Entenda:
perde quem ganha, ganha quem perde
O sistema
eleitoral americano é estranho, de difícil compreensão, além de injusto e
antidemocrático. Trata-se de uma confusa situação em que o voto popular, a votação
direta de milhões eleitores, perde para um colegiado eleitoral de 580
delegados, que de forma indireta elege o presidente. Foi o que aconteceu na
recente eleição nos Estados Unidos: a democrata Hillary Clinton teve o maior
número votos populares, mas perdeu no colégio eleitoral para o republicano
Donald Trump.
A eleição
indireta nos Estados Unidos tem como propósito evitar que os candidatos ignorem
os estados pequenos e áreas rurais, em detrimento as grandes cidades, o que
obriga os candidatos a percorrerem quase todo o país.
Mas esse
propósito na prática não é atingido. Na última eleição americana observou-se
que as campanhas se concentraram em estados que não são por tradição fieis a
determinado partido, onde a tendência varia entre democratas e republicanos.
Decididamente
os candidatos não percorrem todo o país. O candidato republicano não visita a
Califórnia porque por tradição os votos são dos democratas
De outra
feita, o candidato democrata não perde tempo em comparecer ao Texas por saber
que os votos são republicanos.
Cada estado
tem determinado número de delegados pelo tamanho da população e representantes
no Congresso, senadores e deputados.
Trata-se de
um processo eleitoral que tem duas fases, por isso, longo e cansativo. Na
primeira fase inicia-se o processo de indicação dos delegados para Convenção
Partidária, ou eleições primárias. Candidatos são lançados e concorrem entre
si, escolhidos pelo voto dos eleitores.
Na segunda
fase os eleitores retornam às urnas para votarem em seus candidatos, meio pelo
qual indicam aos delegados - pelo voto popular eleitos na primeira fase - que
irão representá-los na votação indireta, em quem votar no Colégio Eleitoral. O
eleitor do Partido Republicano ou o Democrata está realmente ordenando que o
delegado vote no candidato escolhido. Dessa forma os votos dos eleitores não
são creditados diretamente ao seu candidato. Os votos são destinados a um
delegado que indiretamente votará no candidato determinado.
Importante
que os delegados escolhidos, são fieis aos eleitores no Colégio Eleitoral e assim
a obrigatoriedade de seguir o voto popular. Em alguns estados os integrantes do
Colégio Eleitoral são obrigados a seguir o voto popular. Em outros são livres
para votar como quiserem, mas na prática isso não acontece.
São 580
delegados designados. O candidato a ser eleito necessita de 270 votos.
A proporção
dos delegados por estado é determinada pela população, pelo número de senadores
e deputados no Congresso.
Na eleição
americana a determinação final dos votos de cada estado é absoluta e não proporcional.
Somente em dois estados existe essa proporcionalidade (Maine e Nebraska). Mesmo
que um candidato derrote ao republicano, ou vice versa, por exemplo, 55% a 45%,
não há proporcionalidade. De forma absoluta todos os votos serão destinados ao
candidato de maior percentual.
*** ***
Imagine-se esse sistema de eleição no Brasil. Pelo
voto direto, o eleitor escolhe o seu candidato para presidente. O delegado que
irá representá-lo na votação indireta deve votar no candidato escolhido pelo
eleitor.
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