terça-feira, 1 de junho de 2010

Politicamente correto

Observe o texto a seguir numa linguagem que se poderia dizer normal: “O pobre do negro viu, diante de si, que a coisa estava preta. O branquela não ligou para o assunto. A gorda, impossibilitada pela imensa gordura nem se moveu. O cego, evidentemente não enxergou nada, só ouviu um barulho. O surdo viu, porém não escutou nada, Aqueles sujeitos, verdadeiros palhaços somente riram. A empregada doméstica, moradora numa favela, largou tudo, mas não chegou a ver nada. O comunista pensou que alguém matava uma criancinha. O anão não tinha altura suficiente para observar alguma coisa. O bêbado, a sua frente via tudo girando. O pivete “aliviou” a bolsa da beata que ao invés de estar rezando, buscava saber o que acontecia. O funcionário público, longe de sua repartição desejava saber o que ocorria. O patrão não gostou quando seu empregado foi até a janela saber o porquê do burburinho. O deficiente queria saber o que se passava. O velho incomodado com o que acontecia e irritado gritou o conhecido palavrão para ofender a mãe de alguém, fdp”.
Pois bem. O texto acima estaria sujeito a censura, caso alguns anos atrás tivesse sido aprovada a Cartilha do Politicamente Correto, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Politicamente correto é uma política que consiste em tornar a linguagem neutra em termos de discriminação, preconceituosa e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, indigna a um determinado gênero ou determinada identidade, por exemplo, homossexualismo está ligado ao sufixo “ismo” que tem conotação de doença e portando termo politicamente incorreto, segundo grupos de gays e lésbicas. Para eles o correto é homossexualidade.
Então, de acordo com a famigerada Cartilha, o dito cujo texto deveria assim ser escrito:
“O menos favorecido afrodescendente viu, diante de si, que a coisa estava escurecida. O caucasiano não ligou para o assunto. A portadora de soprepeso, impossibilitada pelo imenso volume abdominal nem se moveu. O deficiente visual, evidentemente não enxergou nada, só ouviu o barulho. O deficiente auditivo viu, porém não escutou nada. Aqueles sujeitos, verdadeiros artistas circenses somente riram. A assistente doméstica, moradora numa comunidade, largou tudo, mas não chegou a ver nada. O ideólogo socialista pensou que alguém matava uma criança. O prejudicado verticalmente não tinha altura suficiente para observar alguma coisa. O dependente químico, a sua frente viu tudo girando. O menor infrator “aliviou” a bolsa da fervorosa religiosa que ao invés de estar rezando, buscava saber o que ocorria. O servidor público, longe de sua repartição desejava saber o que ocorria. O patrão não gostou quando o seu colaborador foi saber o porquê do burburinho. O portador de necessidade especial queria saber o que se passava. O idoso incomodado com o que acontecia e irritado gritou o conhecido palavrão para ofender a mãe de alguém, filho de uma senhora que comercializa o próprio corpo”.

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