quarta-feira, 26 de abril de 2017

Ladrão pé chinelo, ladrão na Odebrecht...Diferenças!

Nesse tempo perigoso de criminalidade, quando o cidadão andando na rua ou até mesmo dentro de residência é provável vitima de um ato criminoso, protagonista iminente de roubo, que envolve a perda de bens materiais e agradecer aos santos porque escapou de uma possível tragédia, da violência mais grave como um homicídio. Esses são os dias perigosos da vida urbana. Sabemos quem são os praticantes dessas atrocidades, desses atos pungentes. De modo lastimável constata-se de se tratar de uma maioria de jovens delinqüentes, indivíduos da escoria da sociedade, atirados ao meio da vida marginal. Pobres coitados, infelizes que se apegam ao crime por não terem alternativas. O assassinato para eles é uma atividade precoce. A luta entre facções criminosas é o caminho para matar ou morrer. Eles não têm como sobreviver entre as agruras das práticas mais vis e grosseiras do ser humano, existência no conflagrado no mundo cão. Em Brasília, o mundo marginal também existe, mas em outro nível. Ditos congressitas eleitos pelo povo são na verdade quadrilheiros, assaltantes do erário.  Bandidos sofisticados, de terno e gravata. Não roubam com uma arma na mão. O instrumento do crime é uma caneta, uma assinatura. Ladroagem tem o eufemismo de doação, gratificação, desde medidas provisórias com emendas, até dinheiro corrompido para campanhas eleitorais, exclusivamente pelo interesse em negócios de uma empresa do governo paralelo republicano corrupto, chamada Odebretch, manipuladora do poder nacional, executivo e legislativo. Essa gente dos dois poderes é manobrada, dominada em forma de agrados, doações, por milhões de reais pela famigerada empreiteira.
Os facínoras urbanos das periferias, só tem uma diferença para com aquelas  V.Excias de Brasília: não usam ternos, nem gravatas.
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Dias desses, semana passada. Sessão ordinária na Câmara de Federal. Deputados no plenário. De repente alguém gritou: “Saiu a lista do Fachin. Também de repente ocorreu desembalada correria, o plenário ficou rapidamente vazio, os presentes fugiram todos para seus gabinetes. É o tal negócio: “Se alguém gritar pega ladrão, não sobra um meu irmão”. Um desavisado visitante à Câmara, surpreso pergunta ao segurança: “O que aconteceu?” Resposta: “Se o aparecer o camburão  da PF todo mundo vai preso”
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Governadores, senadores, deputados, não somente eles ganharam dinheiro corrompido. Prefeito e vereadores também receberam grana da corrupção. A depravação do suborno vai do senador Aécio Neves até o Vado da Farmácia, prefeito da cidade de Cabo Santo Agostinho em Pernambuco. Ela se localiza onde fica o Porto de Suape uma das maiores obras da Odebrecht. O prefeito foi “agraciado” por benefícios fiscais.
Em Uruguaiana 10 vereadores são suspeitos de corrupção por receberem “doações” em campanha política da Odebrecht para que dessem apoio político aos negócios da empreiteira nos serviços públicos na cidade. Uruguaiana foi o primeiro município gaúcho a ter uma empresa privada como concessionária dos serviços de água e esgoto, graças aqueles vereadores.
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O grotesco e precário governo Temer, sem a legitimidade das urnas, tem oito ministros envolvidos com a corrupção da Odebrecht.  Michel disse que não demitir ninguém porque tudo está na fase de inquéritos. A verdade é que não tem outro alguém para substituí-los. Todos os demais prováveis tem “rabo preso” com a empreiteira.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Empoderamento: mexeu com uma mexeu com todas

Trata-se da palavra da vez, do momento: empoderamento. Até pouco tempo atrás era um vocábulo estranho, um termo pouco usual, incomum no vocabulário do cotidiano. Palavra enigmática, soando de modo misterioso ao sentido da audição. Sua pouca habitualidade em conversas diversas em outra época, sua ausência em textos corriqueiros anteriores, faz com que no programa do computador apareça sublinhada com um risco vermelho denotando a palavra como desconhecida. Termo relativamente novo, um neologismo de autoria do educador brasileiro Paulo Freira que criou um significado especial para empoderamento com o sentido transformador. Foi Freire que buscou a nova palavra na língua estrangeira, exatamente na língua inglesa: empowerment, que na sua forma literal significa empoderamento, dar poder, conceito derivado da ideia da conquista da liberdade pelas pessoas que subordinadas a uma posição de dependência como é o caso das mulheres diante dos homens. Por essa situação o termo empoderamento é tão moderno e usual pelo movimento social e doutrinário conhecido como feminismo – que muitos homens preconceituosos, de pensamento obsoleto, retrógrados, acham coisa ridícula - pelo direito da igualdade de gênero, pelo fim do machismo, a força preconceituosa do poderio que projeta o homem como suposto ser superior, poderoso e onipotente, que se permite a tudo, até o nojento assédio sexual quando na oportunidade encontra uma mulher receosa, fragilizada, subjugada. Não foi isso o que ocorreu com a figurinista da Globo. Assediada se mostrou corajosa e liberta para divulgar o assedio sexual que sofreu. Empoderada, mostrou poder. Mexeu com ela mexeu com todas.  
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Surgiu entre a mulherada da Rede Globo e em razão disso, a fácil divulgação, intensa repercussão, sem dificuldade alguma para sua memorização, que atingiu determinado público seletivo a expressão “Mexeu com uma mexeu com todas”. Campanha que deveria se estender para toda a população contra o assedio sexual que ocorre no interior de um trem urbano onde a moça é bolinada, no lotado ônibus ou num vagão do metrô quando a mulher indefesa é tocada em suas partes íntimas.
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O programa Big Brother da Globo, como toda programação tem produção e direção. Tal qual uma novela os participantes protagonizam o que o diretor determinar. Fulano faz isso, beltrano aqueloutro. Ele vai para debaixo do edredom com ela, ela com outro alguém, um com outro, outro com um. Cenas explicitas ao que parecem consensuais. Se assim não for permitidas é muito mais que um assédio sexual. Quando essas situações se tornam corriqueiras, sem maiores atrações para o público, é necessário aumentar a audiência. Então apela-se para momentos mais desconcertantes, com cenas drásticas, que chega atingir, mexe com o emocional de um participante levando-o a estúpida agressão a uma mulher. Lastimável o mau exemplo da Rede Globo.
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O deputado relator do projeto que regulamenta terceirização afirmou que a maioria dos trabalhadores no país do setor de asseio e higienização é do sexo feminino porque “ninguém faz limpeza melhor do que a mulher”. 
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Com a intensa repercussão do assedio sexual de um ator com uma figurinista será que acabou o famigerado “teste do sofá” na Globo.



   


terça-feira, 11 de abril de 2017

Mister PIG e Matilda

Dia desses na academia. Realizo meus exercícios anaeróbicos de treinamento intervalados com a duração de 40 minutos, que constam de oito tipos de diferentes modalidades, numa série de três para cada exercício e o intervalo de 1 minuto entre cada um deles. Do anaeróbico passo para o aeróbico, vou caminhar na esteira. Acomodo-me, coloco fones nos ouvidos. A minha frente a tela da TV,  a ligo, faço a esteira funcionar. Com o controle na mão busco um canal ao meu gosto. Diversos canais são mostrados, quando de repente no canal Telecine vejo a imagem de um ator que muito admiro Hugh Laurie, desde suas interpretações formidáveis na aclamada e famosa série televisiva dr. House,  ganhadora de inúmeros prêmios, protagonizando um médico com seus discutidos e polêmicos diagnósticos. Na tela, no filme exibido, de nome Mister Pip, o personagem Laurie (Tom Wats) é o único de raça branca numa ilha da Oceania. Como professor resolve a abrir uma escola e ensinar as crianças, detendo-se especialmente na história do livro Grandes Esperanças de Charles Dickens que conta a história de um rapaz de nome Pip (obviamente a razão do nome do filme). Parte da história contada tem episódios engraçados, o que faz crianças deslumbrassem-se em gargalhadas. Entre os alunos chama atenção uma adolescente de nome Matilde, que fica fascinada com as tramas do livro. O professor Wats é possuído de enorme satisfação com a alegria e a vontade de conhecer de seus alunos. Mas os ideais, os sonhos que passaram a ser realidade são destruídos por outra realidade. Um grupo de militares invade a comunidade com exacerbada violência em busca de supostos rebeldes. Chama a atenção ao comandante do grupo um nome escrito na areia da praia, Pip. O militar indaga a todos os presentes, exige uma resposta quando ele pergunta quem é Pip. Não dizem nada. Calados continuam, apesar das ameaças que passam para agressões, inclusive com as crianças. Não há resposta. Em razão disso pertences daquelas pessoas são destruídos numa fogueira, casas incendiadas. Diante de tanto horror, de pavor intenso, um menino se desloca em correria até onde se encontra o professor. Leva-o  então diante dos militares. Ali ele é interrogado, intimado, ameaçado, para dizer quem é Pip. Com toda naturalidade, até com leveza poética conta a encantadora história do protagonista Pip. Militares não acreditam, trata-se de mentiras, uma farsa para enganá-los, com uma prosaica narração. Acham que Pip é um perigoso rebelde escondido. O professor insiste com sua narrativa. Militares exasperam-se, para eles trata-se sutil ganha tempo, de total infantilidade. Perdem a paciência e o matam diante de todos. O horror continua, pessoas conseguem fugir entre elas Matilda que irá viver  uma vida mais prazerosa distante dali.  Diante do roteiro se constata a ficção semelhante a dura realidade. As mazelas mostradas ocorrem no mundo, especialmente no continente africano  e na Síria, saem das simulações, de enredos ficcionais e são ingressos na real, naquilo que de fato existe. Realidade do horror nas guerras civis na África. Fatos reais da ignorância e da estupidez humana com o morticínio, verdadeiro massacre, desenfreada matança de pessoas entre elas 20 crianças, covardemente assassinadas com armas químicas como vimos nessa semana na Síria e a culpa disfarçada pode ser de Mister Pip.

        

Compartilhar

 Eu compartilho, você compartilha, ele compartilha, nos compartilhamos. Compartilhar é um verbo transitivo direto no sentido de dividir, exemplo: “Eu sempre compartilho os meus problemas”. Compartilhar é também um verbo transitivo indireto, no sentido de possuir as mesmas opiniões, exemplo: “Eles compartilham dos mesmos ideais”. O detalhe na diferença entre o transitivo direto e o indireto é de que o indireto é regido pela proposição “de”, no caso “de+os, ou seja dos”. Compartilhar tem origem na palavra “partilhar” composta por “com” e “partilhar”. O prefixo “com” é uma preposição que estabelece relação de dependência e implica interação. O verbo “partilhar” significa “dividir em partes, repartir”.
Isso tudo ensina com mister Google. Com base nesses conhecimentos chegamos a concluir que a palavra “compartilhar” tem o seguinte significado: é uma interação entre pessoas para dividir alguma coisa em partes e repartir entre elas. Assim cada pessoa que participa da interação tem parte igual. Enfim, objetivamente, compartilhar é a divisão de algo em partes iguais e cada pessoa que participa dessa divisão fica com uma parte. Há controvérsias quanto ao emprego de compartilhar. Quando uma pessoa coloca sua fotografia, seu perfil, na realidade mostra, divulga o que é do seu interesse junto aos seus seguidores, seus amigos. Essa ação de “mostrar” acabou popularizando-se  como se fosse o sinônimo de compartilhar, que não tem nada de mostrar ou divulgar. Ratifica-se, conforme exposto anteriormente, compartilhar é dividir em partes. Na realidade o que se diz é de que compartilhar não surgiu do nada, pela espontaneidade e vontade popular, mas sim, foi criada pela turma do facebook. Enfim, compartilhar é uma palavra atual por seu uso na internet, nas redes sociais, particularmente no “facebook”.
Na verdade compartilhar é um termo antiguíssimo. Na história cristã um compartilhamento famoso: na Santa Ceia Jesus Cristo compartilhou o pão e vinho com os apóstolos. Mais recente: “Posso compartilhar as dores das pessoas, mas não os seus prazeres. Existe algo curiosamente aborrecedor na felicidade alheia”. Aldous Huxley. A família acomodada na praia tendo como protagonista a netinha Cecília. Ali, pertinho, também acomodada uma família argentina, com um filho com menos de dois anos de idade. Aproximou-se, com seus brinquedos , a Cecília. Não quis repartir seus objetos. O pai aproximou-se e lhe disse para “compartir”. Crianças aprendem a compartilhar e partir daí o aprendizado para compartilhar no aspecto humanista, principalmente um prato de comida.
                                                        *** ***
Raramente coloco nesse espaço elogios recebidos. Uma questão de modéstia. No entanto, em relação a última crônica, edição de 17.03.17 intitulada Bela, recatada ...e no Super faço menção pela repercussão surgida em rede social. Nada pessoal, não me falta a modéstia, porém o registro é feito pelas mulheres. Prossegue o justo discurso das mulheres contra desigualdade, a discriminação, os preconceitos, enfim o sexismo, proporcionado pela diferença de gênero. A clara luta é o movimento social e político, chamado de feminismo que busca conquistar o acesso aos direitos iguais entre homens e mulheres          


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Compartilhar

 Eu compartilho, você compartilha, ele compartilha, nos compartilhamos. Compartilhar é um verbo transitivo direto no sentido de dividir, exemplo: “Eu sempre compartilho os meus problemas”. Compartilhar é também um verbo transitivo indireto, no sentido de possuir as mesmas opiniões, exemplo: “Eles compartilham dos mesmos ideais”. O detalhe na diferença entre o transitivo direto e o indireto é de que o indireto é regido pela proposição “de”, no caso “de+os, ou seja dos”. Compartilhar tem origem na palavra “partilhar” composta por “com” e “partilhar”. O prefixo “com” é uma preposição que estabelece relação de dependência e implica interação. O verbo “partilhar” significa “dividir em partes, repartir”.
Isso tudo ensina com mister Google. Com base nesses conhecimentos chegamos a concluir que a palavra “compartilhar” tem o seguinte significado: é uma interação entre pessoas para dividir alguma coisa em partes e repartir entre elas. Assim cada pessoa que participa da interação tem parte igual. Enfim, objetivamente, compartilhar é a divisão de algo em partes iguais e cada pessoa que participa dessa divisão fica com uma parte. Há controvérsias quanto ao emprego de compartilhar. Quando uma pessoa coloca sua fotografia, seu perfil, na realidade mostra, divulga o que é do seu interesse junto aos seus seguidores, seus amigos. Essa ação de “mostrar” acabou popularizando-se  como se fosse o sinônimo de compartilhar, que não tem nada de mostrar ou divulgar. Ratifica-se, conforme exposto anteriormente, compartilhar é dividir em partes. Na realidade o que se diz é de que compartilhar não surgiu do nada, pela espontaneidade e vontade popular, mas sim, foi criada pela turma do facebook. Enfim, compartilhar é uma palavra atual por seu uso na internet, nas redes sociais, particularmente no “facebook”.
Na verdade compartilhar é um termo antiguíssimo. Na história cristã um compartilhamento famoso: na Santa Ceia Jesus Cristo compartilhou o pão e vinho com os apóstolos. Mais recente: “Posso compartilhar as dores das pessoas, mas não os seus prazeres. Existe algo curiosamente aborrecedor na felicidade alheia”. Aldous Huxley. A família acomodada na praia tendo como protagonista a netinha Cecília. Ali, pertinho, também acomodada uma família argentina, com um filho com menos de dois anos de idade. Aproximou-se, com seus brinquedos , a Cecília. Não quis repartir seus objetos. O pai aproximou-se e lhe disse para “compartir”. Crianças aprendem a compartilhar e partir daí o aprendizado para compartilhar no aspecto humanista, principalmente um prato de comida.
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Raramente coloco nesse espaço elogios recebidos. Uma questão de modéstia. No entanto, em relação a última crônica, edição de 17.03.17 intitulada Bela, recatada ...e no Super faço menção pela repercussão surgida em rede social. Nada pessoal, não me falta a modéstia, porém o registro é feito pelas mulheres. Prossegue o justo discurso das mulheres contra desigualdade, a discriminação, os preconceitos, enfim o sexismo, proporcionado pela diferença de gênero. A clara luta é o movimento social e político, chamado de feminismo que busca conquistar o acesso aos direitos iguais entre homens e mulheres          


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segunda-feira, 3 de abril de 2017

"Uma vida vazia, cheia do nada"

Não esperava. Deveras inesperado, uma agradável surpresa. Noite dessas, mais exatamente numa madrugada de uma sexta-feira, pela falta de sono, com o controle na mão, busco na televisão por mais de 100 canais, mentiroso exagero, propaganda enganosa, mas é assim que informa a publicidade. Passo pelos chamados canais abertos e a cabo. O que foi inesperado é que um canal aberto de grande audiência, como o da Rede Globo, habitual exibidor de filmes típicos de ações de enredos absurdos, característicos de aventuras com roteiros surreais, de corridas desvairadas e colisões de carros, de explosões mirabolantes, das comédias americanas de imbecil besteirol, pois bem, de forma inusitada, foi exibir um filme que não é comum na grade de programação da emissora. O filme era aquele que durante algum tempo desejava assistir. Na época, no circuito comercial sua exibição durou pouco tempo, inadequado ao sucesso de bilheteria. Explica-se: pela trama elaborada, diferentemente de filmes populares e por ser um filme argentino. Perdi a oportunidade de assistir pela rede GNC e então a Rede Globo, por aquilo que não era esperado, me proporcionou a oportunidade de assistir o excelente O Segredo dos seus olhos, filme que conquistou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010. O filme é excelso, sublime, enternecedor, e provocativo. Mexe com os sentimentos humanos, com a inquietude das pessoas, revela mesquinhez, sórdidas atitudes. O roteiro focaliza os anos de chumbo da ditadura militar argentina (época 1974), de dúbias decisões do poder jurídico, das propositais e interessadas falhas nas investigações policiais de um crime a ser desvendado. Paralelamente conta a estória fantasiosa de um romance não correspondido, de amor platônico, de um personagem sofrido com a solidão. Desde as primeiras cenas até o final surpreendente, pelo castigo ao assassino e pelo amor nada conclusivo. O enredo: Benjamim Espósito, protagonista principal é um aposentado com o cargo de oficial de justiça de um Tribunal Penal. Por isso tem a oportunidade, tempo suficiente para escrever um livro a partir de sua experiência como investigador de um homicídio. Conta uma história trágica, um crime, um estupro seguido de um assassinato, de uma bela jovem, parte de cenas fortes e medonhas. Na filmagem esse crime é refeito pelo diretor em flashback, quando do interregno na narrativa para revelar como ocorreu o crime. Na investigação Espósito tem ajuda do amigo Pablo e de sua superiora no tribunal Irene. Aí a outra parte do filme, romântica, sublime, enternecedora. Espósito nutre um amor recolhido a sua chefe Irene. Não se revela, fica indefinido, guarda segredo. Tem receio em verificar que suas expectativas, que suas fantasias não serão correspondidas. Espósito, pela diferença social, pelo posicionamento superior profissional de Irene, sua amada, o inibe em revelar-se, em declarar seu amor.  Entre o crime ocorrido, e a trama de sua história para seu livro a ser escrito, passam-se 25 anos (por isso o uso do flasback). Anos de solidão, de um amor não revelado. Sente amargura de uma existência inexpressiva, um ex-dedicado burocrata em busca de sua realização como escritor. Essa profunda sensação de esquecimento, de abandono é traduzida quando Espósito revela toda sua desilusão, o desengano de um amor nunca conquistado. Diz: “Uma vida vazia, cheia do nada”.