peculariedade  de ter tem dois presidentes.
Naquele paiseco transita um processo judicial que envolve políticos (parlamentares e governantes), empresários, pastores (que vivem em pleno pecado), todos envolvidos e investigados em falcatruas e corrupções. O método processual tem uma técnica de investigação que consiste numa oferta de benefícios pela Justiça caracterizada àquele que confessar e prestar informações úteis ao esclarecimento do fato delituoso, que tem como designação a delação premiada, que paradoxalmente oferece prêmio para quem, na gíria policial é conhecido e se que apresente como Dedo-Duro, X-9.
O alcaguete, o delator como também é conhecido é aquele que trai a confiança de alguém, quando há a quebra de sigilo e revela tudo que não deveria ser dito, fundamental numa delação.
Por essa forma de agir os delatores são indivíduos sem escrúpulos que não têm a menor hesitação em praticar a traição. Hipócritas traidores não possuem caráter, desprezíveis moralmente. São covardes, desleais com os companheiros.
No ambiente político-partidário, entre correligionários, falsos que não tem compromisso com a lealdade. Na verdade corruptos que não merecem mais do que isso e assim pela delação, pela colaboração, pela entrega de companheiros, para salvar a própria pele passam por devassos, antiéticos, sem qualquer valor moral, o que pouco importa.
Na corrupção desenfreada há o conluio de parlamentares e empresários formando uma verdadeira corja de corruptos.
Naquele paiseco, na capital daquela republiqueta das bananas a situação é tão deplorável, lastimavelmente depravada, infectada pela corrupção que uma música sucesso do passado ainda faz sucesso no presente:
“Se gritar pega ladrão / Não fica um meu irmão”.      


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