Mãe, palavra
que na nossa língua-mãe, na rigorosa definição gramatical trata-se de simples
substantivo. Mãe, na linguagem de
quando se fala em amar, trata-se de um carinhoso verbo intransitivo, aquele
completo, sem necessidade de um objeto indireto para complementar um sentimento
imenso de amor que é de mãe, que verbaliza o cuidar, o sorrir, a preocupação,
enfim o alegre viver. Palavra que tem continuação em seu significado a doçura,
a delicadeza, o profundo afeto. Mãe que tem também como acepção da palavra
chamar-se progenitora, como também o sinônimo de genitora. Oficiosamente podem
até serem usados os dois termos. Jamais o amor virtuoso maternal correspondido à
instintiva afeição filial, ignora progenitora ou genitora. Será unicamente a
apaixonante palavra MÃE. Mãe do milagre, da capacidade de gerar uma vida, de
parir uma criança, de dar continuidade a uma geração. É dentro de seu ser, em
suas entranhas, em seu útero, que se consagra a fertilização, o começo de uma
nova vida. Esse é o processo da mágica
ordem natural da existência humana. Falamos da imensurável felicidade
dos dotes da fecundidade, da realização de ser mãe natural. Mas o amor, o
carinho, a felicidade deve se estender para outras mães. Àquela mulher, como
muitas outras, que tem o desejo de ser mãe, mas um fato inesperado de uma
impossível gravidez, o capricho negativo da fertilidade, por um motivo qualquer
ou uma razão diversa, biologicamente não pode ser realizar como mãe. Mas ela
não deixará de ser mãe possuidora de todo amor e carinho com realização feliz
de ter um filho. Mãe adotiva de amar completamente alguém que chegou ao se amor
por uma doação. Aquela criança que sem ter o mesmo sangue, sem ser fertilizado
em suas entranhas, mas gostosamente gerado exteriormente pelo útero de seu
coração, mãe de alguém biologicamente estranho, mas profundamente amado pela adoção.
Valesca Luiza,
Maria Hildegardis e Celina. Três irmãs. Minha mãe Valesca Luiza, as outras
evidentemente minhas tias. Meus pais resolveram em determinado momento procurar
novos caminhos no Rio de Janeiro. Por lá já vivia minha tia Hildegardis, a mais
velha das irmãs, que influenciou a viagem da mais nova, Valesca. Foram no Rio
viver o casal Luiz e Hildegardis e Constantino e Valesca. Foi por lá que nasci,
na Policlínica Botafogo, próxima a sede do Botafogo F.R., na avenida Pasteur com
continuação até a praia da Urca. Nasci
ali. Meus pais moravam num sobrado na Rua Riachuelo, proximidades do largo da
Lapa. Era na verdade tratar-se de uma pensão, com proximidade de outros quartos.
Recém-nascido chorava muito incomodando outros. Dessa maneira como solução,
durante a semana ia para a casa da minha tia Hildegardes, na periferia da
cidade, quando nos fins de semana meus pais me visitavam. Esse desamparo
maternal não durou muito. Meus pais mudaram para um bairro mais na zona norte,
passei a viver o autêntico aconchego familiar. Ali vivemos alguns anos até que
um dia meus pais resolveram voltar para o sul. Para retornar o dinheiro era “contadinho”,
dava somente para quatro passagens aéreas: meus pais e os dois irmãos. Não deu
para mim. Fiquei com a minha tia com a promessa de que logo que houvesse
condição eu teria a minha passagem. Passaram-se anos, nunca veio. Dessa forma
tive o amor adotivo da minha tinha tia Hildegardis, segunda mãe, lamentando a sempre
a ausência do saudoso nunca presente amor maternal biológico de Valesca Luiza.
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