Para o ideólogo socialista, o proposto do sistema filosófico, político e econômico, da
igualdade social, da distribuição de rendas, tudo irá continuar a mesma coisa. Fernando Henrique, Serra, Lula e muito provavelmente Dilma, tudo é a mesma coisa, ou seja, o socialismo praticado pelo poder de Brasília tem em sua doutrina a distribuição de bens para uma sociedade caracterizada pelo poder econômico – banqueiros e magnatas empresários - em que a igualdade de oportunidades e meios se direciona às elites poderosas, à burguesia dominante e influente dos ricos, à classe média alta. A distribuição de renda, a igualdade social verdadeira para o proletariado inexiste nos últimos governos brasileiros.
A esperança do regime socialista esteve prestes a se concretizar oito anos atrás: Lula eleito presidente. Naquele momento um operário, o sindicalista, o ativista conhecedor profundo das diferenças sociais, das desigualdades de classes, era a esperança de todos que postulavam a abolição da enorme diversidade social existente.
Não foi bem assim. Poderia se diagnosticar que haveria mudança de rumo, dos conceitos políticos e econômicos, quando Lula publicou, em abril de 2002, a famigerada Carta ao Povo Brasileiro, na verdade, tratava-se de uma carta aberta ao capitalismo. Submeteu-se ao poder econômico, seguiria a cartilha imposta pelo capitalismo. Assim foi feito, assim aconteceu durante os dois mandatos do governo Lula.
O capitalismo, representado em sua essência pelos banqueiros, jamais obteve êxito econômico e financeiro tão espetacular, nunca antes nesse país. Os bancos nesse ano fiscal de 2010 deverão ter lucros aproximados de 25 bilhões de reais. Somente um banco privado prevê um lucro liquido de 3,5 bilhões.
Enquanto isso, os excludentes de qualquer operação bancária, a massa falida dos pobres miseráveis, recebe como ato de misericórdia, uma esmola, a merreca do programa Bolsa Família, valores super insignificantes diante dos lucros bancários. A insignificância de valores da Bolsa é de 22 reais para cada um dos membros pertencente a cada família. Um vilipêndio à miséria, um desdouro contra a infeliz raça humana.
O BNDES, por financiamento, abarrota de reais empresas. O indigente, o marginal da sociedade, é do tempo do tostão, antiga moeda que não existe mais, de valor ridículo. O projeto Minha Casa, Minha Vida, da Caixa, é destinado a financiar moradias à classe média. O indigente sem teto tem por morada o viaduto, o subterrâneo das pontes, onde busca a sobrevivência na condição de famélico, prostrado pela fome.
O PSDB reacionário de FHC e Serra, que tem por plataforma política a proteção do capitalismo selvagem, a diabólica aglutinação de riquezas, até se compreende. Sua linha ideológica é assim. O PT autêntico do passado, da esquerda e de Lula sindicalista, se perdeu na busca do poder, transformou-se numa falácia, enganou aos adeptos do socialismo. Tornou-se um partido do centro, bem próximo à direita dos tucanos.
O PT perdeu suas raízes. Lula suas origens. Dilma não será diferente. Lamentável para o ideólogo socialista.
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