quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

EU QUERO É ROSETAR

Carnaval é uma festividade desde bem antigamente, da antiguidade, festa pagã de povos como egípcios, hebreus, gregos e romanos.
É provável que as mais importantes festas ancestrais do carnaval teriam sido realizadas na Roma antiga em exaltação a Saturno, deus da agricultura, festas que eram chamadas de “saturnais”. As comemorações eram realizadas em cima de carros (nos dias de hoje seriam os carros alegóricos) que em desfile levavam homens e mulheres completamente nus - portanto ao que parece na época nada diferente de carnavais contemporâneos. Esses carros eram chamados de “carrum navalis”, isso porque tinham a aparência de um navio. Pesquisadores acreditam que essa denominação foi a origem da palavra carnaval.
Pelo passar do tempo o carnaval teve uma fase romântica. Três históricos personagens, românticos e amorosos, são protagonistas em muitos carnavais: Pierrot, Colombina e Arlequim.
Os três participantes fazem parte de um estilo teatral nascido no século XVI, de origem italiana, integrantes farsantes de uma trama cheia de sátira social, representando serviçais envolvidos num triângulo amoroso. Pierrot ama Colombina que ama Arlequim, que por sua vez deseja Colombina. Essa história do trio enamorado sempre foi um autêntico entretenimento popular influenciada pelas brincadeiras inerentes ao próprio carnaval.
Era um tipo de comédia teatral apresentada nas ruas, nas praças das cidades italianas onde encenavam e ironizavam a vida e os costumes dos poderosos da época.
Pierrot é uma figura ingênua, sentimental e romântica, apaixonado por Colombina, ela uma criatura como as antigas criadas de quarto, serelepe, sedutora, volúvel e amante de Arlequim, como rival de Pierrot.
Arlequim representa o palhaço, farsante, cômico por natureza, simplório e trapalhão.
O sucesso da comedia italiana chegou até a França. O Brasil colônia, na soberba de importar costumes franceses (portugueses nem pensar), oportunizou a chegada por aqui da sátira dos três tradicionais personagens que faziam parte dos chamados folguedos parisienses e assim foi introduzido nos bailes carnavalescos brasileiros e então Pierrot, Colombina e Arlequim, passaram a ser figuras importantes no Carnaval.
Marcaram época, se tornaram famosos pelas suas particulares fantasias, por marchinhas que se tornaram inesquecíveis, memoráveis, registro de um período inolvidável, como a composição lírica e poética, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, que simboliza os três personagens, música nos anais do cancioneiro popular:
“Um pierrot apaixonado / que vivia cantando / por causa de uma Colombina / acabou chorando / acabou chorando...”/
Composições, marchinhas de atuais carnavais são poucas e já não fazem o sucesso de antigamente. Outrora, carnavais passados, marchinhas de sucesso, verdadeiras crônicas musicais, satirizando o cotidiano de determinada época. Descaradamente irônicas, escrachadas, salientando a esculhambação, pela falta de água e luz, pelos políticos corruptos. Letras referenciais ao amor e consequentemente as traições, algumas até preconceituosas, mas todas elogiando louras, morenas, mulatas e negras.
Letras maliciosas, de duplo sentido, assim como:
“Eu sou o pirata da perna de pau / do olho de vidro / da cara de mau.../
Ou como aquela outra:
“Ê, ê, ê, ê índio quer apito / se não der o pau vai comer .../”
Finalmente: “Por um capricho seu minha cabrocha / eu vou a pé ao Irajá / que me importe que a mula manque / o que eu quero é rosetar.
Pergunta: alguém sabe o que é rosetar?




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