A moça, apresentadora de uma TV especializada em esportes, entrevista um deficiente visual, praticante de um esporte paraolímpico. Ao final da entrevista a jovem repórter estende a mão para o cumprimento usual. Evidentemente que não há reciprocidade, afinal do outro lado está um cego. Sente a gafe cometida, tarde demais. Retira a mão de forma rápida desnecessariamente. A mancada foi registrada pelas câmeras. Acontece em algumas ocasiões na televisão de forma distraída e involuntária. Se paga mico ao acaso.
No entanto existem experientes apresentadores, âncoras de telejornais, que distraidamente ou não, às vezes escondidos, quando acreditam que as câmeras estão desligadas ou propositadamente ao vivo, verbalizam incontidos, ofensivos e preconceituosos comentários. No primeiro caso, algum tempo atrás, o âncora de um jornal noturno em rede nacional, faz um comentário desairoso. Não tem coragem de dizer em público o que foi revelado no interior de um estúdio. Na forma do anonimato, acreditando estar encoberto pela câmara desligada, mostrou seu lado hipócrita e rancoroso. O fato é o seguinte: Numa reportagem feita pela emissora, dois lixeiros desejam felicidades aos telespectadores. O dito apresentador, fora do vídeo, mas sem saber que o áudio estava sendo transmitido, diz: “Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras. O mais baixo da escala do trabalho”.
Mais recentemente num programa noticioso em uma emissora de televisão em Florianópolis um comentarista vocifera de forma bestial o seu pensamento preconceituoso, mostra seu lado fascista, verbaliza sua ira contra os pobres, que para ele trata-se de um bando de miseráveis e desgraçados.
O acontecimento foi assim: o apresentador do noticioso fala dos acidentes automobilísticos ocorridos durante o ultimo feriadão o que serve de mote para o malfadado comentarista. Na opinião dele os acidentes são ocasionados pelos miseráveis que conseguem adquirir um carro e superlotam as estradas, moradores que se engalfinham em gaiolas que chamam de apartamentos. Ao que parece, no comentário infeliz, as estradas foram feitas para desfilarem os carrões das elites, as caminhonetas importadas de pessoas afortunadas. As causas dos acidentes também podem ser os desgraçados casais que se detestam e vão para a estrada para compensar frustrações.
Sobra para o governo quando fala: “...resultado de um governo espúrio que popularizou o financiamento pelo crédito ao carro para quem nunca leu um livro”.
A democracia permite expressões e pensamentos livremente. Mas por uma questão moral, de respeito ao próximo não se permite que alguém esbraveje rancor e desprezo contra miseráveis e desgraçados.
sábado, 27 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Mayara foi mal
A internet, na moderna era tecnológica é um aparelho formidável para a interatividade das pessoas, satisfazer curiosidades, realizar pesquisas. No entanto tem seu lado ruim. Serve de anonimato para as pessoas de má índole, que se escondem por detrás de um computador para ofender, usar de calunias e injúrias comprometendo o ser igual, levar ao descrédito uma personalidade por conceitos capciosos, de forma ignóbil colocar em dúvida a honorabilidade e idoneidade de entidades e difamar instituições.
Mayara é uma estudante de Direito, estagiaria de um escritório de advocacia, quem começou a incitação preconceituosa contra os nordestinos. Uma xenofobia interna de brasileiros contra brasileiros. Tudo teve seu início quando Mayara digitou e publicou em seu twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”. Não precisou utilizar o total de caracteres do servidor em seu microblogging – somente a metade – para desencadear uma onda de ódio preconceituoso contra pessoas de origem nordestina, tendo como causa a eleição de Dilma Rousseff. A partir daí foram postadas centenas de mensagens de apoio, de seguidores a Mayara. Eis a intolerância em 140 caracteres.
“Faça um favor para o nosso país: mate um nordestino”
“Brasil!!!Um país de tolos !!!Parabéns jegues nordestinos!!!. Tomarem que morram de fome eternamente, povo folgado que se refugia em SP”
“Dêem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filhos pra ganhar o bolsa 171”
“Dividam o Brasil no meio, me nego a ser da mesma nação dos nordestinos”
“O nordeste é um lugar onde nós, pessoas brancas de classe média alta, vamos fazer turismo sexual comendo umas baianinhas vagabundas”
Oculta pelo pela segurança de seu computador, escondida pelo anonimato, parecia tudo fácil para se manter obscura. Não aconteceu. Mayara foi descoberta, perdeu seu estágio, demitida em seu emprego. Além do mais será responsável e deverá assumir com as conseqüências do ato praticado. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção de Pernambuco entrou com uma ação crime de discriminação em meio de comunicação e de incitação ao ato criminoso (homicídio).
Com essa vida pregressa Mayara pode não se tornar uma boa advogada. Mas certamente ela é nula em matemática, não sabe fazer contas. Todo esse preconceito, a intolerância com nordestinos, é erroneamente atribuído à vitoria de Dilma. Ledo engano. Nos estados nordestinos, é verdade, a votação de Dilma ficou na média 70% dos votos, significando uns 10 milhões de votos. Mayara deveria aprender a contar. Dilma ganhou por uma diferença de 12 milhões, portanto sobrariam dois milhões de votos não contados os nordestinos. O Nordeste ajudou, mas Dilma venceu em Minas Gerais e Rio de Janeiro, perdeu no Rio Grande do Sul por uma diferença que não chegou a 1 ponto percentual, e teve expressiva votação no estado de São Paulo e região Centro-Oeste.
Mayara é uma estudante de Direito, estagiaria de um escritório de advocacia, quem começou a incitação preconceituosa contra os nordestinos. Uma xenofobia interna de brasileiros contra brasileiros. Tudo teve seu início quando Mayara digitou e publicou em seu twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”. Não precisou utilizar o total de caracteres do servidor em seu microblogging – somente a metade – para desencadear uma onda de ódio preconceituoso contra pessoas de origem nordestina, tendo como causa a eleição de Dilma Rousseff. A partir daí foram postadas centenas de mensagens de apoio, de seguidores a Mayara. Eis a intolerância em 140 caracteres.
“Faça um favor para o nosso país: mate um nordestino”
“Brasil!!!Um país de tolos !!!Parabéns jegues nordestinos!!!. Tomarem que morram de fome eternamente, povo folgado que se refugia em SP”
“Dêem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filhos pra ganhar o bolsa 171”
“Dividam o Brasil no meio, me nego a ser da mesma nação dos nordestinos”
“O nordeste é um lugar onde nós, pessoas brancas de classe média alta, vamos fazer turismo sexual comendo umas baianinhas vagabundas”
Oculta pelo pela segurança de seu computador, escondida pelo anonimato, parecia tudo fácil para se manter obscura. Não aconteceu. Mayara foi descoberta, perdeu seu estágio, demitida em seu emprego. Além do mais será responsável e deverá assumir com as conseqüências do ato praticado. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção de Pernambuco entrou com uma ação crime de discriminação em meio de comunicação e de incitação ao ato criminoso (homicídio).
Com essa vida pregressa Mayara pode não se tornar uma boa advogada. Mas certamente ela é nula em matemática, não sabe fazer contas. Todo esse preconceito, a intolerância com nordestinos, é erroneamente atribuído à vitoria de Dilma. Ledo engano. Nos estados nordestinos, é verdade, a votação de Dilma ficou na média 70% dos votos, significando uns 10 milhões de votos. Mayara deveria aprender a contar. Dilma ganhou por uma diferença de 12 milhões, portanto sobrariam dois milhões de votos não contados os nordestinos. O Nordeste ajudou, mas Dilma venceu em Minas Gerais e Rio de Janeiro, perdeu no Rio Grande do Sul por uma diferença que não chegou a 1 ponto percentual, e teve expressiva votação no estado de São Paulo e região Centro-Oeste.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
A mesma coisa
Para o ideólogo socialista, o proposto do sistema filosófico, político e econômico, da
igualdade social, da distribuição de rendas, tudo irá continuar a mesma coisa. Fernando Henrique, Serra, Lula e muito provavelmente Dilma, tudo é a mesma coisa, ou seja, o socialismo praticado pelo poder de Brasília tem em sua doutrina a distribuição de bens para uma sociedade caracterizada pelo poder econômico – banqueiros e magnatas empresários - em que a igualdade de oportunidades e meios se direciona às elites poderosas, à burguesia dominante e influente dos ricos, à classe média alta. A distribuição de renda, a igualdade social verdadeira para o proletariado inexiste nos últimos governos brasileiros.
A esperança do regime socialista esteve prestes a se concretizar oito anos atrás: Lula eleito presidente. Naquele momento um operário, o sindicalista, o ativista conhecedor profundo das diferenças sociais, das desigualdades de classes, era a esperança de todos que postulavam a abolição da enorme diversidade social existente.
Não foi bem assim. Poderia se diagnosticar que haveria mudança de rumo, dos conceitos políticos e econômicos, quando Lula publicou, em abril de 2002, a famigerada Carta ao Povo Brasileiro, na verdade, tratava-se de uma carta aberta ao capitalismo. Submeteu-se ao poder econômico, seguiria a cartilha imposta pelo capitalismo. Assim foi feito, assim aconteceu durante os dois mandatos do governo Lula.
O capitalismo, representado em sua essência pelos banqueiros, jamais obteve êxito econômico e financeiro tão espetacular, nunca antes nesse país. Os bancos nesse ano fiscal de 2010 deverão ter lucros aproximados de 25 bilhões de reais. Somente um banco privado prevê um lucro liquido de 3,5 bilhões.
Enquanto isso, os excludentes de qualquer operação bancária, a massa falida dos pobres miseráveis, recebe como ato de misericórdia, uma esmola, a merreca do programa Bolsa Família, valores super insignificantes diante dos lucros bancários. A insignificância de valores da Bolsa é de 22 reais para cada um dos membros pertencente a cada família. Um vilipêndio à miséria, um desdouro contra a infeliz raça humana.
O BNDES, por financiamento, abarrota de reais empresas. O indigente, o marginal da sociedade, é do tempo do tostão, antiga moeda que não existe mais, de valor ridículo. O projeto Minha Casa, Minha Vida, da Caixa, é destinado a financiar moradias à classe média. O indigente sem teto tem por morada o viaduto, o subterrâneo das pontes, onde busca a sobrevivência na condição de famélico, prostrado pela fome.
O PSDB reacionário de FHC e Serra, que tem por plataforma política a proteção do capitalismo selvagem, a diabólica aglutinação de riquezas, até se compreende. Sua linha ideológica é assim. O PT autêntico do passado, da esquerda e de Lula sindicalista, se perdeu na busca do poder, transformou-se numa falácia, enganou aos adeptos do socialismo. Tornou-se um partido do centro, bem próximo à direita dos tucanos.
O PT perdeu suas raízes. Lula suas origens. Dilma não será diferente. Lamentável para o ideólogo socialista.
igualdade social, da distribuição de rendas, tudo irá continuar a mesma coisa. Fernando Henrique, Serra, Lula e muito provavelmente Dilma, tudo é a mesma coisa, ou seja, o socialismo praticado pelo poder de Brasília tem em sua doutrina a distribuição de bens para uma sociedade caracterizada pelo poder econômico – banqueiros e magnatas empresários - em que a igualdade de oportunidades e meios se direciona às elites poderosas, à burguesia dominante e influente dos ricos, à classe média alta. A distribuição de renda, a igualdade social verdadeira para o proletariado inexiste nos últimos governos brasileiros.
A esperança do regime socialista esteve prestes a se concretizar oito anos atrás: Lula eleito presidente. Naquele momento um operário, o sindicalista, o ativista conhecedor profundo das diferenças sociais, das desigualdades de classes, era a esperança de todos que postulavam a abolição da enorme diversidade social existente.
Não foi bem assim. Poderia se diagnosticar que haveria mudança de rumo, dos conceitos políticos e econômicos, quando Lula publicou, em abril de 2002, a famigerada Carta ao Povo Brasileiro, na verdade, tratava-se de uma carta aberta ao capitalismo. Submeteu-se ao poder econômico, seguiria a cartilha imposta pelo capitalismo. Assim foi feito, assim aconteceu durante os dois mandatos do governo Lula.
O capitalismo, representado em sua essência pelos banqueiros, jamais obteve êxito econômico e financeiro tão espetacular, nunca antes nesse país. Os bancos nesse ano fiscal de 2010 deverão ter lucros aproximados de 25 bilhões de reais. Somente um banco privado prevê um lucro liquido de 3,5 bilhões.
Enquanto isso, os excludentes de qualquer operação bancária, a massa falida dos pobres miseráveis, recebe como ato de misericórdia, uma esmola, a merreca do programa Bolsa Família, valores super insignificantes diante dos lucros bancários. A insignificância de valores da Bolsa é de 22 reais para cada um dos membros pertencente a cada família. Um vilipêndio à miséria, um desdouro contra a infeliz raça humana.
O BNDES, por financiamento, abarrota de reais empresas. O indigente, o marginal da sociedade, é do tempo do tostão, antiga moeda que não existe mais, de valor ridículo. O projeto Minha Casa, Minha Vida, da Caixa, é destinado a financiar moradias à classe média. O indigente sem teto tem por morada o viaduto, o subterrâneo das pontes, onde busca a sobrevivência na condição de famélico, prostrado pela fome.
O PSDB reacionário de FHC e Serra, que tem por plataforma política a proteção do capitalismo selvagem, a diabólica aglutinação de riquezas, até se compreende. Sua linha ideológica é assim. O PT autêntico do passado, da esquerda e de Lula sindicalista, se perdeu na busca do poder, transformou-se numa falácia, enganou aos adeptos do socialismo. Tornou-se um partido do centro, bem próximo à direita dos tucanos.
O PT perdeu suas raízes. Lula suas origens. Dilma não será diferente. Lamentável para o ideólogo socialista.
domingo, 14 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Ganhou o poste
O achincalhe foi demais por parte da imprensa reacionária, tendenciosa e abobada, quando usou o epíteto de poste para a candidata Dilma, com a intenção evidente de ridicularizar de modo zombeteiro. Isso também pode, com o cognome usado, ser um preconceito machista contra a mulher. Pois então ganhou o poste, na verdade, com todo o respeito a senhora Dilma Rousseff. Venceu de maneira insofismável com 56% dos votos, uma diferença respeitável de 12 milhões de votos, para a decepção total da direita conservadora. A vitória poderia ser obtida já no primeiro turno se não fosse os quase 20% de votos de Marina Silva, contrariando todas as pesquisas de intenção de votos, quando no máximo poderia chegar aos 10% e nas urnas alcançou quase 20%. O previsto era de que esse percentual de votos seria dividido entre Dilma e Serra. Elementar caro leitor. Evidentemente quem se baseou nessa divisão matemática reconhecia o favoritismo na vitória de Dilma, o que se consolidou na apuração de votos do segundo turno. Só não viu quem não quis enxergar ou o radical inconformado com a prognosticada e irremediável vitória do PT. Manteve-se cego, acreditando numa talvez profética reviravolta. O episódio de Erenice Guerra, que poderia retroagir o quadro eleitoral não foi suficiente.
No Rio Grande do Sul não houve a divisão da metade dos votos para cada lado, como aconteceu, ao que tudo indica em todo o país. Marina obteve 11% dos votos dos gaúchos na primeira etapa e no segundo turno a maioria optou pelo candidato José Serra em torno 7 a 8%, o que é demonstrado principalmente em 25 municípios da serra gaúcha, sendo que em cinco Dilma diminuiu sua votação. Em contraposição unicamente, em Carlos Barbosa, Dilma venceu nos dois turnos. O fenômeno da transferência maciça de votos de Marina para Serra na região é comprovado pelas apurações de votos em dois municípios: Caxias do Sul e Farroupilha. Em Caxias Marina somou um pouco mais de 32 mil votos no primeiro turno, Serra acima de 116 mil, Dilma em torno de 91 mil. No segundo turno os aproximadamente 32 mil votos de Marina foram para Serra, que foi a 136 mil. Dilma acrescentou um pouco mais de 5 mil e passou para aproximadamente de 96 mil votos, o que significa que Serra aumentou mais ou menos 27 mil votos sua votação. Em Farroupilha repetiu-se a vantagem de Serra. Marisa chegou perto dos 4 mil votos, Serra quase 19 mil, Dilma em torno de 17 mil. No segundo turno Serra aumentou a vantagem para 23 mil, uma diferença a mais em volta de 4 mil votos, enquanto Dilma teve um pequeno acréscimo de um pouco mais de 300 votos.
xxx xxx
Foram implacáveis no período pré-eleitoral as criticas, algumas imponderáveis, de determinada imprensa conservadora e reacionária, porta-voz das elites dominantes, como a Rede Globo, o jornal Folha de São Paulo e a revista Veja. Com uma pauta jornalística direcionada, com editorais, comentários e reportagens tendenciosas, com a clara exposição de prejudicar a candidata Dilma agiram de uma forma que os mesmos órgãos de imprensa condenam. Não adiantou.
No Rio Grande do Sul não houve a divisão da metade dos votos para cada lado, como aconteceu, ao que tudo indica em todo o país. Marina obteve 11% dos votos dos gaúchos na primeira etapa e no segundo turno a maioria optou pelo candidato José Serra em torno 7 a 8%, o que é demonstrado principalmente em 25 municípios da serra gaúcha, sendo que em cinco Dilma diminuiu sua votação. Em contraposição unicamente, em Carlos Barbosa, Dilma venceu nos dois turnos. O fenômeno da transferência maciça de votos de Marina para Serra na região é comprovado pelas apurações de votos em dois municípios: Caxias do Sul e Farroupilha. Em Caxias Marina somou um pouco mais de 32 mil votos no primeiro turno, Serra acima de 116 mil, Dilma em torno de 91 mil. No segundo turno os aproximadamente 32 mil votos de Marina foram para Serra, que foi a 136 mil. Dilma acrescentou um pouco mais de 5 mil e passou para aproximadamente de 96 mil votos, o que significa que Serra aumentou mais ou menos 27 mil votos sua votação. Em Farroupilha repetiu-se a vantagem de Serra. Marisa chegou perto dos 4 mil votos, Serra quase 19 mil, Dilma em torno de 17 mil. No segundo turno Serra aumentou a vantagem para 23 mil, uma diferença a mais em volta de 4 mil votos, enquanto Dilma teve um pequeno acréscimo de um pouco mais de 300 votos.
xxx xxx
Foram implacáveis no período pré-eleitoral as criticas, algumas imponderáveis, de determinada imprensa conservadora e reacionária, porta-voz das elites dominantes, como a Rede Globo, o jornal Folha de São Paulo e a revista Veja. Com uma pauta jornalística direcionada, com editorais, comentários e reportagens tendenciosas, com a clara exposição de prejudicar a candidata Dilma agiram de uma forma que os mesmos órgãos de imprensa condenam. Não adiantou.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
A urna
O sujeito tem a manifesta vontade de realizar algo. É impedido por um chamado conselho familiar. A mulher é contra, os filhos a acompanham na opinião. O marido, o pai, enfim, o suposto chefe da família, apesar de argumentos legítimos e consubstanciados para alcançar seu objetivo, a realização de um projeto, é acuado, dizimado por um contexto de palavras sem um raciocínio lógico, não possuindo a menor base de convencimento, a sustentação necessária para prevalecer uma ideia ao menos razoável, contraditória ao que deseja o sujeito. Apesar da certeza de suas preponderações perde a parada. Contrariado concorda com a família.
Outro caso. O correto funcionário, ciente de seu trabalho, desempenha com retidão seus afazeres. Conhece muito bem suas atribuições e por isso as cumpre com segurança, sem a mínima margem de erro. Apegado as sua funções tem imenso carinho pelo que faz. Um dia um chefe novo. Começa a intrometer-se no serviço com procedimentos errados. O funcionário tenta convencê-lo de que a forma a ser utilizada é imperfeita. Nada adianta. Tem que se submeter ao errôneo comando da chefia. O chefe de família pressionado, como também o funcionário, realiza o que não deseja. São dominados pela vontade alheia. O direito de escolha, do desejo realizado é inconcebível pela maioria dominante. Há, porém, um momento em que de fato irá prevalecer sua vontade, o direito inalienável de escolha de forma incontestável, quando sua consciência, sua vontade, sem qualquer pressão determinará o que fazer. É quando se encontra solitário diante da urna secreta de votação. Ali é ele mesmo. Sua vontade sem interferência de quem quer que seja prevalecerá. Trata-se do pleno e secreto direito democrático, sem qualquer restrição, de se fazer uma escolha. Assim seja.
*** ***
Quem não votou em Dilma ou Serra no primeiro turno se sente deserdado, desamparado numa segunda escolha. O pensamento não vale para quem votou em Marina, um voto de solidariedade, quem sabe de protesto, mas muito provavelmente de descontentes petistas. Quem é do voto ideológico lhe é oferecido agora, como a todo votante, quatro alternativas: Dilma, Serra, voto branco ou nulo. Certamente por convicções à esquerda, por uma questão de idiossincrasia, uma das opções é completamente descartada.
No segundo turno a questão é saber para quem vai os 20% dos votos de Marina. Deve ser dividir entre Dilma e Serra. Com isso de acordo com o primeiro turno Dilma que fez quase 47% vai a 57% no segundo. Serra de 32% poderá chegar a 42%. Serra deverá ainda ser prejudicado pelo feriadão. Quem vota em Serra, classe média, prefere curtir a folga. Por isso a abstenção deverá superar os 18% do primeiro turno, com mais um adendo. A eleição no primeiro turno é mais atraente ao eleitor em termos regionais, quando se vota em governador, senadores e deputados. Por tudo isso Dilma tem indicativos para vencer a eleição, a não ser que Serra consiga milhões de votos junto ao eleitor da mesma Dilma ou de repente, no momento final, surja algum aloprado.
Outro caso. O correto funcionário, ciente de seu trabalho, desempenha com retidão seus afazeres. Conhece muito bem suas atribuições e por isso as cumpre com segurança, sem a mínima margem de erro. Apegado as sua funções tem imenso carinho pelo que faz. Um dia um chefe novo. Começa a intrometer-se no serviço com procedimentos errados. O funcionário tenta convencê-lo de que a forma a ser utilizada é imperfeita. Nada adianta. Tem que se submeter ao errôneo comando da chefia. O chefe de família pressionado, como também o funcionário, realiza o que não deseja. São dominados pela vontade alheia. O direito de escolha, do desejo realizado é inconcebível pela maioria dominante. Há, porém, um momento em que de fato irá prevalecer sua vontade, o direito inalienável de escolha de forma incontestável, quando sua consciência, sua vontade, sem qualquer pressão determinará o que fazer. É quando se encontra solitário diante da urna secreta de votação. Ali é ele mesmo. Sua vontade sem interferência de quem quer que seja prevalecerá. Trata-se do pleno e secreto direito democrático, sem qualquer restrição, de se fazer uma escolha. Assim seja.
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Quem não votou em Dilma ou Serra no primeiro turno se sente deserdado, desamparado numa segunda escolha. O pensamento não vale para quem votou em Marina, um voto de solidariedade, quem sabe de protesto, mas muito provavelmente de descontentes petistas. Quem é do voto ideológico lhe é oferecido agora, como a todo votante, quatro alternativas: Dilma, Serra, voto branco ou nulo. Certamente por convicções à esquerda, por uma questão de idiossincrasia, uma das opções é completamente descartada.
No segundo turno a questão é saber para quem vai os 20% dos votos de Marina. Deve ser dividir entre Dilma e Serra. Com isso de acordo com o primeiro turno Dilma que fez quase 47% vai a 57% no segundo. Serra de 32% poderá chegar a 42%. Serra deverá ainda ser prejudicado pelo feriadão. Quem vota em Serra, classe média, prefere curtir a folga. Por isso a abstenção deverá superar os 18% do primeiro turno, com mais um adendo. A eleição no primeiro turno é mais atraente ao eleitor em termos regionais, quando se vota em governador, senadores e deputados. Por tudo isso Dilma tem indicativos para vencer a eleição, a não ser que Serra consiga milhões de votos junto ao eleitor da mesma Dilma ou de repente, no momento final, surja algum aloprado.
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