Dia desses
na academia. Realizo meus exercícios anaeróbicos de treinamento intervalados
com a duração de 40 minutos, que constam de oito tipos de diferentes
modalidades, numa série de três para cada exercício e o intervalo de 1 minuto entre
cada um deles. Do anaeróbico passo para o aeróbico, vou caminhar na esteira.
Acomodo-me, coloco fones nos ouvidos. A minha frente a tela da TV, a ligo, faço a esteira funcionar. Com o
controle na mão busco um canal ao meu gosto. Diversos canais são mostrados, quando
de repente no canal Telecine vejo a imagem de um ator que muito admiro Hugh
Laurie, desde suas interpretações formidáveis na aclamada e famosa série
televisiva dr. House, ganhadora de
inúmeros prêmios, protagonizando um médico com seus discutidos e polêmicos
diagnósticos. Na tela, no filme exibido, de nome Mister Pip, o personagem
Laurie (Tom Wats) é o único de raça branca numa ilha da Oceania. Como professor
resolve a abrir uma escola e ensinar as crianças, detendo-se especialmente na
história do livro Grandes Esperanças de Charles Dickens que conta a história de
um rapaz de nome Pip (obviamente a razão do nome do filme). Parte da história
contada tem episódios engraçados, o que faz crianças deslumbrassem-se em gargalhadas.
Entre os alunos chama atenção uma adolescente de nome Matilde, que fica
fascinada com as tramas do livro. O professor Wats é possuído de enorme
satisfação com a alegria e a vontade de conhecer de seus alunos. Mas os ideais,
os sonhos que passaram a ser realidade são destruídos por outra realidade. Um
grupo de militares invade a comunidade com exacerbada violência em busca de supostos
rebeldes. Chama a atenção ao comandante do grupo um nome escrito na areia da
praia, Pip. O militar indaga a todos os presentes, exige uma resposta quando
ele pergunta quem é Pip. Não dizem nada. Calados continuam, apesar das ameaças
que passam para agressões, inclusive com as crianças. Não há resposta. Em razão
disso pertences daquelas pessoas são destruídos numa fogueira, casas
incendiadas. Diante de tanto horror, de pavor intenso, um menino se desloca em
correria até onde se encontra o professor. Leva-o então diante dos militares. Ali ele é interrogado,
intimado, ameaçado, para dizer quem é Pip. Com toda naturalidade, até com leveza
poética conta a encantadora história do protagonista Pip. Militares não
acreditam, trata-se de mentiras, uma farsa para enganá-los, com uma prosaica
narração. Acham que Pip é um perigoso rebelde escondido. O professor insiste
com sua narrativa. Militares exasperam-se, para eles trata-se sutil ganha
tempo, de total infantilidade. Perdem a paciência e o matam diante de todos. O
horror continua, pessoas conseguem fugir entre elas Matilda que irá viver uma vida mais prazerosa distante dali. Diante do roteiro se constata a ficção
semelhante a dura realidade. As mazelas mostradas ocorrem no mundo,
especialmente no continente africano e
na Síria, saem das simulações, de enredos ficcionais e são ingressos na real, naquilo
que de fato existe. Realidade do horror nas guerras civis na África. Fatos
reais da ignorância e da estupidez humana com o morticínio, verdadeiro
massacre, desenfreada matança de pessoas entre elas 20 crianças, covardemente
assassinadas com armas químicas como vimos nessa semana na Síria e a culpa
disfarçada pode ser de Mister Pip.
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