segunda-feira, 26 de junho de 2017

Maria vai com a outras, comigo não violão

São diversos os ditados populares, aquela linguagem simples de reduzidas palavras, própria da comunicação fácil e criativa entre pessoas para expressar de modo curioso, jocoso, crítico, o complemento de um assunto de forma informal, a descrição de situações com sutileza ou contar fatos pela zombaria e até mesmo com seriedade. Enfim, a vontade de acrescentar algo à linguagem convencional de modo diferente com humor e ironia. Trata-se de uma quantidade enorme de expressões, cada qual com o seu significado. Algumas das mais conhecidas:
A expressão está relacionada a recusa de alguém para com alguma coisa, não querer fazer algo e diz “comigo não violão”. No Rio de Janeiro, pela década dos anos 50, algumas mulheres eram conhecidas pelo tipo do corpo, como violão, semelhante ao formato do próprio instrumento (cintura fina, anca e bumbum avolumados).  Sempre que uma mulher de corpo violão aprontava algo, como uma traição, era abandonada e assim buscava novo relacionamento. Mas os homens que a conheciam iam logo avisando “comigo não violão”. 
“Vai acabar em pizza”: a expressão está ligada a política, aqueles tradicionais conluios, os acertos que políticos realizam. Na verdade ela surgiu no futebol. Certa ocasião, muito anos atrás, dirigentes do Palmeiras reuniram-se para tratar assuntos do clube. Depois de horas e horas de debates, cansados e com fome resolveram comer pizzas. Saciada a fome as discussões acabaram. No dia seguinte a manchete de jornal: “Tudo acabou em pizza”.
“Maria vai com outras” corresponde as pessoas sem convicções, sem opiniões e assim seguem aquilo que outras pessoas opinam e determinam. A expressão surgiu quando Dona Maria, mãe de Dom João V, enlouqueceu e perdeu o trono. Incapaz, abatida, restava-lhe caminhar com duas damas de companhias e assim Dona Maria “ia com elas”.
Certamente, em inúmeras ocasiões foi dito e ouvido outra conhecida expressão popular: “se você está pensando na minha ajuda, pode tirar o cavalinho da chuva”. Em determinada época o cavalo era o transporte mais prático e comum. Quando o visitante chegava a casa de alguém, amarrava o cavalo em frente, sem qualquer proteção, uma vez que a visita pretendia ser rápida. Porém quando começava a chuva o dono da casa sugeria ao visitante “pode tirar o cavalo da chuva”. Ou seja, pode tirar o cavalo da chuva que o tempo da visita será demorado.
A pessoa está absorta num pensamento ou realizando alguma atividade. Em determinado momento se aproxima um individuo para entabular conversa. Desagradável presença para atrapalhar o momento único. A reação da pessoa para com o chato intruso é de que não venha encher a paciência, ou seja, “vá plantar batatas”. A expressão vem de Portugal, usada de forma irônica. Batata não se planta, o que se planta, por exemplo, são árvores. Batatas são semeadas.    
A criança faz uma travessura, surpresa e decepção, para a mãe. A indagação é pertinente, “será o Benedito?”. Uma das versões para a expressão vem da época do ditador Getulio Vargas (1930). Teria que escolher um governador para Minas Gerais e se perguntava: “Será o Benedito?”. Tratava-se do político mineiro Benedito Valadares






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