Carnaval é
uma festividade desde bem antigamente, da antiguidade, festa pagã de povos como
egípcios, hebreus, gregos e romanos.
É provável
que as mais importantes festas ancestrais do carnaval teriam sido realizadas na
Roma antiga em exaltação a Saturno, deus da agricultura, festas que eram
chamadas de “saturnais”. As comemorações eram realizadas em cima de carros (nos
dias de hoje seriam os carros alegóricos) que em desfile levavam homens e
mulheres completamente nus - portanto ao que parece na época nada diferente de
carnavais contemporâneos. Esses carros eram chamados de “carrum navalis”, isso porque
tinham a aparência de um navio. Pesquisadores acreditam que essa denominação
foi a origem da palavra carnaval.
Pelo passar
do tempo o carnaval teve uma fase romântica. Três históricos personagens,
românticos e amorosos, são protagonistas em muitos carnavais: Pierrot,
Colombina e Arlequim.
Os três
participantes fazem parte de um estilo teatral nascido no século XVI, de origem
italiana, integrantes farsantes de uma trama cheia de sátira social,
representando serviçais envolvidos num triângulo amoroso. Pierrot ama Colombina
que ama Arlequim, que por sua vez deseja Colombina. Essa história do trio
enamorado sempre foi um autêntico entretenimento popular influenciada pelas
brincadeiras inerentes ao próprio carnaval.
Era um tipo
de comédia teatral apresentada nas ruas, nas praças das cidades italianas onde encenavam
e ironizavam a vida e os costumes dos poderosos da época.
Pierrot é
uma figura ingênua, sentimental e romântica, apaixonado por Colombina, ela uma
criatura como as antigas criadas de quarto, serelepe, sedutora, volúvel e
amante de Arlequim, como rival de Pierrot.
Arlequim
representa o palhaço, farsante, cômico por natureza, simplório e trapalhão.
O sucesso da
comedia italiana chegou até a França. O Brasil colônia, na soberba de importar
costumes franceses (portugueses nem pensar), oportunizou a chegada por aqui da
sátira dos três tradicionais personagens que faziam parte dos chamados
folguedos parisienses e assim foi introduzido nos bailes carnavalescos brasileiros
e então Pierrot, Colombina e Arlequim, passaram a ser figuras importantes no
Carnaval.
Marcaram época,
se tornaram famosos pelas suas particulares fantasias, por marchinhas que se
tornaram inesquecíveis, memoráveis, registro de um período inolvidável, como a
composição lírica e poética, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, que simboliza
os três personagens, música nos anais do cancioneiro popular:
“Um pierrot
apaixonado / que vivia cantando / por causa de uma Colombina / acabou chorando
/ acabou chorando...”/
Composições,
marchinhas de atuais carnavais são poucas e já não fazem o sucesso de
antigamente. Outrora, carnavais passados, marchinhas de sucesso, verdadeiras
crônicas musicais, satirizando o cotidiano de determinada época. Descaradamente
irônicas, escrachadas, salientando a esculhambação, pela falta de água e luz,
pelos políticos corruptos. Letras referenciais ao amor e consequentemente as
traições, algumas até preconceituosas, mas todas elogiando louras, morenas,
mulatas e negras.
Letras
maliciosas, de duplo sentido, assim como:
“Eu sou o
pirata da perna de pau / do olho de vidro / da cara de mau.../
Ou como
aquela outra:
“Ê, ê, ê, ê
índio quer apito / se não der o pau vai comer .../”
Finalmente: “Por
um capricho seu minha cabrocha / eu vou a pé ao Irajá / que me importe que a
mula manque / o que eu quero é rosetar.
Pergunta:
alguém sabe o que é rosetar?
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