sexta-feira, 26 de maio de 2017

Jaburu o palácio? Jaburu ave rapina?

“Trata-se de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência.”
Primeira cena: o chefe.
Portaria de um condomínio que pertence ao contribuinte brasileiro e onde mora somente uma privilegiada família. O carro preto se aproxima. Para os seguranças algo estranho àquela hora da noite, inesperada e misteriosa visita. Não há como verificar quem seja. A película fumê que encobre o vidro não permite qualquer distinção. Um segurança vai interceptar o veículo, porém seu colega verifica a placa e permite a passagem livre.  O enigmático carro preto chama ainda mais a atenção por sua entrada direta pela garagem. A casa, mais que isso, uma mansão, muito mais que aquilo, um palácio, serve como local de secreto encontro entre um supremo chefe e um fanfarrão e delinquente. A coopropriedade  tem o nome de um pássaro, nome também que sugere na gíria uma mulher muito feia e que é desajeitada e esquisita, o que não é o caso da mulher que lá mora. O nome do pássaro é usado também como termo depreciativo e pejorativo, que pode ser o caso do homem que lá mora. O diálogo entre o chefe e o parlapatão meliante tem como destaque uma conversa simbólica pelo metaforismo:
- E o nosso passarinho, como está? Pergunta a chefia soberana.
- Está muito bem, responde o crápula interlocutor.
Disse mais:
- Na gaiola só come alpiste importada, custou umas cinco milhas
- Ótimo, ótimo, continue tratando bem ele.
É o comentário de satisfação do chefe. Falam mais, noite adentro, envolvendo outros assuntos, diálogos periclitantes pelo aspecto de uma futura traição, com pessoas de diferentes idiossincrasias, mais semelhantes pelo aspecto criminoso do “lesa pátria”.  
 . Fim de papo. O chefe convida o pérfido visitante.
- Não quer comer uma feijoada “Jó”?
                                                         *** ***
Segunda cena: o depoente:
Em certa cidade, pergunta o juiz:
- Sobre a cobertura que o senhor possui à beira-mar, o que dizer?
O interrogado fica surpreendido. Espantado pede para o magistrado repetir a pergunta, para melhor entender. Feito. Refeito da surpresa, responde:
- Seu doutor. Eu moro num condomínio da Minha Casa, Minha Vida lá na periferia da cidade. É o que tenho.
O juiz faz uma admoestação dizendo que no depoimento prevalece somente a verdade. Prossegue:
- E o belo sítio que o senhor possui o que tem a dizer?
- Não tenho essa tal de cobertura e nem sítio. Sou um operário metalúrgico.
- Senhor ex-presidente vamos parar com mentiras. Quero a verdade.
- Aí sim há uma mentira, talvez um um engano doutor. Continuo sendo presidente da associação de moradores do meu bairro.
O juiz impaciente, quase irritado, deseja certificar-se.
- Data vênia como é mesmo seu nome?
- Luiz Inácio da Silva
O magistrado quer maior esclarecimento. O nome completo e verdadeiro:
- Seu nome completo é Luiz Inácio Lula da Silva?
- Não doutor. Lula já era.          






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