domingo, 29 de abril de 2012
O dom da palavra
O dom da palavra
Igreja do Divino Salvador, no bairro Piedade (RJ). Ali, fui coroinha. Uma missa dominical que sempre fazia questão de ajudar era a missa do padre Alberto.
Um ato de fé religioso igual a tantos outros realizados diariamente em sua liturgia. Mas havia uma diferença. O que diferenciava era o sermão, que se entendia naquela época como uma censura, uma repreensão aos crentes católicos.
O padre Alberto na verdade fazia um vibrante discurso, enviava sua mensagem, como autêntica pregação da crença cristã, sem censura, sem ser um ato repreendedor. Diríamos hoje que é pela homilia, palavra mais amena, que o sacerdote interpretava os ensinamentos do Senhor, o uso da palavra de Deus.
Afora a diferença de interpretação da prédica adotada –sermão/pregação/homilia –importante era a palavra vibrante do padre Alberto ecoando pelos quatros cantos da enorme nave, repercutindo forte entre o santuário e o átrio.
Do alto do púlpito, aquela tribuna situada em determinado local da igreja, mais ou menos em sua metade, hoje sem uso e sem qualquer recurso eletrônico, com a voz estridente, com forte freqüência entre agudos e graves, por sua firmeza, sem vacilar em uma única palavra, porém suave, quase coloquial, com muita eloqüência, o Padre Alberto era sobremaneira convincente.
Falava de forma brilhante. As palavras tornavam-se marcantes no consciente.
Ouvíamos aquelas palavras como se fosse verdadeiramente a palavra de Deus.
Gosto muito da palavra de Deus ou qualquer uma, principalmente se ela for oral, falada corretamente, persuasiva em seus temas com aquele som claro, bem timbrado, ora excitante, ora comovente.
Quando escuto a palavra fácil, envolvente, jamais será algo entediante.
Ouço com atenção o palestrante com a sua exposição metódica e fundamentada sobre determinado assunto.
Aprecio o pastor evangélico com sua oratória influente, deliberada e estruturada.
O comentarista radiofônico ou televisivo brilhante, iluminado e criativo aos expor suas idéias, na tentativa de formar opinião.
Por tudo isso, por ter esse sabor pela palavra, durante quase três horas, assisti pela Tv Justiça, a posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Foram rigorosamente quatro discursos (saudação do decano dos juizes, o procurador geral da República, o presidente da OAB, e o ministro empossado), quatro peças oratórias. Palavras incisivas, sem nenhuma titubeação. Todos esplendorosos em seus pensamentos, magníficos na interpretação da ciência jurídica, sem vacilar em qualquer momento, sem hesitação alguma. Impecáveis no uso da palavra.
Por seus perfeitos verbais, pelos pronunciamentos idôneos e sem jaça, pelos discursos veementes e enfáticos, enfim pela prosopopéia empregada, os quatro oradores daquela noite me fizeram lembrar do padre Alberto, no seu sermão, em sua pregação ou na homilia dominical, seja o que for, todos com o dom da palavra.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
O Cachoeira II
O tal do individuo, conhecido no meio político e policial pela alcunha de Carlinhos Cachoeira deve ter muita grana. Vejam só. O advogado contratado para defendê-lo é o ex-Ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos pela bagatela de 15 milhões de reais, a serem pagos em três prestações. O Cachoeira que já uma catarata tem muito dinheiro mesmo.
O Cachoeira tem muito dinheiro mais parece que não é muito esperto. Como pode bancar o otário com aquele monte de ligações telefônicas com os seus comparsas, cumpinchas ou cúmplice, sujeitas a bisbilhotagem. Da duas, uma. Não acreditava, pelo seu poder, que pudesse ser intimado, acusado de alguma coisa ou não acreditava na competência da Policia Federal. Bem feito, o otário se deu mal.
terça-feira, 24 de abril de 2012
O Cachoeira
O tal de Carlinhos Cachoeira é uma catarata em termos de prestigio, poder, dinheiro, influência, estelionato, contravenção e corrupção. Junto aos políticos um pedido seu era uma ordem. E não tem nada disso de ideologia. Fazia favores, recebia favores da esquerda, direita e centro. O homem era bajulado, mais do que isso respeitado, por uma simples razão: muito político tem o rabo preso a ela. Imagine-se o que colocou em dinheiro nas campanhas políticas de muita gente. Durante muito tempo o seu comércio ilegal da jogatina com caça niqueis Muito dinheiro rolando para corromper políticos e outras mais diversas autoridades.
Carlinhos Cachoeira está preso. O Congresso Nacional instaurou uma CPI. O que se deseja é de que tudo aquilo que hoje se apresenta como verdadeira catarata da corrupção não vire uma cascatinha.
domingo, 22 de abril de 2012
O primeiro farroupilhense
O tempo passa, a vida segue, a fila anda. Não há o que discutir o que é implacável na vivência de cada um. Trajetória e desfecho inexorável da existência humana.
Faz tempo, muito tempo. Meus pais resolveram retornar ao Rio Grande. Tempo difícil de dinheiro curto. Não havia grana para mais uma passagem de avião. Solução, criança fiquei no Rio de Janeiro a viver sob os cuidados de uma tia. Sentido, carente, choroso na despedida ficou a promessa de que em seguida, logo que houvesse uma oportunidade, estaria de novo junto aos pais, no aconchego familiar.
Demorou. Viajei não de avião (o dinheiro continuava curto), mas de ônibus e caminhão. Menino, minha tia me colocou num ônibus da Viação Cometa (Rio/São Paulo/Rio). Naquela época não havia a rígida fiscalização que hoje há no controle de passagens para crianças. Cheguei em São Paulo para procurar José Bassani.Tinha o endereço de um hotel (jamais esquecerei) na rua 25 de Janeiro onde deveria encontrar o Bassani, que possuía um caminhão e era vizinho dos meus pais na rua Paim Filho. Por esse conhecimento e vizinhança ficou combinado que ele me traria para o sul, desde que o encontrasse em São Paulo. Na capital paulista, surpresa desagradável: ele não estava no local, no hotel combinado. Fiquei descontrolado, sem saber que fazer. Voltar ou buscar o paradeiro de Bassani. Peço ajuda ao gerente do hotel. Ele diz que Bassani sempre se hospeda por ali, desta feita não, mas sabe o telefone da empresa transportadora (Rodofiel, também nunca mais esqueci) onde sempre carrega e felizmente informam que ali ele estava. Alivio. Encontramo-nos e conheci o primeiro cidadão farroupilhense. Conhecidos, no dia seguinte o início da viagem de São Paulo à Farroupilha. Naquela época essa viagem tinha a duração de quatro dias. O caminhão de Bassani era um antigo International KB7. Andava bem. E tinha que andar porque desejava ele passar o Natal em casa. Grande parte das estradas era de chão batido, de muitas curvas. Por isso a demora em se fazer o percurso. Em determinado local, em alguma cidade, do Paraná ou Santa Catarina encontrei e conheci mais dois farroupilhenses, companheiros de Bassani: Bonet e Trevisan. A partir desse momento, por algumas horas, a viagem tornou-se mais agradável, pelas brincadeiras que os três faziam, na hora da refeição ou à noite no hotel. Divertia-me muito. Registre-se que os caminhões da época não ofereciam as mordomias que os atuais possuem. Em determinado momento Bonet e Trevisan se desculparam mas teriam que ir em frente de maneira mais rápida. Afinal os dois possuíam dois potentes e modernos caminhões Ford, na época os famosos F-800 ou F-8.000, qualquer coisa assim. Bassani e eu seguimos no KB-7. Tudo certo. Chegamos na antevéspera do Natal de madrugada.
José Bassani foi o primeiro farroupilhense que conheci e com ele, como caroneiro, quatro dias de aventura por tortuosas estradas de um Brasil antigo. José Bassani faleceu semana passada. O tempo passa, a vida segue, a fila anda.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Neymar
Neymar...Neymar...Neymar...Neymar...Neymaaaaar...Neymaaaaar...Neymaaaaar...
A musiquinha é tola, imbecil, idiota, enfim, sem graça. Mas fala em Neymar e ai tudo pode. Neymar...Neymar...Neymar...
O carro de Neymar era um Volvo. Preferiu um mais caro, um Porsche Panamera. Só que a montadora Wolksvagem passou a patrociná-lo. Não seria de bom alvitre ele continuar com um Porsche. A Wolsk ofereceu um carro para ele. Como no mercado nacional não tem um automóovel a altura de seu prestigio e dinheiro foi importado um Audi R7 alemão, montadora Audi do grupo da Wolksvagem.
Neymar não é só ligado em carros. Tem gosto também por embarcações e não é qualquer uma. Tem que ser um iate de três andares comprado por 15 milhões de reais, de segunda mão, portanto já usado. Imagine o preço de um novinho em folha.
Neymar deu para a mãe de seu filho uma cobertura, que era sua (agora mora numa mansão no Guarujá), com cinco dormitórios e com piscina particular.
Neymar ganha muito bem. Além do apartamento, deu um carro importado para a mãe de seu filho, além de lhe pagar uma pensão de 30 mil reais mensal.
Neymar é evangélico. Para sua igreja doa como um dizimo 40 mil reais por mês
Neymar deve faturar entre salários do Santos e patrocínios três milhões de reais a cada 30 dias.
Neymar...Neymar...Neymar... Neymar... Neymaaaaaar.
A musiquinha é tola, imbecil, idiota, enfim, sem graça. Mas fala em Neymar e ai tudo pode. Neymar...Neymar...Neymar...
O carro de Neymar era um Volvo. Preferiu um mais caro, um Porsche Panamera. Só que a montadora Wolksvagem passou a patrociná-lo. Não seria de bom alvitre ele continuar com um Porsche. A Wolsk ofereceu um carro para ele. Como no mercado nacional não tem um automóovel a altura de seu prestigio e dinheiro foi importado um Audi R7 alemão, montadora Audi do grupo da Wolksvagem.
Neymar não é só ligado em carros. Tem gosto também por embarcações e não é qualquer uma. Tem que ser um iate de três andares comprado por 15 milhões de reais, de segunda mão, portanto já usado. Imagine o preço de um novinho em folha.
Neymar deu para a mãe de seu filho uma cobertura, que era sua (agora mora numa mansão no Guarujá), com cinco dormitórios e com piscina particular.
Neymar ganha muito bem. Além do apartamento, deu um carro importado para a mãe de seu filho, além de lhe pagar uma pensão de 30 mil reais mensal.
Neymar é evangélico. Para sua igreja doa como um dizimo 40 mil reais por mês
Neymar deve faturar entre salários do Santos e patrocínios três milhões de reais a cada 30 dias.
Neymar...Neymar...Neymar... Neymar... Neymaaaaaar.
terça-feira, 17 de abril de 2012
"Plantação !!!"
No jargão jornalístico plantar uma notícia é aquela situação em que o sujeito junto a imprensa informa determinado fato, que sempre diz respeito a ele, ao seu interesse. O repórter acreditando nas declarações do sujeito noticia o fato, nem sempre verdadeiro.
Então quando a questão envolve político "plantando notícia" deve se desconfiar muito, nem sempre acreditar.
Pois vejamos. Tempos atrás o senhor Sergio Rossi declarou em duas ou três vezes que colocava seu nome a disposição do partido (PMDB) como candidato a prefeito. Ora ninguém é bobo. Todo mundo sabe que o candidato do partido é Ademir Bareta. Por que então plantar esse tipo de notícia? Verificar prestígio? Sentir a repercussão do fato? Pensar em ser vice?
Outro tipo de "plantação de notícia". O senhor Fabiano Feltrin por diversas vezes declarou que seria candidato por seu partido (PP). Recentemente negou tudo. Deseja o quê? Repercussão positiva? Essa não ocorreu. Ninguém é bobo. Todos sabemos que o PP continuará aliado ao PMDB. Lançar candidatura própria é um risco. Preferível ser vice e garantir os cargos em confiança no próximo governo municipal.
Então quando a questão envolve político "plantando notícia" deve se desconfiar muito, nem sempre acreditar.
Pois vejamos. Tempos atrás o senhor Sergio Rossi declarou em duas ou três vezes que colocava seu nome a disposição do partido (PMDB) como candidato a prefeito. Ora ninguém é bobo. Todo mundo sabe que o candidato do partido é Ademir Bareta. Por que então plantar esse tipo de notícia? Verificar prestígio? Sentir a repercussão do fato? Pensar em ser vice?
Outro tipo de "plantação de notícia". O senhor Fabiano Feltrin por diversas vezes declarou que seria candidato por seu partido (PP). Recentemente negou tudo. Deseja o quê? Repercussão positiva? Essa não ocorreu. Ninguém é bobo. Todos sabemos que o PP continuará aliado ao PMDB. Lançar candidatura própria é um risco. Preferível ser vice e garantir os cargos em confiança no próximo governo municipal.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Umas e outras
- Recebo e-mail de Samuel Casa contestando minha opinião na coluna, edição impressa do "O Farroupilha" semana passada "Alguém pode..." A única coisa do senhor Casa diferentemente da minha coluna é a explicação para o preço da chamada uva de mesa. Diz ele que esse tipo de uva em sua produção exige mais tempo e mais cuidado, diferentemente da uva vinífera, por isso o preço mais caro no mercado. Aceito a explicação, somente não concordo que o preço do quilo da uva de mesa seja tão caro.
- Modificações no secretariado municipal da prefeitura de Farroupilha em razão dos secretários titulares (todos vereadores eleitos na legislatura passada) se afastarem por exigência da legislação e assim terem a condição de candidatos no próximo pleito.
Tudo bem, com uma ressalva: o PMDB do governo municipal parece o PT no âmbito federal: a vontade de satisfazer os partidos aliados com cargos no Executivo, com ao menos um caso para maior compreensão na discussão política por não haver correspondência a um possível tão alto prestígio político. Caso do PSDB que na eleição municipal passada somou 1.239 votos para a Câmara Municipal, ou seja, somente 3,5% dos votos (foram quase 35 mil votos)que não justifica uma suposta força política expressiva e injustificável junto ao PMDB por merecer uma secretária municipal importante como a de Finanças.
- Ao que parece os novos secretário empossados obedece a exigência da questão política. Técnicos em funções nem pensar. Politicamente se entende a questão mas existe certas incoerências. Dentista na área do Meio-Ambiente e o pior, gente da área da ciência jurídica, numa secretaria que nada tem a ver com a função, Secretaria das Finanças. Um disparate.
- Um leitora, entendida em "fashion", diz que aquele jovem rapaz que deseja fazer carreira política deveria ter consultoria de um "personal stylist" para cuidar de sua aparência pessoal. Sabre porque, diz ela, recordando um antigo comercial na televisão: "a minha voz continua a mesma, mas os meu cabelos...
- Modificações no secretariado municipal da prefeitura de Farroupilha em razão dos secretários titulares (todos vereadores eleitos na legislatura passada) se afastarem por exigência da legislação e assim terem a condição de candidatos no próximo pleito.
Tudo bem, com uma ressalva: o PMDB do governo municipal parece o PT no âmbito federal: a vontade de satisfazer os partidos aliados com cargos no Executivo, com ao menos um caso para maior compreensão na discussão política por não haver correspondência a um possível tão alto prestígio político. Caso do PSDB que na eleição municipal passada somou 1.239 votos para a Câmara Municipal, ou seja, somente 3,5% dos votos (foram quase 35 mil votos)que não justifica uma suposta força política expressiva e injustificável junto ao PMDB por merecer uma secretária municipal importante como a de Finanças.
- Ao que parece os novos secretário empossados obedece a exigência da questão política. Técnicos em funções nem pensar. Politicamente se entende a questão mas existe certas incoerências. Dentista na área do Meio-Ambiente e o pior, gente da área da ciência jurídica, numa secretaria que nada tem a ver com a função, Secretaria das Finanças. Um disparate.
- Um leitora, entendida em "fashion", diz que aquele jovem rapaz que deseja fazer carreira política deveria ter consultoria de um "personal stylist" para cuidar de sua aparência pessoal. Sabre porque, diz ela, recordando um antigo comercial na televisão: "a minha voz continua a mesma, mas os meu cabelos...
sábado, 14 de abril de 2012
Alguém pode explicar
Alguém pode me explicar algumas coisas? Por exemplo. Habitamos a serra gaúcha. Região tradicional, reconhecida como a maior produtora de uvas do país. São imensos e variados parreirais que nos circundam e com ele convivemos em saborear o seu gostoso fruto que é a uva. São milhares de parreirais que produzem ao nosso lado toneladas de uvas. Dessa forma se faz pensar que teríamos no mercador consumidor, ao menos na região com uva em abundância, o produto a preços módicos. Pelas circunstâncias, lado a lado da produção, o consumidor serrano tem no preço do quilo de uva um valor nada acessível no varejo. Na verdade chega a pagar preços exorbitantes.
Valores que extrapolam o razoável. Uvas como Niagara e Isabel tem preços ao quilo que variam entre 2,50 e 3 reais. As uvas de mesa de tamanho maior e mais encorpadas ultrapassam o preço de 5 reais. Isso tudo alguém poderia me explicar? E se não for incomodo mais uma explicação: se o preço mínimo da uva, tipo Isabel, foi fixado pelo governo em CR$0,57 por que é vendida ao consumidor acima de CR$2,00?
*** ***
Mais ainda. Alguém pode me explicar a enorme diferenciação do preço do vinho nacional e importado? Encontra-se nos supermercados bons vinhos importados, especialmente argentinos, com preços variando entre 12 e 15 reais. No mesmo local, vinhos nacionais de boa qualidade chegam a custar 30 reais ou até mais.
Conhecemos os valores do imposto pago com exorbitantes taxas. Sabemos ainda dos incentivos, de certas regalias para com o vinho importado. Avaliamos essas questões. No entanto quando a diferença de preços entre o vinho nacional e o importado chega a ser o dobro, uma explicação necessária deve ser dada.
*** ***
Agora, quem deve explicação é o comércio farmacêutico. Necessito de determinado remédio. Como consumidor busco, vou averiguar o melhor preço na concorrência do livre mercado. Na primeira farmácia a droga custa CR$ 72,00, com o desconto fica, acreditem, em CR$ 45,00. Não sei como, trata-se de um “descontão”. Na segunda farmácia, o mesmo produto já com desconto fica em CR$ 51,00. Na próxima, também já com desconto CR$ 58,00. O mais incrível em termos de desconto acontece em duas farmácias, em diferentes locais, pertencentes a uma mesma rede. Numa o mesmo remédio é vendido por Cr$ 72,00. Acho muito caro. A vendedora pergunta quanto paguei em outra ocasião. Chuto, Cr$ 48,00. Faz consulta no computador e me diz que pode me vender por CR$45.00. Ratifico, numa outra farmácia da mesma rede, o remédio custa CR$ 68,00, mas se caso eu levar três caixas, se precavendo com o prometido aumento, cada uma custará CR$ 23,00, portanto as três Cr$ 69,00, preço variável em outra qualquer farmácia. Tem explicação?
*** ***
Valores que extrapolam o razoável. Uvas como Niagara e Isabel tem preços ao quilo que variam entre 2,50 e 3 reais. As uvas de mesa de tamanho maior e mais encorpadas ultrapassam o preço de 5 reais. Isso tudo alguém poderia me explicar? E se não for incomodo mais uma explicação: se o preço mínimo da uva, tipo Isabel, foi fixado pelo governo em CR$0,57 por que é vendida ao consumidor acima de CR$2,00?
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Mais ainda. Alguém pode me explicar a enorme diferenciação do preço do vinho nacional e importado? Encontra-se nos supermercados bons vinhos importados, especialmente argentinos, com preços variando entre 12 e 15 reais. No mesmo local, vinhos nacionais de boa qualidade chegam a custar 30 reais ou até mais.
Conhecemos os valores do imposto pago com exorbitantes taxas. Sabemos ainda dos incentivos, de certas regalias para com o vinho importado. Avaliamos essas questões. No entanto quando a diferença de preços entre o vinho nacional e o importado chega a ser o dobro, uma explicação necessária deve ser dada.
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Agora, quem deve explicação é o comércio farmacêutico. Necessito de determinado remédio. Como consumidor busco, vou averiguar o melhor preço na concorrência do livre mercado. Na primeira farmácia a droga custa CR$ 72,00, com o desconto fica, acreditem, em CR$ 45,00. Não sei como, trata-se de um “descontão”. Na segunda farmácia, o mesmo produto já com desconto fica em CR$ 51,00. Na próxima, também já com desconto CR$ 58,00. O mais incrível em termos de desconto acontece em duas farmácias, em diferentes locais, pertencentes a uma mesma rede. Numa o mesmo remédio é vendido por Cr$ 72,00. Acho muito caro. A vendedora pergunta quanto paguei em outra ocasião. Chuto, Cr$ 48,00. Faz consulta no computador e me diz que pode me vender por CR$45.00. Ratifico, numa outra farmácia da mesma rede, o remédio custa CR$ 68,00, mas se caso eu levar três caixas, se precavendo com o prometido aumento, cada uma custará CR$ 23,00, portanto as três Cr$ 69,00, preço variável em outra qualquer farmácia. Tem explicação?
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
A outra Páscoa
Interior do supermercado. Mãe e filho, com certo exagero, estão perdidos debaixo daquela exposição de ovos de chocolate, formando um verdadeiro caramanchão de guloseimas, colocado de tal maneira inconveniente que prejudica o caminhar de uma pessoa com altura um pouco acima da média.
Nesse local, mãe e filho, escolherão as iguarias apetitosas da época: ovos de Páscoa.
Em determinado momento o filho se depara com a sua preferência. É aquele que ele deseja. A mãe, precavida e sensata consumidora, pesquisadora de preços, verifica o valor do desejo do filho:
- Filho não dá, vamos escolher outro ovinho.
“Filho não dá” significa ser muito caro.
O menino, numa faixa etária em torno de cinco anos, não fica satisfeito com a resposta.
Soluça, chora, bate o pé para desespero e vergonha da mãe.
- Filho não dá mesmo. A mãe não tem dinheiro.
A revelação é pertinente para dissuadir o garoto com a verdade expressa.
A nova explicação só serviu para irritar ainda mais o teimoso menino. Mostra-se impertinente e inconveniente.
Nada o convence a ter uma atitude mais sensata. Chorou e bateu o pé mais firme, gritou e berrou para a aflita, angustiada e envergonhada mãe. O moleque insolente pelo desdenhoso espetáculo parece querer revelar as pessoas um possível ser desprotegido pela falta do amor maternal, órfão dos desejos e caprichos não satisfeitos.
Pelo mau comportamento chama a atenção dos circunstantes e pelas cenas assistidas produzem diversas reações, certamente indignados pela revolta de uma criança que deve ter capacidade infantil de entender o que pode e o que não pode.
A mãe, como boa mãe, pelo amor maternal, apesar de indignada em seu íntimo ou a mãe constrangida não querendo ver mais manifestações grosseiras, atende o rebento.
Para satisfazer o desejo do filho, pelo dinheiro curto, chega a conclusão que alguém, um familiar ou outro alguém que merecia um ovinho de Páscoa, pela condição financeira não satisfatória ficará sem o regalo, mas o malcriado filho, atendido.
No episodio um mal educado filho no comportamento e um desconhecedor, embora na tenra idade, da cultura religiosa, não culpa dele. Na formação, na educação inicial não lhe informaram que a Páscoa não é somente ovinhos de supermercado.
Mas o mundo capitalista, a sociedade de consumo não está preocupada com isso. Que as crianças continuem a chorar, gritar e berrar, bater os pés para que seus desejos com os mais caros chocolates sejam satisfeitos. Que continuem na ignorância religiosa.
A Páscoa por sua da crença, com sua liturgia, esqueça-se. Melhor vender ovos, faturar, do que meditar e viver as coisas espirituais.
Nesse local, mãe e filho, escolherão as iguarias apetitosas da época: ovos de Páscoa.
Em determinado momento o filho se depara com a sua preferência. É aquele que ele deseja. A mãe, precavida e sensata consumidora, pesquisadora de preços, verifica o valor do desejo do filho:
- Filho não dá, vamos escolher outro ovinho.
“Filho não dá” significa ser muito caro.
O menino, numa faixa etária em torno de cinco anos, não fica satisfeito com a resposta.
Soluça, chora, bate o pé para desespero e vergonha da mãe.
- Filho não dá mesmo. A mãe não tem dinheiro.
A revelação é pertinente para dissuadir o garoto com a verdade expressa.
A nova explicação só serviu para irritar ainda mais o teimoso menino. Mostra-se impertinente e inconveniente.
Nada o convence a ter uma atitude mais sensata. Chorou e bateu o pé mais firme, gritou e berrou para a aflita, angustiada e envergonhada mãe. O moleque insolente pelo desdenhoso espetáculo parece querer revelar as pessoas um possível ser desprotegido pela falta do amor maternal, órfão dos desejos e caprichos não satisfeitos.
Pelo mau comportamento chama a atenção dos circunstantes e pelas cenas assistidas produzem diversas reações, certamente indignados pela revolta de uma criança que deve ter capacidade infantil de entender o que pode e o que não pode.
A mãe, como boa mãe, pelo amor maternal, apesar de indignada em seu íntimo ou a mãe constrangida não querendo ver mais manifestações grosseiras, atende o rebento.
Para satisfazer o desejo do filho, pelo dinheiro curto, chega a conclusão que alguém, um familiar ou outro alguém que merecia um ovinho de Páscoa, pela condição financeira não satisfatória ficará sem o regalo, mas o malcriado filho, atendido.
No episodio um mal educado filho no comportamento e um desconhecedor, embora na tenra idade, da cultura religiosa, não culpa dele. Na formação, na educação inicial não lhe informaram que a Páscoa não é somente ovinhos de supermercado.
Mas o mundo capitalista, a sociedade de consumo não está preocupada com isso. Que as crianças continuem a chorar, gritar e berrar, bater os pés para que seus desejos com os mais caros chocolates sejam satisfeitos. Que continuem na ignorância religiosa.
A Páscoa por sua da crença, com sua liturgia, esqueça-se. Melhor vender ovos, faturar, do que meditar e viver as coisas espirituais.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Porrada
Numa calçada, na frente de uma escola pública, três marmanjonas enfurecidas, possuídas provavelmente de surto psicótico, estapeiam uma menina de 14 anos. Vingança estúpida pela agressão física por que a menina provavelmente desaforou uma coleguinha, algo de somenos importância para provocar tamanha raiva.
A mãe e as duas tias da eventual ofendida foram tirar satisfação da frágil pré-adolescente de modo grosseiro, na base da porrada.
Isso tudo foi assistido por circunvizinhantes que não tomaram uma única atitude para se evitar a covarde agressão. Parecia estar ali, próprio do ser humano, em ver sangue.
A cena mostrada em reportagem da televisão, depois de vários tapas mostra o fim da malvadeza praticada pelo soco desferido por uma das mulheres no meio do rosto da garota. Ela cai desmaiada pela violência da pancada de mão fechada. Somente nesse momento é que assistentes, decepcionados pelo fim das bordoadas, socorrem a frágil, pequena e indefesa vítima.
Lamentavelmente esse comportamento que foge a ética do comportamento social, essa compulsão pela maldade é nato ao ser humano, crueldade inerente ao homem, que nem sempre pode ser dominada, compelida.
Isso vem de tenra idade. Na escola primária alunos se desentendiam, colegas se ofendiam e ficava a promessa de uma briga depois da aula, no meio da rua. A turma, vibrante com o ignorante prometido, estava pronta para assistir um espetáculo em que o desejo maior era ver um nariz quebrado expelindo sangue ou uma cacetada na cabeça provocando um corte e consequentemente sangria.
Decepção geral era quando um adulto se intrometia, apartando a briga. Era vaiado pela “decepcionada platéia” por sua atitude civilizada e preventiva e evitando dessa forma, o desejado show sanguinolento.
O homem por natureza é violento ao se defender de uma agressão, ao atacar por fortuito motivo, a delirar por um espetáculo em que a violência da morte era o ápice, como no tempo das lutas na antiga civilização do Império Romana. A violência para o ser humano chega a ser entretenimento, que o digam as lutas do MMA ou UFC.
Enquanto sociedades protetoras de animais, usando legislação especifica que pune contraventores, promotores de rinhas de galo ou briga de cães, o homem faz, para a satisfação da massa ignara, da agressão física, da violência, um espetáculo de luta entre dois adversários, em que um dos contendores, o derrotado, cai de preferência estatelado na lona - naquele ambiente tétrico de um Coliseu, da luta dos gladiadores,
em forma octogonal cercado por alta e forte tela - preferencialmente jorrando sangue, desmaiado, quase morto. Com isso torce, aplaude, vibra, a insensata, ignorante e delirante platéia em ver sangue, em assistir muita porrada.
A mãe e as duas tias da eventual ofendida foram tirar satisfação da frágil pré-adolescente de modo grosseiro, na base da porrada.
Isso tudo foi assistido por circunvizinhantes que não tomaram uma única atitude para se evitar a covarde agressão. Parecia estar ali, próprio do ser humano, em ver sangue.
A cena mostrada em reportagem da televisão, depois de vários tapas mostra o fim da malvadeza praticada pelo soco desferido por uma das mulheres no meio do rosto da garota. Ela cai desmaiada pela violência da pancada de mão fechada. Somente nesse momento é que assistentes, decepcionados pelo fim das bordoadas, socorrem a frágil, pequena e indefesa vítima.
Lamentavelmente esse comportamento que foge a ética do comportamento social, essa compulsão pela maldade é nato ao ser humano, crueldade inerente ao homem, que nem sempre pode ser dominada, compelida.
Isso vem de tenra idade. Na escola primária alunos se desentendiam, colegas se ofendiam e ficava a promessa de uma briga depois da aula, no meio da rua. A turma, vibrante com o ignorante prometido, estava pronta para assistir um espetáculo em que o desejo maior era ver um nariz quebrado expelindo sangue ou uma cacetada na cabeça provocando um corte e consequentemente sangria.
Decepção geral era quando um adulto se intrometia, apartando a briga. Era vaiado pela “decepcionada platéia” por sua atitude civilizada e preventiva e evitando dessa forma, o desejado show sanguinolento.
O homem por natureza é violento ao se defender de uma agressão, ao atacar por fortuito motivo, a delirar por um espetáculo em que a violência da morte era o ápice, como no tempo das lutas na antiga civilização do Império Romana. A violência para o ser humano chega a ser entretenimento, que o digam as lutas do MMA ou UFC.
Enquanto sociedades protetoras de animais, usando legislação especifica que pune contraventores, promotores de rinhas de galo ou briga de cães, o homem faz, para a satisfação da massa ignara, da agressão física, da violência, um espetáculo de luta entre dois adversários, em que um dos contendores, o derrotado, cai de preferência estatelado na lona - naquele ambiente tétrico de um Coliseu, da luta dos gladiadores,
em forma octogonal cercado por alta e forte tela - preferencialmente jorrando sangue, desmaiado, quase morto. Com isso torce, aplaude, vibra, a insensata, ignorante e delirante platéia em ver sangue, em assistir muita porrada.
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