domingo, 29 de julho de 2018

Czares: O Terrível e O grande


A Copa do Mundo na Rússia, intrínseca a própria competição futebolística, inerente a grandiosidade do espetáculo esportivo, além disso, proporcionou o oportuno de conhecer a envolvente, brilhante, fabulosa e antiquíssima história do povo russo desde remotos períodos, desde suas longínquas origens, historiando a civilização russa em muitos séculos. Os anais russos descrevem momentos diversos históricos como a magnificência imperial de uma época: a suntuosidade, a força, o poder do Império Russo um dos maiores do mundo por sua extensão territorial, o mais temeroso pelo sistema de governo da Monarquia Absoluta. Tempo dos czares e porque não das czarinas, entre as principais e com maior renome Catarina I, Catarina II, Ana da Rússia, Isabel I. Apesar de todo absolutismo, do autoritarismo não havia preconceitos proporcionado pelo machismo: a tirania era masculina, ora feminina.
No longo período imperial dos déspotas russos destacam-se reis pela insanidade e a ira assassina, entre eles Ivan, o Terrível. A alcunha derivou-se pelas atrocidades por ele realizadas, pela perversidade revelada em surtos criminosos. Entre tantos acessos de raiva matou o próprio filho a cacetadas. Mandava torturar e assassinar inimigos, matou a mulher e o filho de um amigo. Apesar tanta maldade, Ivan era religioso e piedoso: listava os nomes dos mortos para que os sacerdotes rezassem por eles. Construiu a magnificente catedral de São Basilico e o czar a achou tão linda e majestosa e em razão de sua euforia mandou cegar os executores da obra para que jamais erguesse nada igual.
Pedro, o Grande, após uma de suas viagens ficou impressionado com a sofisticação de nobres europeus, com os hábitos ocidentais, que usavam perucas empoadas e barbeavam os rostos. A aristocracia russa usava grossa túnicas e longas barbas. A decisão de Pedro: todos os nobres deveriam se barbear e usar roupas europeias. Todos obedeceram. Sabiam que o seu monarca era capaz de decepar cabeças dos desobedientes.
No período dos czares, da falta de liberdade absoluta, por esse motivo e com a industrialização, o povo se insurgiu e surgiu a Revolução Russa e com ela uma mudança radical de governo proporcionada por grupos políticos como os bolcheviques e mencheviques. No entanto, num período mais tarde toda a liberdade foi contida pela era déspota do stalinismo.
Rússia de estupenda história, de um passado resplandecente. O pretérito de um personagem famoso como Rasputin, um místico amalucado. A Rússia comunista de Bréjnev, Stalin. Da nova Rússia a partir de Gorbachev, das origens da tecnologia espacial com Yury Garain.  
Rússia da Praça Vermelha, de cultura tão impressionante, fascinante. De escritores famosos, de renome: Pushkin, Dostoievski, Tolstoi, Gorki. Livros festejados em todo mundo como Crime e Castigo, Guerra e Paz, Doutor Jivago, A Filha do Capitão. Na música as valiosas, majestosas e inesquecíveis composições de maestros como Tcaikovsky, Korsakov, Rachmaninoff entre tantos. Rússia de um repertorio intenso e magnifico da dança, dos balés como o Lago dos Cisnes, o Quebra Nozes, a Bela Adormecida, Romeu e Julieta.
Rússia da Copa do Mundo, de seu deslumbrante processo histórico, personagens e fatos fascinantes, reminiscências arrebatadoras.  
  
     

Sofria Croácia: vice-campeã do mundo


Era uma vez um país chamado Iugoslávia, república comunista existente até 1992, constituído pela união de outras seis repúblicas: Sérvia com as regiões de Kosovo e Voivodina e mais Croácia, Montenegro, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina e Macedônia (imaginem essas repúblicas unidas, como Iugoslavia, que excelente seleção formariam). Todas essas repúblicas, no passar do tempo, começaram a demonstrar desejo maior de autonomia, o fim do partido único comunista, a instalação de plena democracia, a independência total, o que acabou ocorrendo com todas elas, destaque para a Croácia. Em 1991, instaura-se o processo separatista. Os croatas por meio de um plebiscito, com quase maioria absoluta, declararam-se independentes. No entanto nada foi tranquilo com essa conquista. Logo após a vitória do movimento separatista o território croata foi invadido pelo exército federal iugoslavo que tinha o domínio sérvio intervindo em favor das minoria sérvia residente na Croácia (aproximadamente 10% da população). A intervenção ocasionou violentos e sangrentos conflitos entre croatas e sérvios pela ocupação do território croata pelas milícias sérvias. Depois de muita luta, de sofridos embates, da morte de milhares de croatas, a Croácia obteve sua independência. Quem passou por toda essa desventura, os malefícios da desvairada guerra pela independência, com tumultuada e conflituosa infância foi o capitão da equipe croata Luka Modric, escolhido o Bola de Ouro, o melhor jogador da Copa do Mundo, Modric campeão por quatro vezes da Liga dos Campeões com o Real Madrid      
      



Allons enfants de la Patrie


A Marselhesa foi composta como canção revolucionária, adquirindo enorme popularidade e sucesso, utilizada pelos revolucionários durante a Revolução Francesa, exaltando os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Mais tarde foi transformada em hino nacional da França, considerado como o mais famoso e conhecido mundialmente. Sua musicalidade é considerada emocional. Seus acordes denotam sensibilidade numa perfeita combinação de ritmos fortes, um encadeamento de notas harmoniosas, melodia extremamente bela. Graficamente em suas partituras transmite amor, patriotismo, júbilo, confiança. Marselhesa é um cântico que provoca, estimula emoções, louvor a pátria e aos heróis. Toda a beleza musical não correspondente a composição poética do hino. A letra é agressiva, sanguinária, trágica:
“Ouvis nos campos rugir esses ferozes soldados? Vem eles...degolar vossos filhos e vossas mulheres”
Ficamos com a parte inicial do hino: “Allons enfants de la Patrie, le jour de gloire est arrive” (Avante filhos da Pátria, o dia da glória chegou). Assim cantaram os franceses no domingo dia 15: França campeã do mundo.
Mereceu. Time taticamente organizado em campo, tecnicamente com jogadores de excelente categoria. Uma equipe que tem atacantes como Mbappé e Griezmann e o melhor setor de meio de campo do campeonato com Pogba, Kanté e Matuidi (Paulinho e Fernandinho, esquece) justificaram a conquista da Copa do Mundo.
O vice-campeonato ficou com a Croácia uma pequena nação com uma população de aproximadamente 4.400 milhões habitantes, ocupando uma extensão territorial de 56.538 km² (comparando, o Rio Grande do Sul tem um população estimada em 11.200 milhões, ocupando uma área territorial de um pouco mais de 281 mil km²), grandiosa honraria para uma nação sofrida surgida a pouco mais de 20 anos. O povo croata mereceu o vice-campeonato.



quinta-feira, 19 de julho de 2018

Caiu... Neymar, Neymar, Neymar


Uma nova brincadeira em pátio de escola no recreio. Criançada correndo de lado para outro. Um grupinho parado em determinado lugar. O menino que ali passa correndo leva uma rasteira proporcionada por um coleguinha. O atingindo cai, o coro é imediato e hilário: Neymar, Neymar.  
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Se Neymar pouco apareceu em campo, apareceu muito, antes, no intervalo e depois dos jogos em comerciais patrocinado por diferentes 12 empresas.

Foi ali em Kazan.. o fim de tudo


Foi na sexta-feira 6, portanto faz uma semana que a seleção brasileira se despedia da Copa do Mundo na Rússia, especificamente na cidade de Kazan, capital e maior cidade da República do Tartaristão, pertencente a federação russa, sendo uma das 85 subdivisões daquele país. Kazan é a sexta maior cidade russa com um pouco mais de 1.200 milhão de habitantes numa área territorial de 425 km². Por curiosidade, numa comparação com a cidade russa, Porto Alegre, a capital dos gaúchos tem 1.400 milhão de habitantes em 500 km². No verão russo a temperatura em Kazan chega até 25°C graus, no inverno entre 15°C a 25°, menos zero.
São muitos, interessantes e bonitos, os pontos turísticos em Kazan. Não se sabe se Tite e sua turma se interessaram por museus, parques, catedrais, monumentos evidentemente deviam estar pensando em esquemas, preparando-se com estratégias de jogo diante da Bélgica. Falhas, tudo deu errado. No jogo Neymar não foi encontrado em campo. Dizem que naquele momento estava querendo visitar Bruna Marquezine que possivelmente fazia uma gravação para a “novela das 7” em um dos castelos de Kazan. Enganaram-no. Em Kazan não tem castelo.
O jogo foi, mais especificamente ainda, na Arena Kazan, construída em 2010, inaugurada em 2014, propriedade do principal clube da região FC Rubin Kazan. O Rubin não é nenhum, Grêmio ou Internacional. Foi fundado em 1958 sempre participante da “segundona”. Ascendeu a primeira divisão do campeonato russo em 2002 e surpreendentemente o terceiro lugar lhe deu condição de participar da Copa UEFA.
Jogo começa. Neymar não encontrou Bruna, mas continuou sumido em campo. Nada dele se notou, nem mesmo quando deu três “roladinhas” no gramado quando um belga lhe encostou um dedo. Início do jogo, dali a pouco gol dos belgas. Gol conseguido não pela qualidade de uma jogada do adversário, mas gol contra do Fernadinho, aquele escalado pelo Felipão na Copa anterior no jogo com os alemães. Coisa feia, 1x0 para a Bélgica. Pior, mais feia ainda, belgas 2x0. Gol numa jogada em que Fernandinho – aquele dos 7x1, ficou estático, perdido, sem condição, sem reação de fazer ao menos uma falta como recurso, impedir o contra-ataque adversário. Ruim no jogo não foi somente Fernandinho. Teve outro “inho” que não jogou nada, Paulinho. Segundo notícias sobre contratações, Paulinho retornou ao futebol chinês e Fernandinho será contratado pelo FC Rubin Kazan.
Raciocinando pelos conceitos futebolísticos, técnica e taticamente, o Brasil teve sérias dificuldades diante da Suíça, Costa Rica e México e, por isso muito menos um futebol em nível superior como da Bélgica. Adversários medíocres como os sul-americanos enganaram os brasileiros. O futebol europeu é bem superior. Elementar meu caro Watson.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Rússia da Copa do Mundo, Rússia festiva


Rússia festiva, da Copa do Mundo, alegria profunda, abraçadora festiva de visitantes em pleno abrasador verão. A Rússia, do campeonato mundial, vivendo momento de intenso contentamento, tem um passado doloroso, de desgraça e infortúnio, de trágicos acontecimentos.
A Rússia do período pré-histórico começou a ser habitada pelas mais variadas coletividades de indivíduos, etnias migrantes principalmente os eslavos que se tronaram o povo dominante na região do leste europeu.
Numa época, em torno do século IX, guerreiros escandinavos invadiram as terras eslavas, tempo em que parece ser as primeira invasão à região que depois passou a ser e, hoje Rússia. Importante saber que o nome Rússia provavelmente vem da palavra finlandesa “ruotsi” e da estoniana “rootsi”.
Pela década dos anos de 1220 os russos sofreram nova investida com a invasão empreendida por um poderoso exército de nômades mongóis protagonizando batalhas sangrentas, com muitas cidades saqueadas e incendiadas, aniquiladas completamente. Foi a primeira grande derrota russa em pleno inverno dentro de seu território, acontecimento trágico guardado até hoje na memória do povo russo.
Desde os anos de 1500, a Rússia foi dominada por um regime político denominado por czarismo, símbolo da monarquia russa, de governo ditatorial, autocrático. Czar foi o título adotado inicialmente pelo imperador Ivã III.
A partir do ano de 1700, com o declínio de potências vizinhas rivais, Império Sueco, Império Otomano, Pérsia, surgiu o Império Russo, sendo a capital a cidade de São Pètersburgo, tornando-se um dos maiores impérios da humanidade iniciando com a dinastia Romanov, com o primeiro imperador, Pedro, o grande. O extenso governo imperial em diferentes regiões proporcionava enormes diferenças econômicas, étnicas e religiosas e com isso, com numerosos elementos dissidentes numerosas rebeliões, tentativas de sequestros, assassinatos ocorreram, época em que os discordantes do regime eram exilados para longínqua Sibéria, outra trágica incidência da história russa com invasões na antiguidade, desastrosas perseguições políticas, guerras continuas. Era verão de 1812 Napoleão e seu grande e poderoso exército invadiu a Rússia. O valente e aguerrido exército não pode conter a invasão com a morte de milhares e milhares de soldados. Napoleão chega a Moscou esperando encontrar alimentos e a rendição dos moscovitas mas encontrou uma cidade incendiada e destruída propositadamente, emboscada preparada pelos moscovitas quando souberam que o francês se aproximara de Moscou. Uma artimanha bem realizada. O imperador invasor esperou muito por comida. Chegou o rigoroso inverno e o famélico e maltrapilho, o antes temido exército napoleônico, teve que se retirar derrotado pela desolação provocada por forte intempérie. Dos 500 mil soldados das tropas de Napoleão somente 27 mil retornaram. Todos esses acontecimentos são contados por Tolstoi no livro Guerra e Paz.
Mais trágicos fatos envolvem a Rússia: revolução de 1917, a matança do ditador Stalin, os 20 milhões de russos mortos na guerra contra a Alemanha.        

Adenor e Anastacia


Século XIX. O regime dominante na Rússia na era czarista, definia-se como um governo absoluto, ditatorial, autocrático, entre tantos adjetivos negativos, substantivando a falta de liberdade, a ausência dos direitos democráticos. A repressão era violenta a qualquer oposição, pessoas que assim se posicionavam eram condenadas e enviadas ao exilio na Sibéria.
Na atividade rural camponeses eram explorados, viviam submetidos a servidão, ao regime despótico por parte da nobreza latifundiária, classe social aparentemente livre, mas subjugada ao poder imperial e soberano dos czares. A tensão social no campo prenunciava-se como o início de uma grave crise, provocadora e contestadora ao regime anacrônico, obsoleto na produção feudal, significando delonga na modernidade da atividade rural. Havia necessidade de reformas. Elas começaram promovidas pelo czar Alexandre com a abolição da servidão, a restauração agrária. No entanto foram de poucas serventias, quase nada adiantaram para aliviar as tensões, para conter a sublevação no campo. Mais tarde com o czar Nicolau ocorreu uma tentativa rápida na busca da industrialização do país, formando uma nova classe social, operários. Nada adiantou. As condições de vida pioraram: desemprego, baixos salários, fome. A burguesia também queixava-se pela concentração de renda nas mãos de grandes empresários. Todos esses fatores determinaram o surgimento de protestos populares que transformaram- se na Revolução de 1917. Com a revolução o destino da família imperial destituída do poder ficou com um futuro incerto aterrador. Tempos depois não mais incertezas, pela certeza de um assassinato em grupo. A família foi presa, confinada a uma casa onde foram mortos. Desse trágico acontecimento surge a misteriosa, enigmática e lendária vida e morte da princesa Anastásia, uma entre as quatros filhas do czar Nicolau, ao que supõe deveria ter escapada da chacina. Não se sabe a verdade. Ao longo do tempo a história de Anastásia teve a teoria da conspiração, um conto de fadas, vítima de extremada perseguição política.



Igreja Ortodoxa Russa


O sujeito ou instituição arraigado ao conservadorismo, fiel aos princípios tradicionais de normas e doutrinas, enraizado a rígidos preceitos, que não se adapta a novas ideias, renega o contemporâneo, trata-se de um ortodoxo. Religiosamente a ortodoxia é a verdadeira doutrina de Cristo, afirmam os ortodoxos. Dessa forma chama-se ortodoxa a igreja que se manteve fiel a verdade, à tradição desde o apostolado até nossos dias e nem por isso deixa de ser uma igreja cristã, caso da Igreja Ortodoxa Russa.
Ano de 1054 aconteceu um cisma entre as igrejas cristãs. A separação religiosa foi na ocasião em que a Igreja Católica Apostólica Romana, no ocidente, permaneceu submetida a autoridade papal; de outro lado várias igrejas do oriente questionavam: não reconheciam aquela autoridade e uniram-se em torno do poder do Patriarca de Constantinopla (desde o império romano e durante a idade média a igreja católica possuía duas sedes, uma em Roma (ocidente), outra em  Constantinopla (oriente), mas ficou acordado que a capital católica seria Roma), e pelo cisma constituindo-se assim a Igreja Católica Ortodoxa. O ponto crucial da separação ocorreu quando os ortodoxos não aceitaram a interferência de um cardeal enviado pelo papa Leão IX à Constantinopla (Turquia) do Imperador Constantino e em razão disso o patriarca ortodoxo foi excomungado pelo Vaticano. O rompimento consolidou-se, a separação inexorável, as dissidências consumadas. O patriarca é o principal bispo da igreja Ortodoxa. Todos os patriarcas são autônomos e independentes, cabendo ao patriarcado de Constantinopla apenas a função de mediador entre os demais patriarcados e de representar a Igreja Ortodoxa de uma forma geral. Por tudo isso patriarca não é um papa, da autoridade suprema. Há dissidências na mesma crença, vários são os pontos que separam o cristianismo do Ocidente do Oriente.
Voto de castidade: sacerdote ortodoxo tem liberdade de escolha e entre o celibato e o matrimonio. O celibato é obrigatório para os católicos.
Papa é a autoridade máxima para católicos; ortodoxos não reconhecem sua autoridade.
Quaresma: para católicos duração de 40 dias, ortodoxos 47 dias.
Os ortodoxos usam o calendário Juliano com 13 dias a mais no ano. Os católicos usam o Gregoriano, 365 dias, por isso o Natal dos ortodoxos é comemorado em 7 de janeiro, católicos em 25 de dezembro.
Nas igrejas dos ortodoxos não tem estátuas, somente pinturas. Católicos não tem restrição as estatuas.
A cruz dos ortodoxos é representada por três barras, dos católicos somente uma barra horizontal.
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