Projeto de
lei da Escola sem Partido. O conjunto de caracteres próprios, afinidade com
ideias conservadoras, o projeto provoca reação, uma posição contrária do pensamento
progressista, dos teóricos da crença do iluminismo, oposta ao obscurantismo. Tem
relevante valor o contraditório quando num dos itens do programa, no rigor da
palavra, diz: “O projeto “proíbe” os professores de promover os seus próprios
interesses, opiniões, concepções sobre preferências ideológicas, morais,
políticas e religiosas”. Proibir é radicalizar, é não permitir que se faça tal
coisa, é assim tornar algo ilegal. Proibir é retirar a liberdade de expressão
no ensino.
No programa
escolar referido existem despropósitos, absurdos contra o direito de qualquer
individuo de se manifestar livremente, especificamente no caso os professores.
As determinações se tornam públicas, com a obrigação da afixação em todas as
salas de aula do ensino fundamental e médio, em escolas públicas e privadas, cartaz
que informa os “deveres dos professores”, que restringe, constrange, na verdade
proíbe publicamente o livre pensamento do docente.
O cartaz em
salas de aulas das escolas objetiva as públicas, onde predomina o pensamento do
ensino progressista, segundo pedagogos conservadores. Não há preocupação com
escolas particulares, elitistas por natureza. O pensamento conservador da
família é passado aos filhos, aos alunos.
O famigerado
projeto, embora pensado em plena democracia, é recorrente, se pode fazer
ilações ao período da ditadura militar, quando nas escolas e faculdades de
forma antidemocrática buscava-se implantar a pedagogia conservadora, o
pensamento fascista, a tentativa pela autocracia da lavagem cerebral junto aos
jovens, de impor pelo ensino obrigatório os conceitos do conservadorismo nas
questões políticas e sociais. O sistema imposto tinha como didática, uma metodologia
de ensino de obrigatoriedade curricular, através de disciplinas nas escolas
básicas conhecida como Estudos da Moral e Cívica (EMC) e no ensino superior como
Organização Social Política do Brasil (OSPB).
O projeto da
Escola sem Partido é tratado como inconstitucional pelo Ministério Público
Federal e aprovado pelo parlamento deverá sofrer contestações pelo MPF.
Na verdade o
projeto não terá mais validade em seu aspecto político. Objetivamente o projeto
conservador busca o cerceamento da doutrina educacional do proselitismo
político, do sectarismo partidário ideológico à esquerda dos governos petistas.
Deixou de ser necessário. Não tem mais proveito. PT não é mais governo.
Além da
questão de cunho política-partidária, é envolvida a religiosidade. O autor é
senador, filiado a partido reacionário à direita, pastor evangélico, com
tendências homófobicas (é contra a criminalização a homofobia), e também por
isso reverte a discutível questão do gênero, a identidade das pessoas,
restringida no projeto.
No currículo
da escola fundamental o ensino religioso é obrigatório. A cultura religiosa
nacional é o catolicismo e naturalmente é a que predomina na educação religiosa
primária. E por ser assim, evangélicos acreditam na desigualdade pelo ensino
religioso. Desejam igualdade ou o fim da disciplina. Nesse caso quem sabe escola
sem religião.
Por tudo
descrito e opinado, Escola sem Partido, pelo corolário demonstrado é
oportunista, o autor do projeto que tirar proveito das circunstâncias políticas/partidárias e religiosas.
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