domingo, 27 de novembro de 2016

ELEIÇÃO AMERICANA: perde quem ganha quem perde

 Entenda: perde quem ganha, ganha quem perde
O sistema eleitoral americano é estranho, de difícil compreensão, além de injusto e antidemocrático. Trata-se de uma confusa situação em que o voto popular, a votação direta de milhões eleitores, perde para um colegiado eleitoral de 580 delegados, que de forma indireta elege o presidente. Foi o que aconteceu na recente eleição nos Estados Unidos: a democrata Hillary Clinton teve o maior número votos populares, mas perdeu no colégio eleitoral para o republicano Donald Trump.
A eleição indireta nos Estados Unidos tem como propósito evitar que os candidatos ignorem os estados pequenos e áreas rurais, em detrimento as grandes cidades, o que obriga os candidatos a percorrerem quase todo o país.
Mas esse propósito na prática não é atingido. Na última eleição americana observou-se que as campanhas se concentraram em estados que não são por tradição fieis a determinado partido, onde a tendência varia entre democratas e republicanos.
Decididamente os candidatos não percorrem todo o país. O candidato republicano não visita a Califórnia porque por tradição os votos são dos democratas
De outra feita, o candidato democrata não perde tempo em comparecer ao Texas por saber que os votos são republicanos.
Cada estado tem determinado número de delegados pelo tamanho da população e representantes no Congresso, senadores e deputados.
Trata-se de um processo eleitoral que tem duas fases, por isso, longo e cansativo. Na primeira fase inicia-se o processo de indicação dos delegados para Convenção Partidária, ou eleições primárias. Candidatos são lançados e concorrem entre si, escolhidos pelo voto dos eleitores.
Na segunda fase os eleitores retornam às urnas para votarem em seus candidatos, meio pelo qual indicam aos delegados - pelo voto popular eleitos na primeira fase - que irão representá-los na votação indireta, em quem votar no Colégio Eleitoral. O eleitor do Partido Republicano ou o Democrata está realmente ordenando que o delegado vote no candidato escolhido. Dessa forma os votos dos eleitores não são creditados diretamente ao seu candidato. Os votos são destinados a um delegado que indiretamente votará no candidato determinado.
Importante que os delegados escolhidos, são fieis aos eleitores no Colégio Eleitoral e assim a obrigatoriedade de seguir o voto popular. Em alguns estados os integrantes do Colégio Eleitoral são obrigados a seguir o voto popular. Em outros são livres para votar como quiserem, mas na prática isso não acontece.
São 580 delegados designados. O candidato a ser eleito necessita de 270 votos.
A proporção dos delegados por estado é determinada pela população, pelo número de senadores e deputados no Congresso.
Na eleição americana a determinação final dos votos de cada estado é absoluta e não proporcional. Somente em dois estados existe essa proporcionalidade (Maine e Nebraska). Mesmo que um candidato derrote ao republicano, ou vice versa, por exemplo, 55% a 45%, não há proporcionalidade. De forma absoluta todos os votos serão destinados ao candidato de maior percentual.
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 Imagine-se esse sistema de eleição no Brasil. Pelo voto direto, o eleitor escolhe o seu candidato para presidente. O delegado que irá representá-lo na votação indireta deve votar no candidato escolhido pelo eleitor.

Com tanto Mensalão e Petrolão é bem possível que mude seu voto 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Hitler, Mussolini e Trump

O atual conjunto de transformações com a globalização na ordem política ocorre, foi criado, por um fenômeno caracterizado por uma ferrenha doutrina conservadora, pelo nacionalismo exacerbado, pela agudeza de espírito da direita populista.
O presente estado de coisas nos remete ao passado, as lembranças de um desvairado e bestial tempo na história. Período da brutalidade criminosa de Adolf Hitler, da ferocidade assassina de Benito Mussolini.
Fim da Primeira Guerra Mundial. A Alemanha que entrará na guerra como uma potência imperialista ( os Estados Unidos de hoje), toda orgulhosa, cheia de presunção, saiu dela derrotada, endividada e arruinada.
O calamitoso processo econômico enfrentado pelos alemães decorrente de enormes indenizações pagas, o marco alemão em declínio, a hiperinflação, tudo isso teve um efeito devastador. Esse infortúnio econômico, uma desdita nos anos subseqüentes, teve como resultado o caos. A confusa e sem solução economia alemã provocou na política uma grave crise com situações extremadas de golpes da direita e esquerda.
Um jovem por sua bravura, ferido duas vezes, condecorado como herói e por suas proezas guerreiras, no vazio de uma crise surgiu no cenário político Adolf Hitler, imposto, situado, colocado como líder populista.
Fundou o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores e com ele surgiu o Nazismo. Deu no que deu. A história conta os horrendos acontecimentos de Hitler, do Nazismo.
Fim da Primeira Guerra Mundial. A Itália tragicamente contabiliza um saldo doloroso de  700 mil mortos e 500 mil feridos. Conta pelo lado contábil dívidas enormes junto a bancos estrangeiros. Fome e desemprego são fenômenos devastadores. Operários e camponeses em total pindaíba afetados pela crise que redunda em agitação social.
A complicada situação, a conjuntura difícil e perigosa oferece o oportunismo. No vácuo da crise econômica e política surge Benito Mussolini e com o seu Partido Nacional Fascista e se oferece como representante para solucionar os problemas sociais da Itália. Tem a intenção de acabar com greves operárias e com as agitações socialistas, o que agradou em muito aos conservadores, a direita reacionária.
Deu no que deu. Nos anais da história italiana o registro de um período medonho.
Acreditamos que não possa se repetir tão infaustos acontecimentos dos períodos de Hitler e Mussolini. O mundo de hoje, a globalização, não permite mais acontecer trágicos sinistros de antigamente.
Porém no contexto político, econômico e social há algumas ilações com o passado. O nacionalismo, o predomínio dos conservadores, o exultante domínio partidário e ideológico de regimes à direita.
Na Inglaterra o nacionalismo inglês com o Braxit, na França o fascismo com a família La Pen, na Itália, Espanha o recrudescer da direita.
Agora Donald Trump. Trump não se trata de nenhum Hitler ou Mussolini, mas tem ideias parecidas, comportamento quase idêntico. Igual aos dois líderes repulsivos predomina o preconceito, racismo, a intolerância com os imigrantes mexicanos, o repúdio aos muçulmanos (com Hitler os judeus).
Xenófobo Trump pretende acabar com acordos comerciais com Japão e China. Assim em estradas americanas não se encontrará Toyotas rondando, nas lojas não mais miudezas chinesas.
Sexista quanto ao gênero feminino, no entanto pelo assédio sexual costumava bolinar as mulheres e casou três vezes. Portanto com Trump misoginia nem tanto.
 Trump faz parte de um mundo em transformação para pior com ideias arcaicas, pensamentos anacrônicos, ações obsoletas.

   

Absurdos da eleição proporcional

A eleição proporcional é antiga. Surgiu na Europa no fim do século XIX. A finalidade do voto proporcional é obter uma melhor e maior representação dos partidos políticos junto ao poder legislativo. O importante é a coletividade da agremiação política e não a individualidade do candidato. O fato é comprovado quando um partido de boa votação elege um candidato de menor votação relacionada a outros candidatos.
O voto proporcional é o sistema eleitoral escolhido pela maioria dos países, o mais utilizado pelas democracias no mundo.
A eleição proporcional se apresenta em muitos resultados como uma vilã, coisa abjeta, injusta, porque não desequilibrada, muitas vezes como uma excrescência.
Muitos são os comentários críticos. Sistema em que o eleitor vota em determinado candidato, mas pode estar contribuindo para eleger outros candidatos, desconhecidos, aqueles pelos quais não tem a mínima afinidade, embora pertençam ao mesmo partido ou coligação.   Isso ocorre porque na proporcionalidade o voto não é contado apenas para o candidato, mas também para o partido ou coligação.
As vagas às câmaras serão distribuídas em proporção aos votos obtidos pelos partidos e coligações, preenchidas pelos candidatos mais votados.
O preenchimento dessas vagas é feito por cálculos do quociente eleitoral e quociente partidário, como também na distribuição de sobras.
O número total de votos válidos de cada agremiação é que define a quantidade de vagas as quais a legenda terá direito.
É a partir daí, com esse sistema, que se elege o deputado ou vereador, quando entra a aritmética para calcular os quocientes, quando a matemática elege algum candidato com um menor número de votos.
Por tudo isso em muitas eleições proporcionais ocorre a incoerência, o contraditório. Em eleições proporcionais farroupilhenses aconteceu aquele injusto fenômeno eleitoral e não foi diferente nesse ano.
Na recente eleição para a Câmara Municipal o candidato eleito pela proporcionalidade com base em cálculos de quociente eleitoral e partidário, somou menos votos do que qualquer um dos primeiros cinco suplentes e 194 a menos que o primeiro suplente   
O sistema de eleição proporcional provocou com alguns resultados delírios, esquizofrenias eleitorais Em eleição passada o candidato a deputado federal Enéas com sua exuberante votação levou consigo para Brasília quatro candidatos de baixas votações, um inclusive com menos de mil votos. Mais recentemente Tiririca, com espetacular votação elegeu para a Câmara Federal, três candidatos com votações inferiores a dezenas de outros candidatos.
O fim desses absurdos eleitorais parece terminar. Na quarta-feira o plenário Senado Federal aprovou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com coligações partidárias nas eleições proporcionais. É meio caminho avançado.
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Concernente a coluna da semana passada “Resenha Eleitoral”, os números estão corretos em seu aspecto estatístico. Serão aqueles números que estarão nos anais da história eleitoral, nos arquivos implacáveis da política de Farroupilha.
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O voto nulo é direito inconteste e democrático do eleitor. Sua escolha. Ruim, sem ser sua decisão, o eleitor ter seu voto anulado peremptoriamente pela Justiça eleitoral, em razão de deslize de outrem.


Eu, o ID, EGO e o SUPEREGO

Qualquer questão que envolva a família (eu e minha mulher) é resolvida pela troca de ideias, com  boa conversa, confabulações, que leva a uma fácil compreensão e assim sendo sem jamais chegar a discussão.
Essas questões envolvem as mais simples, como por exemplo, ela me indagar se fica elegante com determinada roupa. Por minha parte, para satisfazer melhor meu intimo, pergunto se a cor da camisa é adequada.
Nem sempre o dialogo é frugal. Em certas ocasiões é denso, necessitando meditação, complicado de muita reflexão, como o assunto a seguir.
Perguntei-lhe sobre o texto da minha famigerada coluna de passado recente. Leu e tudo lhe pareceu normalíssimo justamente por não conhecer preâmbulos da questão política envolvida.
Depois de saber da repercussão, do crasso erro cometido, abalado, constrangido, expliquei tudo a ela e lhe disse que o publicado talvez interferisse na minha credibilidade e conceito junto aos leitores, finalidade motivadora do meu trabalho.  
Senti-me confuso e perturbado com minha “barrigada”, motivo de possível afastamento do convívio semanal com os leitores.
Definida, primeiramente minha mulher recomendou a busca da informação precisa e assim redimir-me com uma retratação, o que decididamente foi feito.
Quanto ao possível afastamento de minha função jornalística a opinião racional e objetiva dela: “Trata-se de uma questão estritamente pessoal”.
Sendo assim, é tudo comigo. No meu âmago, o começo do debate, a questão única no meu íntimo de fundo psicológico, envolvendo uma tríade, a famosa trindade do cientifico estudo dos fatos comportamentais e mentais: Id, Ego e Superego.
Primeiramente no subconsciente salienta-se e não poderia ser diferente ID. Instintivo, de reações inesperadas, cheio de energia, de desejos sem muita racionalidade ou se houver, ao seu gosto. Impulsivo busca solução imediata. Com ele não há fantasias, farsas descartadas, prevalece a verdade imediata ao seu feitio.
Acusa: “Tem mais que se afastar”. Como Id não tem conhecimento do juízo, da lógica, dos valores humanos, de qualquer aquiescência, com duras palavras, sem qualquer inibição diz: “Fez a “cagada” pague por isso, caia fora”. Frustrações, lamentações, o choro não intimidam ID, a racionalidade é ao seu modo.
A vez do Ego. Pode ser o contraditório.  Na instância psíquica corresponde ao principio da realidade, equilibrista nas situações diversas. Trata-se de um controlador. Cumpre alguns desejos do ID, porém sem violações e sem ceder as demasias, pois afinal o Ego inexiste sem o ID.
Leva muito em conta o mundo externo, com isso o princípio da realidade que introduz a razão, o planejamento, a espera e calma, o comportamento humano pela racionalidade.
A vez do Superego. Na teoria psicológica a parte moral que representa os deveres, a racionalidade da sociedade. Suas regras sociais e morais nos ensinam a conviver em sociedade corretamente.
Tudo isso posto em forma da psicologia, colocado em meu subconsciente, as divergências, as controvérsias entre ID, Ego e Superego, para a satisfação daquela dúzia de leitores esqueço ID, prossigo escrevendo.