Sou servidor
público, professor da rede de ensino do estado. Um funcionário, trabalhador em
educação e tenho o honrado sentimento e a consciência tranquila de sempre
cumprir o meu dever, possuo dignidade profissional e dessa forma não tolero,
não admito e acho até mesmo um ultraje que me qualifiquem como vadio. Sinto-me
ofendido no momento em que me chamam de vagabundo, sinônimo do individuo vadio.
Durante mais de 30 anos, tendo como a escola minha repartição pública, sempre tive
retidão em minhas funções em todo esse tempo e se alguém tiver alguma dúvida, a
minha idoneidade é comprovada pelos meus diretores e todos meus alunos. Nessas
três décadas convivi no mesmo espaço de trabalho com dezenas e dezenas de
colegas e decididamente nunca encontrei no magistério alguém que pudesse ser
adjetivado como vadio, por serem corretos profissionais compenetrados, dedicados
no cumprimento de suas obrigações.
Desde os professores,
passando por simples auxiliares administrativos, até autoridades policiais e do
poder judiciário, colocar o cognome de vadio é um insulto ao servidor, afronta
injuriosa ao cidadão.
Pensando
bem, tem razão quem afirma existir vadios no serviço público. A prática de
vadiagem por determinado grupo de servidores é comprovada, aqueles apadrinhados
e apaniguados assessores nomeados por deputados que nem comparecem e até
desconhecem o local de trabalho, o gabinete do chefe, o deputado Vossa
Excelência e que ganham salários em dia sem qualquer parcelamento.
Refletindo
mais profundamente, na verdade não se trata de vadiagem, casos assim é falta de
decência, um atentado a moral, insulto ao contribuinte que paga os salários
daqueles verdadeiros vadios, mais que isso, algo assim pode até incidir,
conforme o Código Penal, como crime de usurpação ou estelionato.
Por ter
gente que generaliza o servidor público como vadio e para evitar que haja
vadiagem, com vadios efetivados no serviço público, há o pensamento tacanho,
opiniões anacrônicas, teses bizarras e retrógradas de que concurso para o
serviço público deveria ser extinto. Então, não haveria mais concursos,
processos seletivos em que verdadeiramente o candidato ao serviço público comprova
ser competente.
Se assim não
for, será um deleite em forma de farra, verdadeiro deletério. O político, de
acordo com os interesses eleitorais vai nomear cabos eleitorais, cupinchas,
militantes partidários.
Nomeações
desde o servente de serviços gerais, passando por professores e até designações
de alguém para delegado da cidade e o advogado que se tornaria juiz de direito
da comarca.
Certamente
como consequência estaria formado o caos
organizacional de governo, a baderna do sistema. A cada novo governo, novos
apaniguados, novas nomeações.
E de acordo,
como agem nomeados assessores de políticos, de deputados, que não trabalham, teríamos
então sim, uma infinidade de vadios.
O pensamento
preconceitual de algumas pessoas coloca os professores como os mais vadios dos
servidores. Pensa assim quem é analfabeto, quem nunca teve professor. Criticam a
licença prêmio que é legal para qualquer servidor. Por ser beneficiar da lei, que
é facultativa, não significa que o professor seja vadio. Mentira de quem diz
que metade dos professores está em licença.
Mais uma
informação para quem é mal informado. Afirmar que numa sala de aula de escola
privada a média de alunos é 23 e o da escola pública 12 é meia verdade. Importante
dizer que lá onde o Judas perdeu as botas, nos quintos dos infernos, nos
cafundós, tem escolas com meia dúzia de alunos e são necessárias. Educação é
para todos. Assim a média comparativa fica prejudicada.
Enfim a
todos colegas ditos “vadios” a minha solidariedade.
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