Jesus Cristo ao morrer na cruz, como últimas palavras pronunciou:
“Consummatum est”. Muito provavelmente em novembro, quando tudo estará definido,
Dilma Roussef, destituída da presidência da República em português explícito,
poderá dizer:
“Tudo está consumado”. Assim termina a trajetória política de
uma mulher que ficará lembrada nos anais republicanos como uma pessoa marcante
na vida política-administrativa do país, a primeira mulher presidente do
Brasil, para o bem ou para o mal, a ser registrada em compêndios da história
nacional.
Quase ao final do ano, em novembro, o fim de uma mulher que governava
os brasileiros passará a ser uma simples cidadã, provavelmente a cuidar dos netos.
Dilma Vana Roussef nasceu em confortável berço de uma família
mineira de classe acima da média. Adolescente, poderia realizar todos os sonhos
de uma garota na alegria de seus 16 anos, enfim “gozar a vida”. Mais não foi
assim. A jovem, com idade adulta, prematuramente buscou outro caminho, o da
liberdade. Precocemente tornou-se
revolucionária, contestou e lutou contra a tirania de uma ditadura militar.
Envolveu-se na luta armada, foi presa, suportou aos sofridos processos de
tortura, sobreviveu. Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde ajudou a
fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT), Início de sua carreira política.
Graduada em economia sua vida pública começou como secretária
municipal da fazenda 1985/1988, quando Alceu Colares (PDT), prefeito de Porto
Alegre.
Nos anos 1991/1993 foi presidente da Fundação de Economia e
Estatística. Entre os anos de 1999/2002, período do governo estadual de Alceu
Colares, desempenhou a função de secretária estadual de Minas e Energia. No governo
de Olívio Dutra (PT) retornou à mesma secretaria no período de 1999/2002.
No ano de 2001 fez sua filiação partidária ao Partido dos
Trabalhadores (PT).
Burocrata competente e eficiente, Dilma participou do grupo
que realizou a transição governamental, como também fez parte da comissão que
formulou o plano de governo do recente eleito Lula.
No início do governo Lula foi ministra de Minas e Energia e
em 2005 Ministra-chefe da Casa Civil. Para se tornar conhecida nacionalmente
foi chamada de “gerente” de um grandioso programa nacional, Programa de
Aceleração do Crescimento, objetivando sua candidatura a presidência da República. Assim
aconteceu.
Em Brasília, na convenção do PT para a escolha de candidato a
presidência da República foi mera formalidade. Sentida e visível que a escolha –
na verdade uma determinação - caberia especificamente a Lula. Assim foi feito:
foi opção pessoal de Lula que candidata seria Dilma Vana Rousseff.
Desgostou aos muitos petistas autênticos por diversos
motivos: esses petistas legítimos, de raízes, não concebiam que uma novel
correligionária se tornasse candidata do partido; inexperiente ela nunca havia
participado de uma campanha política como candidata a algum cargo eletivo; no
partido havia nomes vencedores em urnas, entre tantos, por exemplo, Tarso
Genro, inclusive quatro vezes ministro do governo Lula que parecia ser indício
de sua candidatura; finalmente por ser mulher mais fácil de ser manobrada, com
Lula na sua sombra.
Dilma governou quatro anos (2010, 2014), infelizmente seu
segundo mandato não durou um ano e meio. Dilma sai do governo por crime de
responsabilidade, na verdade ela seria impedida por qualquer outra causa, pois
mais verdade ainda, ela é deposta da presidência, pelos erros cometidos, pela
péssima administração de seu governo.
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