segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mayara foi mal

A internet, na moderna era tecnológica é um aparelho formidável para a interatividade das pessoas, satisfazer curiosidades, realizar pesquisas. No entanto tem seu lado ruim. Serve de anonimato para as pessoas de má índole, que se escondem por detrás de um computador para ofender, usar de calunias e injúrias comprometendo o ser igual, levar ao descrédito uma personalidade por conceitos capciosos, de forma ignóbil colocar em dúvida a honorabilidade e idoneidade de entidades e difamar instituições.
Mayara é uma estudante de Direito, estagiaria de um escritório de advocacia, quem começou a incitação preconceituosa contra os nordestinos. Uma xenofobia interna de brasileiros contra brasileiros. Tudo teve seu início quando Mayara digitou e publicou em seu twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”. Não precisou utilizar o total de caracteres do servidor em seu microblogging – somente a metade – para desencadear uma onda de ódio preconceituoso contra pessoas de origem nordestina, tendo como causa a eleição de Dilma Rousseff. A partir daí foram postadas centenas de mensagens de apoio, de seguidores a Mayara. Eis a intolerância em 140 caracteres.
“Faça um favor para o nosso país: mate um nordestino”
“Brasil!!!Um país de tolos !!!Parabéns jegues nordestinos!!!. Tomarem que morram de fome eternamente, povo folgado que se refugia em SP”
“Dêem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filhos pra ganhar o bolsa 171”
“Dividam o Brasil no meio, me nego a ser da mesma nação dos nordestinos”
“O nordeste é um lugar onde nós, pessoas brancas de classe média alta, vamos fazer turismo sexual comendo umas baianinhas vagabundas”
Oculta pelo pela segurança de seu computador, escondida pelo anonimato, parecia tudo fácil para se manter obscura. Não aconteceu. Mayara foi descoberta, perdeu seu estágio, demitida em seu emprego. Além do mais será responsável e deverá assumir com as conseqüências do ato praticado. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção de Pernambuco entrou com uma ação crime de discriminação em meio de comunicação e de incitação ao ato criminoso (homicídio).
Com essa vida pregressa Mayara pode não se tornar uma boa advogada. Mas certamente ela é nula em matemática, não sabe fazer contas. Todo esse preconceito, a intolerância com nordestinos, é erroneamente atribuído à vitoria de Dilma. Ledo engano. Nos estados nordestinos, é verdade, a votação de Dilma ficou na média 70% dos votos, significando uns 10 milhões de votos. Mayara deveria aprender a contar. Dilma ganhou por uma diferença de 12 milhões, portanto sobrariam dois milhões de votos não contados os nordestinos. O Nordeste ajudou, mas Dilma venceu em Minas Gerais e Rio de Janeiro, perdeu no Rio Grande do Sul por uma diferença que não chegou a 1 ponto percentual, e teve expressiva votação no estado de São Paulo e região Centro-Oeste.

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