Joey é um cavalo puro sangue inglês. Albert um jovem rapaz de uma província inglesa. Os dois se interligam por uma profunda, enternecida e consternadora amizade ambientada na belíssima paisagem rural da Inglaterra. Esse é o início do roteiro do filme de Steven Spielberg, Cavalo de Guerra, que passa pelo drama comovedor de uma família, até à tragédia, a dor e o horror de uma guerra, com seus episódios patéticos, que despertam piedade e profunda tristeza.
Num leilão de cavalos, Ted pai de Albert, inquilino de um poderoso fazendeiro, num impulso de coragem, desafia e faz do rico dono de terras, um desafeto. O protagonista da temerária ousadia de Ted é Joey, disputado lance a lance, afinal adquirido, mas comprometendo as economias da família. Joey é um espécime equino não afeito as atividades rurais como se submeter ao cabresto para puxar o arado. Leva algum tempo para Albert ensinar e convencer o cavalo a cumprir a tarefa. Consegue. Terra arada e a plantação de nabo pronta para a colheita com ajuda de Joey. Nem tudo é felicidade. O infortúnio vem do céu em forma de uma intempérie. Uma tempestade devasta a plantação, o que significa a ruína da família, a dívida não paga com o dono das terras. Honrar seus compromissos, saldar seus débitos, obrigou Ted a vender Joey para o exército britânico. O menino e o cavalo se separam.
A partir daí começa uma extraordinária jornada, uma aventura épica, enfrentada e proporcionada por Joey, durante a qual mostra tenacidade, esperança e lealdade. A arrebatadora marcha empreendida pelo cavalo envolve a cada etapa a amizade com as pessoas encontradas. Desfilam nos encontros, o capitão da cavalaria inglesa, o soldado alemão, o fazendeiro francês e sua neta e o relacionamento com seu irmão de raça, o forte, velho e negro cavalo. Na epopéia desses acontecimentos romanescos os personagens envolvidos descobrem a capacidade de expressão e comunicação do fogoso Joey. Todo o corpo, especialmente os olhos, demonstra emoções de modo surpreende.
Joey passa a ser propriedade de um capitão inglês.
O filme tem duas cenas espetaculares. Os ingleses sabem que uma tropa alemã está acampada em campo aberto. Uma fácil investida derrotará os alemães. A cavalaria inglesa em louca disparada percorre a distância entre uma produção de milho. O milho alto só deixa aparecer a cabeça do cavalo e seu cavaleiro em desembalada carreira. Ficou fácil de fato para os ingleses até aquele momento. No avanço deparam com uma linha de artilharia de metralhadoras. Soldados ingleses são metralhados e dizimados, entre eles o capitão inglês. Na primeira guerra mundial (1914/1918) comprova-se uma realidade: cavalaria numa não tem mais serventia. Joey torna-se presa dos alemães. Cavalo não serve mais à frente de batalha. Ele vai puxar carroças.
A outra cena fantástica é o momento em que Joey revoltado, desesperado, sabe-se lá o quê, dispara por entre trincheiras inimigas e de repente de maneira penosa fica enrolado, preso entre fios de arame farpado. Perplexo, pelo seu intelecto animal, raciocinou qual o motivo da guerra, quando um soldado inglês e outro alemão, saído cada qual de suas trincheiras, vem socorrê-lo.
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