Faz tempo. Idade de 18 anos. Faixa etária,
para o gênero masculino, cumprir o primeiro compromisso para se tornar um
cidadão: alistamento militar. O não cumprimento da obrigação importa em perda
de diversos itens: ingressar em emprego público, emitir passaporte, inscrever-se
em concursos. Na atualidade, para ambos gêneros, a cidadania é adquirida na
tenra idade, ao nascer, quando a criança é registrada e recebeu uma numeração,
o CPF. Anteriormente, a primeira condição de cidadania para homens e mulheres, era
conquista do direito civil de votar pelo credenciamento eleitoral, a partir de
16 anos de idade (facultativo). Pois então, voltando a minha juventude, aos
meus 18 anos. No prazo determinado por lei compareci a Junta do Serviço Militar
(JSM) para o alistamento. Entrementes aguardei a convocação para exame médico.
Compareci e me deram a condição de apto para o serviço militar. Naquela época,
a classe para prestar o serviço militar a cada ano era aproveitada quase
integralmente. De fora ficavam unicamente os dispensados em consequência de
algum problema médico. A maioria dos convocados desejava que assim acontecesse
e por consequencia ser dispensado. Afinal o sujeito ao “servir a pátria”
tratava-se de uma inconveniência, a perda de um ano (médio do tempo de incorporação)
em seus projetos pessoais (trabalho, estudo). Para uma minoria uma oportunidade
para crescimento, aprender uma profissão (motorista ou mecânico) ou até mesmo
seguir a vida militar. Na atualidade é diferente. Por questões econômicas o
Ministério da Defesa não tem dinheiro suficiente para sustentar um grande contingente.
São despesas com alojamento, alimentação, uniforme e o soldo (salário), hoje um
pouco mais de 600 reais mensal. Do total de 1.7 milhão de jovens que se
apresentaram recentemente para o alistamento somente 86 mil brasileiros foram
aproveitados (4,8%). Devidamente apto, cumpri o serviço militar no quartel da
Polícia do Exército (PE) em Porto Alegre. Foi 1 ano e dez dias “servindo a
pátria” para conseguir o Certificado de Reservista documento primeiro da
cidadania. Na verdade a vida em quartel não deixa de ser o despertar da
maturidade, um aprendizado para a vida em pequenas coisas, como arrumar a cama,
lavar e passar roupa, cuidados com higiene. Com isso adquire-se o principio da
iniciativa, da organização, a obediência à disciplina. Mais que tudo isso se
aprendia o especificamente relacionado ao serviço militar. Exemplo: aprender a
usar ama de fogo, atirar, desmontá-la e remontá-la. Para aprimoramento no uso
das armas os exercícios eram realizados na linha de tiro que se situava no
bairro da Serraria, zona sul de Porto Alegre. Foi lá que aprendi atirar com fuzil
(tinha que apoiá-lo firmemente junto ao ombro para evitar o chamado “coice”)
usar a metralhadora P.50, o revolver calibre 38 de cano longo e a pistola Colt
45. Boa parte desse armamento hoje é obsoleto na comparação com os modernos e
mortíferos fuzis AR-10 e Ak-47. Gostei da vida militar, cheguei a graduação de
cabo, tornei-me um cidadão pelo Certificado de Reservista.
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