São diversos
os ditados populares, aquela linguagem simples de reduzidas palavras, própria da
comunicação fácil e criativa entre pessoas para expressar de modo curioso, jocoso,
crítico, o complemento de um assunto de forma informal, a descrição de
situações com sutileza ou contar fatos pela zombaria e até mesmo com seriedade.
Enfim, a vontade de acrescentar algo à linguagem convencional de modo diferente
com humor e ironia. Trata-se de uma quantidade enorme de expressões, cada qual
com o seu significado. Algumas das mais conhecidas:
A expressão
está relacionada a recusa de alguém para com alguma coisa, não querer fazer
algo e diz “comigo não violão”. No Rio de Janeiro, pela década dos anos 50, algumas
mulheres eram conhecidas pelo tipo do corpo, como violão, semelhante ao formato
do próprio instrumento (cintura fina, anca e bumbum avolumados). Sempre que uma mulher de corpo violão aprontava
algo, como uma traição, era abandonada e assim buscava novo relacionamento. Mas
os homens que a conheciam iam logo avisando “comigo não violão”.
“Vai acabar
em pizza”: a expressão está ligada a política, aqueles tradicionais conluios,
os acertos que políticos realizam. Na verdade ela surgiu no futebol. Certa
ocasião, muito anos atrás, dirigentes do Palmeiras reuniram-se para tratar
assuntos do clube. Depois de horas e horas de debates, cansados e com fome
resolveram comer pizzas. Saciada a fome as discussões acabaram. No dia seguinte
a manchete de jornal: “Tudo acabou em pizza”.
“Maria vai
com outras” corresponde as pessoas sem convicções, sem opiniões e assim seguem
aquilo que outras pessoas opinam e determinam. A expressão surgiu quando Dona
Maria, mãe de Dom João V, enlouqueceu e perdeu o trono. Incapaz, abatida, restava-lhe
caminhar com duas damas de companhias e assim Dona Maria “ia com elas”.
Certamente,
em inúmeras ocasiões foi dito e ouvido outra conhecida expressão popular: “se
você está pensando na minha ajuda, pode tirar o cavalinho da chuva”. Em
determinada época o cavalo era o transporte mais prático e comum. Quando o visitante
chegava a casa de alguém, amarrava o cavalo em frente, sem qualquer proteção,
uma vez que a visita pretendia ser rápida. Porém quando começava a chuva o dono
da casa sugeria ao visitante “pode tirar o cavalo da chuva”. Ou seja, pode tirar
o cavalo da chuva que o tempo da visita será demorado.
A pessoa
está absorta num pensamento ou realizando alguma atividade. Em determinado
momento se aproxima um individuo para entabular conversa. Desagradável presença
para atrapalhar o momento único. A reação da pessoa para com o chato intruso é
de que não venha encher a paciência, ou seja, “vá plantar batatas”. A expressão
vem de Portugal, usada de forma irônica. Batata não se planta, o que se planta,
por exemplo, são árvores. Batatas são semeadas.
A criança
faz uma travessura, surpresa e decepção, para a mãe. A indagação é pertinente,
“será o Benedito?”. Uma das versões para a expressão vem da época do ditador
Getulio Vargas (1930). Teria que escolher um governador para Minas Gerais e se
perguntava: “Será o Benedito?”. Tratava-se do político mineiro Benedito
Valadares
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