terça-feira, 10 de setembro de 2013

Viva a Cucaracha

Não se sabe exatamente onde está localizado em meio as “américas”. Pode ser um país da América do Sul ou incrustado na América Central. O que se sabe e que se tem certeza é de que seu nome é Cucaracha e o idioma predominante o castelhano.
Cucaracha traduzida para a língua portuguesa significa barata, vocábulo que indica e expressa, ser um inseto do gênero feminino e por isso para diferenciá-lo entre masculino e feminino se faz necessário usar as palavras fêmea ou macho.
Assim, numa solta e curiosa elucubração poderíamos dizer que quem nasce em Cucaracha é uma barata, sem ser literal, mas que pode ser um habitante do sexo masculino ou feminino. Se os machistas da Cucaracha não concordarem com a insinuação de baratas, entende-se unicamente no masculino como baratos ou baratas machos. Na verdade a discussão, por entendimentos sutis, indiretos e dúbios é de deixar muita gente baratinada.
Com o pensamento ainda divagando, o presidente da República da Cucaracha seria um barato? Não haveria nenhum problema ou interpretação dúbia se fosse uma presidenta.
Discutir gênero, número e grau, estar de forma unânime de acordo é complicado, melhor simplificar: quem nasce na Cucaracha é simplesmente um cucaracho.
Trata-se de uma república que na região sul-americana ou caribenha é uma exceção: não é dominada pelo poder absoluto e arbitrário de um tirano, por um governo com todos os poderes do estado marcado pelo excesso de autoritarismo, nem pelo despotismo que oprime o povo, assim, tal e qual um discurso de um reacionário à direita. 
Nesse caso se trata então de um poder antagônico ideologicamente, o democrático, do governo eleito e estabelecido pelo povo que se caracteriza pela plena liberdade, do respeito aos direitos de cada um, da divisão de poderes, do controle da autoridade, assim, tal e qual a prosopopéia de um liberal democrata.
Em Cucaracha, na verdade, não existe nem uma coisa, nem outra, nem a autocracia, nem democracia. Há algo parecido com o regime ou sistema do anarquismo.
Na terra dos cucarachos, portanto não há tirania e existe muito mais que um estado democrata onde é absoluta e autêntica a condição de homem livre, sem imunidades e com regalias, desprendidos das convenções sociais.   
Nem tirania, nem democracia. A doutrina predominante é aquela parecida com a ideologia que defende o fim de qualquer forma da autoridade e dominação, pois assim é de que na Cucaracha ninguém manda porque não há ninguém para obedecer.
No anarquismo não há governo, polícia, igreja, escola, qualquer tipo de instituição tradicional. Não há capitalismo, nem burgueses. São todos iguais. Não existem pobres. Não há ladrões. Não existe a classe política, senadores, deputados e vereadores, por isso não se ouve falar em atos desabonadores, não há corrupção.
Porém Cucaracha nem sempre foi assim pelo anarquismo. Outrora se tratava de um estado democrático, da ordem estabelecida. De repente mudou o sistema, as regras foram derrubadas. Bagunça por bagunça se encaminhou para a anarquia. Isso ocorreu em razão das presepadas, algo assim como os espetáculos ridículos de governantes, da fanfarrice constrangedora de políticos, como por exemplo, o caso de um deputado.
Pois saibam que um deputado na Cucaracha foi julgado e condenado por um tribunal e por isso tornou-se um presidiário. Os seus colegas deputados cucarachos - aqui poderia dizer-se literalmente umas baratas -  não cassaram seu mandato.
Sendo assim na cadeia uma situação ridícula, inusitada e vergonhosa: seus colegas presidiários o chamam sarcasticamente e escandalosamente, com sorrisos debochados de Vossa Excelência. No Congresso da Cucaracha os deputados colegas do deputado presidiário o chamam respeitosamente de Vossa Excelência.
Cucaracha mudou, melhor o anarquismo. Viva a Cucaracha.       
     
 

                                                                                                              

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