quinta-feira, 14 de março de 2013

Francisco, papa negro


De algum corpo em combustão ou superaquecido, de uma simples fogueira ou de corpos úmidos sujeitos a alta temperatura se eleva uma nuvem pardacenta ou escura, chamada de fumaça. O ar que respiramos para fora de nosso organismo se encontrar no meio exterior uma temperatura inferior a 10º graus permite uma condensação que forma aquele aspecto de fumaça de cor branca. Em razão disso, no frio de Roma, esperava-se que Patrícia Poeta, exalando a fumaça branca noticiasse: O Papa é da Globo.
A fumaça da o sinal e avisa do perigo: onde há fumaça há fogo, ditado comum do imaginário popular, modo de comunicar, informar, noticiar. A fumaça é a mais original e também a mais emblemática forma como meio de comunicação. Povos primitivos se comunicavam a distância dessa forma. Nativos de Cuba, Austrália e até do Brasil utilizavam a fumaça para se entenderem. Índios americanos tinham como sinal telegráfico entre os seus a fumaça utilizada muito nas lutas contra o tradicional inimigo, o exército americano, maneira de avisar a aproximação de suas tropas.
Assim, civilizações antigas, tinham uma criativa e eficiente linguagem para longas distâncias e apropriadas para diferentes culturas.
Uma fogueira era necessária para a formação da fumaça, que abafada por um pano ou algo parecido, vez por outra, formavam tufos que se erguiam para o céu e tinham uma simbologia, significados preestabelecidos entre seus usuários.
No mundo moderno da comunicação, do rádio, televisão e internet, ficam somente histórias da arcaica comunicação... menos num lugar, na Capela Sistina, local onde realiza o conclave, processo para a escolha de um novo papa.
Antes da Capela Sistina o conclave para a escolha de um papa era realizado em algum lugar de Roma ou em diferentes regiões da Itália. Ao final do século 16 passou a ser realizado na capela e por isso em algum lugar do prédio, bem no alto, uma chaminé é instalada para a comunicação pela fumaça da escolha de um novo papa.  
Embora, apesar de toda a modernidade, a fumaça branca é indicativa, de forma tradicional, na escolha do papa. No modo secular da realização de um conclave em que os cardeais se mantém isolados e reclusos, incomunicáveis, em que o mistério, segredo e sigilo, confidencialidade é exigência em forma de juramento, fumaça por comunicação é a solução. Dessa modo, pela fumaça branca, tivemos conhecimento que o argentino e jesuíta, fora eleito como o papa Francisco.
O cardeal Bergoglio, agora Francisco, é um padre da Companhia de Jesus, da ordem dos jesuítas, dedicada ao trabalho missionário e educacional, congregação fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, liderados por Inácio de Loyola.
Pela primeira vez, em quase 500 anos, um papa jesuíta. Surpresa e admiração ao saber-se que a ordem já esteve em confronto com o Vaticano, com a hierarquia católica. O superior geral da ordem dos jesuítas tem tal poder de comando, zela pela disciplina exigida e indispensável que é chamado de “Papa Negro”, em alusão a tradicional batina preta. 

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Nas intrigas e diferenças, brasileira e argentina, pode se discutir Pelé/Maradona; Messi/Neymar, jamais Francisco, porque não há, não pode haver comparações.

 

 

 

    

 

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