terça-feira, 6 de junho de 2017

Os Sete Capitais e preconceitos

Sete capitais é uma classificação de condições humanas, vícios apegados ao ser humano, definidos pela Igreja Católica que envolvem  atitudes humanas contrárias as leis divinas. Mas por que sete? Em hebraico “sete” significa “estar completo”, definido como número perfeito e bem acabado. Exceto a questão religiosa, os assim ditos “pecados capitais”, não bíblicos, são reflexões morais. Suas significações:                                                                                  Gula, a compulsão, o desejo insaciável em comer por exagerado prazer; avareza, o apego descontrolado aos bens materiais, ganância ao dinheiro, sovinice, mesquinhez; soberba, aquele que se acha em superioridade, orgulhoso e arrogante; inveja é a cobiça, o desgosto pela prosperidade de outrem; luxuria, o desejo passional e egoísta de todo prazer sensual e material; preguiça se caracteriza pela pessoa negligente e indolente; ira,a agressividade, a paixão, o sentimento intenso e descontrolado que nos incita contra alguém pelo rancor, o ódio e a raiva, desequilíbrio pelas emoções, caminho para o preconceito. Sete são os pecados capitais e certamente poderiam ser oito. O oitavo se insere nesse mundo marcado pela falta de tolerância, de paz de espírito, da vivência em harmonia, o que se entende como preconceito. O conceito preconcebido originado por um sentimento hostil, por uma generalização apressada, ou o que é pior, internalizado por alguns que induz reações preconceituosas nada dissimuladas. Preconceito, concepção de antemão em forma discriminatória para com as pessoas consideradas diferentes ou estranhas. Juízo formado de forma grosseira, maniqueísta e radical, principalmente quando se trata de racismo (negros) e classes sociais (pobres). Preconceito é a opinião que as pessoas formam de outras pessoas sem conhecê-la criteriosamente, julgamento que se faz de modo apressado e superficial, formado e dominado por ranço, por virulência, autenticidade do pior dos sete capitais, a ira, entendido rancor e ódio.
A região colonial formada pela emigração italiana preza em sua maioria por natural conservadorismo. Há muitos anos esse fato provocava preconceitos. Não precisava ser negro, nem nordestino. Pessoas de sobrenome como Silva, Pereira, Oliveira, Santos, Gomes eram tratados pelo caráter antiquado de “brasileiros”, desconhecendo que todos aqueles sobrenomes citados surgiram no Brasil, se originaram por aqui como os primeiros “brasileiros”, lá nos primórdios da terra “brasilis”, pela emigração portuguesa inicialmente, mais tarde pelos espanhóis, franceses e japoneses e outros tantos emigrantes. Aquele forte preconceito ficou no passado e hoje em dia todos são “brasileiros” e parece conviverem em harmonia, sem qualquer preconceito. Mas não é tanto assim por lamentáveis exceções. Não faz muito tempo o preconceito descarado colocou uma nodoa junto a comunidade farroupilhense. Para um nordestino (baiano), cor parda, foi montado uma “armação”, feita uma simulação para incriminá-lo como deliquente, protagonista de um falso assalto a determinado estabelecimento comercial. Farsa que custou vergonhoso constrangimento ao pardo nordestino em razão de odioso preconceito. Mais recentemente, a infâmia, o estigma do preconceito ocasionou mais uma mácula junto a população farroupilhense e o que mais grave, provindo de um poder republicano como o legislativo municipal, fato teve ressonância nacional, desta feita, envolvendo mais uma vez o povo nordestino. Situação de constrangimento para a Câmara Municipal, preconceito de um dos seus membros praticado pela intolerância, rancor e ranço, motivos mais do que suficientes na quebra do decoro parlamentar.      







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