terça-feira, 25 de julho de 2017

Vida militar

 Faz tempo. Idade de 18 anos. Faixa etária, para o gênero masculino, cumprir o primeiro compromisso para se tornar um cidadão: alistamento militar. O não cumprimento da obrigação importa em perda de diversos itens: ingressar em emprego público, emitir passaporte, inscrever-se em concursos. Na atualidade, para ambos gêneros, a cidadania é adquirida na tenra idade, ao nascer, quando a criança é registrada e recebeu uma numeração, o CPF. Anteriormente, a primeira condição de cidadania para homens e mulheres, era conquista do direito civil de votar pelo credenciamento eleitoral, a partir de 16 anos de idade (facultativo). Pois então, voltando a minha juventude, aos meus 18 anos. No prazo determinado por lei compareci a Junta do Serviço Militar (JSM) para o alistamento. Entrementes aguardei a convocação para exame médico. Compareci e me deram a condição de apto para o serviço militar. Naquela época, a classe para prestar o serviço militar a cada ano era aproveitada quase integralmente. De fora ficavam unicamente os dispensados em consequência de algum problema médico. A maioria dos convocados desejava que assim acontecesse e por consequencia ser dispensado. Afinal o sujeito ao “servir a pátria” tratava-se de uma inconveniência, a perda de um ano (médio do tempo de incorporação) em seus projetos pessoais (trabalho, estudo). Para uma minoria uma oportunidade para crescimento, aprender uma profissão (motorista ou mecânico) ou até mesmo seguir a vida militar. Na atualidade é diferente. Por questões econômicas o Ministério da Defesa não tem dinheiro suficiente para sustentar um grande contingente. São despesas com alojamento, alimentação, uniforme e o soldo (salário), hoje um pouco mais de 600 reais mensal. Do total de 1.7 milhão de jovens que se apresentaram recentemente para o alistamento somente 86 mil brasileiros foram aproveitados (4,8%). Devidamente apto, cumpri o serviço militar no quartel da Polícia do Exército (PE) em Porto Alegre. Foi 1 ano e dez dias “servindo a pátria” para conseguir o Certificado de Reservista documento primeiro da cidadania. Na verdade a vida em quartel não deixa de ser o despertar da maturidade, um aprendizado para a vida em pequenas coisas, como arrumar a cama, lavar e passar roupa, cuidados com higiene. Com isso adquire-se o principio da iniciativa, da organização, a obediência à disciplina. Mais que tudo isso se aprendia o especificamente relacionado ao serviço militar. Exemplo: aprender a usar ama de fogo, atirar, desmontá-la e remontá-la. Para aprimoramento no uso das armas os exercícios eram realizados na linha de tiro que se situava no bairro da Serraria, zona sul de Porto Alegre. Foi lá que aprendi atirar com fuzil (tinha que apoiá-lo firmemente junto ao ombro para evitar o chamado “coice”) usar a metralhadora P.50, o revolver calibre 38 de cano longo e a pistola Colt 45. Boa parte desse armamento hoje é obsoleto na comparação com os modernos e mortíferos fuzis AR-10 e Ak-47. Gostei da vida militar, cheguei a graduação de cabo, tornei-me um cidadão pelo Certificado de Reservista.  


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