sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ganhou o poste

O achincalhe foi demais por parte da imprensa reacionária, tendenciosa e abobada, quando usou o epíteto de poste para a candidata Dilma, com a intenção evidente de ridicularizar de modo zombeteiro. Isso também pode, com o cognome usado, ser um preconceito machista contra a mulher. Pois então ganhou o poste, na verdade, com todo o respeito a senhora Dilma Rousseff. Venceu de maneira insofismável com 56% dos votos, uma diferença respeitável de 12 milhões de votos, para a decepção total da direita conservadora. A vitória poderia ser obtida já no primeiro turno se não fosse os quase 20% de votos de Marina Silva, contrariando todas as pesquisas de intenção de votos, quando no máximo poderia chegar aos 10% e nas urnas alcançou quase 20%. O previsto era de que esse percentual de votos seria dividido entre Dilma e Serra. Elementar caro leitor. Evidentemente quem se baseou nessa divisão matemática reconhecia o favoritismo na vitória de Dilma, o que se consolidou na apuração de votos do segundo turno. Só não viu quem não quis enxergar ou o radical inconformado com a prognosticada e irremediável vitória do PT. Manteve-se cego, acreditando numa talvez profética reviravolta. O episódio de Erenice Guerra, que poderia retroagir o quadro eleitoral não foi suficiente.
No Rio Grande do Sul não houve a divisão da metade dos votos para cada lado, como aconteceu, ao que tudo indica em todo o país. Marina obteve 11% dos votos dos gaúchos na primeira etapa e no segundo turno a maioria optou pelo candidato José Serra em torno 7 a 8%, o que é demonstrado principalmente em 25 municípios da serra gaúcha, sendo que em cinco Dilma diminuiu sua votação. Em contraposição unicamente, em Carlos Barbosa, Dilma venceu nos dois turnos. O fenômeno da transferência maciça de votos de Marina para Serra na região é comprovado pelas apurações de votos em dois municípios: Caxias do Sul e Farroupilha. Em Caxias Marina somou um pouco mais de 32 mil votos no primeiro turno, Serra acima de 116 mil, Dilma em torno de 91 mil. No segundo turno os aproximadamente 32 mil votos de Marina foram para Serra, que foi a 136 mil. Dilma acrescentou um pouco mais de 5 mil e passou para aproximadamente de 96 mil votos, o que significa que Serra aumentou mais ou menos 27 mil votos sua votação. Em Farroupilha repetiu-se a vantagem de Serra. Marisa chegou perto dos 4 mil votos, Serra quase 19 mil, Dilma em torno de 17 mil. No segundo turno Serra aumentou a vantagem para 23 mil, uma diferença a mais em volta de 4 mil votos, enquanto Dilma teve um pequeno acréscimo de um pouco mais de 300 votos.
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Foram implacáveis no período pré-eleitoral as criticas, algumas imponderáveis, de determinada imprensa conservadora e reacionária, porta-voz das elites dominantes, como a Rede Globo, o jornal Folha de São Paulo e a revista Veja. Com uma pauta jornalística direcionada, com editorais, comentários e reportagens tendenciosas, com a clara exposição de prejudicar a candidata Dilma agiram de uma forma que os mesmos órgãos de imprensa condenam. Não adiantou.

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