Numa calçada, na frente de uma escola pública, três marmanjonas enfurecidas, possuídas provavelmente de surto psicótico, estapeiam uma menina de 14 anos. Vingança estúpida pela agressão física por que a menina provavelmente desaforou uma coleguinha, algo de somenos importância para provocar tamanha raiva.
A mãe e as duas tias da eventual ofendida foram tirar satisfação da frágil pré-adolescente de modo grosseiro, na base da porrada.
Isso tudo foi assistido por circunvizinhantes que não tomaram uma única atitude para se evitar a covarde agressão. Parecia estar ali, próprio do ser humano, em ver sangue.
A cena mostrada em reportagem da televisão, depois de vários tapas mostra o fim da malvadeza praticada pelo soco desferido por uma das mulheres no meio do rosto da garota. Ela cai desmaiada pela violência da pancada de mão fechada. Somente nesse momento é que assistentes, decepcionados pelo fim das bordoadas, socorrem a frágil, pequena e indefesa vítima.
Lamentavelmente esse comportamento que foge a ética do comportamento social, essa compulsão pela maldade é nato ao ser humano, crueldade inerente ao homem, que nem sempre pode ser dominada, compelida.
Isso vem de tenra idade. Na escola primária alunos se desentendiam, colegas se ofendiam e ficava a promessa de uma briga depois da aula, no meio da rua. A turma, vibrante com o ignorante prometido, estava pronta para assistir um espetáculo em que o desejo maior era ver um nariz quebrado expelindo sangue ou uma cacetada na cabeça provocando um corte e consequentemente sangria.
Decepção geral era quando um adulto se intrometia, apartando a briga. Era vaiado pela “decepcionada platéia” por sua atitude civilizada e preventiva e evitando dessa forma, o desejado show sanguinolento.
O homem por natureza é violento ao se defender de uma agressão, ao atacar por fortuito motivo, a delirar por um espetáculo em que a violência da morte era o ápice, como no tempo das lutas na antiga civilização do Império Romana. A violência para o ser humano chega a ser entretenimento, que o digam as lutas do MMA ou UFC.
Enquanto sociedades protetoras de animais, usando legislação especifica que pune contraventores, promotores de rinhas de galo ou briga de cães, o homem faz, para a satisfação da massa ignara, da agressão física, da violência, um espetáculo de luta entre dois adversários, em que um dos contendores, o derrotado, cai de preferência estatelado na lona - naquele ambiente tétrico de um Coliseu, da luta dos gladiadores,
em forma octogonal cercado por alta e forte tela - preferencialmente jorrando sangue, desmaiado, quase morto. Com isso torce, aplaude, vibra, a insensata, ignorante e delirante platéia em ver sangue, em assistir muita porrada.
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