terça-feira, 11 de abril de 2017

Mister PIG e Matilda

Dia desses na academia. Realizo meus exercícios anaeróbicos de treinamento intervalados com a duração de 40 minutos, que constam de oito tipos de diferentes modalidades, numa série de três para cada exercício e o intervalo de 1 minuto entre cada um deles. Do anaeróbico passo para o aeróbico, vou caminhar na esteira. Acomodo-me, coloco fones nos ouvidos. A minha frente a tela da TV,  a ligo, faço a esteira funcionar. Com o controle na mão busco um canal ao meu gosto. Diversos canais são mostrados, quando de repente no canal Telecine vejo a imagem de um ator que muito admiro Hugh Laurie, desde suas interpretações formidáveis na aclamada e famosa série televisiva dr. House,  ganhadora de inúmeros prêmios, protagonizando um médico com seus discutidos e polêmicos diagnósticos. Na tela, no filme exibido, de nome Mister Pip, o personagem Laurie (Tom Wats) é o único de raça branca numa ilha da Oceania. Como professor resolve a abrir uma escola e ensinar as crianças, detendo-se especialmente na história do livro Grandes Esperanças de Charles Dickens que conta a história de um rapaz de nome Pip (obviamente a razão do nome do filme). Parte da história contada tem episódios engraçados, o que faz crianças deslumbrassem-se em gargalhadas. Entre os alunos chama atenção uma adolescente de nome Matilde, que fica fascinada com as tramas do livro. O professor Wats é possuído de enorme satisfação com a alegria e a vontade de conhecer de seus alunos. Mas os ideais, os sonhos que passaram a ser realidade são destruídos por outra realidade. Um grupo de militares invade a comunidade com exacerbada violência em busca de supostos rebeldes. Chama a atenção ao comandante do grupo um nome escrito na areia da praia, Pip. O militar indaga a todos os presentes, exige uma resposta quando ele pergunta quem é Pip. Não dizem nada. Calados continuam, apesar das ameaças que passam para agressões, inclusive com as crianças. Não há resposta. Em razão disso pertences daquelas pessoas são destruídos numa fogueira, casas incendiadas. Diante de tanto horror, de pavor intenso, um menino se desloca em correria até onde se encontra o professor. Leva-o  então diante dos militares. Ali ele é interrogado, intimado, ameaçado, para dizer quem é Pip. Com toda naturalidade, até com leveza poética conta a encantadora história do protagonista Pip. Militares não acreditam, trata-se de mentiras, uma farsa para enganá-los, com uma prosaica narração. Acham que Pip é um perigoso rebelde escondido. O professor insiste com sua narrativa. Militares exasperam-se, para eles trata-se sutil ganha tempo, de total infantilidade. Perdem a paciência e o matam diante de todos. O horror continua, pessoas conseguem fugir entre elas Matilda que irá viver  uma vida mais prazerosa distante dali.  Diante do roteiro se constata a ficção semelhante a dura realidade. As mazelas mostradas ocorrem no mundo, especialmente no continente africano  e na Síria, saem das simulações, de enredos ficcionais e são ingressos na real, naquilo que de fato existe. Realidade do horror nas guerras civis na África. Fatos reais da ignorância e da estupidez humana com o morticínio, verdadeiro massacre, desenfreada matança de pessoas entre elas 20 crianças, covardemente assassinadas com armas químicas como vimos nessa semana na Síria e a culpa disfarçada pode ser de Mister Pip.

        

Nenhum comentário:

Postar um comentário