quarta-feira, 17 de maio de 2017

Valesca Luisa e Maria Hildegardis: MÃES

Mãe, palavra que na nossa língua-mãe, na rigorosa definição gramatical trata-se de simples substantivo. Mãe, na linguagem de quando se fala em amar, trata-se de um carinhoso verbo intransitivo, aquele completo, sem necessidade de um objeto indireto para complementar um sentimento imenso de amor que é de mãe, que verbaliza o cuidar, o sorrir, a preocupação, enfim o alegre viver. Palavra que tem continuação em seu significado a doçura, a delicadeza, o profundo afeto. Mãe que tem também como acepção da palavra chamar-se progenitora, como também o sinônimo de genitora. Oficiosamente podem até serem usados os dois termos. Jamais o amor virtuoso maternal correspondido à instintiva afeição filial, ignora progenitora ou genitora. Será unicamente a apaixonante palavra MÃE. Mãe do milagre, da capacidade de gerar uma vida, de parir uma criança, de dar continuidade a uma geração. É dentro de seu ser, em suas entranhas, em seu útero, que se consagra a fertilização, o começo de uma nova vida. Esse é o processo da mágica  ordem natural da existência humana. Falamos da imensurável felicidade dos dotes da fecundidade, da realização de ser mãe natural. Mas o amor, o carinho, a felicidade deve se estender para outras mães. Àquela mulher, como muitas outras, que tem o desejo de ser mãe, mas um fato inesperado de uma impossível gravidez, o capricho negativo da fertilidade, por um motivo qualquer ou uma razão diversa, biologicamente não pode ser realizar como mãe. Mas ela não deixará de ser mãe possuidora de todo amor e carinho com realização feliz de ter um filho. Mãe adotiva de amar completamente alguém que chegou ao se amor por uma doação. Aquela criança que sem ter o mesmo sangue, sem ser fertilizado em suas entranhas, mas gostosamente gerado exteriormente pelo útero de seu coração, mãe de alguém biologicamente estranho, mas profundamente amado pela adoção.   
Valesca Luiza, Maria Hildegardis e Celina. Três irmãs. Minha mãe Valesca Luiza, as outras evidentemente minhas tias. Meus pais resolveram em determinado momento procurar novos caminhos no Rio de Janeiro. Por lá já vivia minha tia Hildegardis, a mais velha das irmãs, que influenciou a viagem da mais nova, Valesca. Foram no Rio viver o casal Luiz e Hildegardis e Constantino e Valesca. Foi por lá que nasci, na Policlínica Botafogo, próxima a sede do Botafogo F.R., na avenida Pasteur com continuação  até a praia da Urca. Nasci ali. Meus pais moravam num sobrado na Rua Riachuelo, proximidades do largo da Lapa. Era na verdade tratar-se de uma pensão, com proximidade de outros quartos. Recém-nascido chorava muito incomodando outros. Dessa maneira como solução, durante a semana ia para a casa da minha tia Hildegardes, na periferia da cidade, quando nos fins de semana meus pais me visitavam. Esse desamparo maternal não durou muito. Meus pais mudaram para um bairro mais na zona norte, passei a viver o autêntico aconchego familiar. Ali vivemos alguns anos até que um dia meus pais resolveram voltar para o sul. Para retornar o dinheiro era “contadinho”, dava somente para quatro passagens aéreas: meus pais e os dois irmãos. Não deu para mim. Fiquei com a minha tia com a promessa de que logo que houvesse condição eu teria a minha passagem. Passaram-se anos, nunca veio. Dessa forma tive o amor adotivo da minha tinha tia Hildegardis, segunda mãe, lamentando a sempre a ausência do saudoso nunca presente amor maternal biológico de Valesca Luiza.


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