quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sofridos deputados. Imaginem corruptos suicidando-se

Os dois deputados reeleitos após eleição se encontram.
- Como vai colega? Conseguiu reeleição.
- Consegui, mas não foi fácil. Arrancar, esse é o termo atual, o voto do eleitor está muito difícil. Tem muita concorrência entre candidatos, muita sacanagem, prefeito que promete voto e não cumpre a promessa, assessores incompetentes, eleitores na base do “é dando que se recebe”. Está difícil a campanha eleitoral.
- Tem toda a razão, amigo. São inúmeras as dificuldades. Gastos altos, bastante dinheiro empregado, bater perna, andar de um lado para o outro, gastar sola de sapato, caminhar daqui, ali e acolá. O voto está muito dificultoso.
- Você sabe companheiro, tem colegas de procedimentos sacanas. Invadem, desrespeitam as bases eleitorais. Tem mais. A gente arranja uma grana através de emenda parlamentar para determinada prefeitura, o prefeito se oferece como cabo eleitoral prometendo boa votação e no resultado da apuração das urnas decepção total, a quantidade de votos é uma merreca.
- Tem toda a razão. Além dessa rafuagem descabida, de muitos constrangimentos, nos temos que se sujeitar na busca de votos, a abraçar a velhinha desdentada e receber aquele beijo babado. Segurar no colo aquele neném todo mijado e cagado, apertar as mãos sujas do povão. É um sacrifício ganhar votos.
- Eu aperto mão de todo o mundo, mas tenho sempre comigo o álcool gel, uma prevenção antisséptica para evitar qualquer contaminação. O ruim mesmo é frequentar almoços e jantares. Ter que comer galinha a molho pardo, como aconteceu. Saborear, entre aspas, aquela galinha caipira cujo molho é o próprio sangue dela quando degolada. O pior, o acompanhamento, quiabo ensopado, aquela leguminosa cheia de gosma. A outra opção, ensopado de jiló.
- Não é fácil companheiro, encarar junto com o povão aquela comida horrorosa de feijão aguado, arroz empapado e duro, enfim comida de pobre, o chamado PF em restaurante popular.
- Sabe parceiro, quando você pensa que irá comer melhor, por exemplo, um churrasco, uma carne de ovelha, o candidato pode se enganar. De repente, uma ovelha mal preparada, gosmenta, mal passada. Há outra opção uma costela de gado dura de segunda. Na busca de votos, vale o sacrifício.
- É isso ai colega. O que fazer. Daqui a quatro anos mais sacrifício.                   
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Passaram-se as eleições e acabaram-se as sensacionalistas capas de famigerada revista no período de campanha eleitoral. Na Tv a exploração de denúncias infundadas, como no caso do escândalo da Pronaf, em que um dos denunciados, deputado federal, Elvino Bohn Gass (PT), foi acusado injustamente, conforme deliberou por sua inocência o TSE. Por falar em escândalos, especificamente da Petrobras, está sendo muito usada para melhor investigação, a delação premiada que é um benefício legal concedido ao criminoso delator, o que lhe pode num julgamento abrandar sua pena. Irônico esse recurso, legalmente chamado de “delação premiada”. O sujeito “entrega” outro ser igual e é premiado. Delator é o adjetivo de fineza para designar a elite, a classe superior na prática de falcatruas (empresários) ou a gente fina da bandidagem, do logro (políticos). E essa gente da delação, portanto, evidentemente chama-se de delatores. Na marginalia da periferia esse pessoal é conhecido como dedo-duro, alcagüete ou X9 e por ser assim entre eles, há a retaliação, a vingança.
Ainda com a corrupção na Petrobras. No Japão, o político envolvido em corrupção, pela situação criminosa e vergonhosa passada, busca como retratação ao seu ato indevido, o suicídio. Imagine-se essa extrema atitude da cultura japonesa no Brasil. No caso da Petrobras quantos suicídios poderiam haver?



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