O indecente ano de 2017
acabou. Na verdade não deveria estar na folhinha do Calendário Gregoriano.
Politicamente trata-se de um ano para se esquecer, que não tenha passado para
se evitar lastimáveis recordações. Que se omita nos anais da República,
olvidado e desdenhado na história. Ano
da vergonha política pelo descalabro governamental com a decadência da ética, com
a ruína moral. A falta de pudor, os valores morais perdidos, a ética
desmoralizada agregada aos escândalos financeiros, o gangsterismo, a
bandidagem, as organizações criminosas, tudo protagonizado pelas “vossas
excelências” do Congresso Nacional, oportunistas e fisiologistas deputados. Mais
verdade ainda. Delinquentes de escabrosas negociatas com o dinheiro público,
vigaristas que furtaram o honesto voto do eleitor para se aproveitarem de
incontáveis mazelas.
Alguém tem alguma dúvida
da parte podre do poder político? Claro que não. Um poder desmoralizado pelas
depravações, decadente pelas falcatruas, degradado pela corrupção. Sim, os epítetos
mencionados são dirigidos à classe política, referências aos donos do poder.
Ano de 2017, esqueça-se. As duas
denúncias da PGU alcançaram o poder executivo e no seu desdobramento legal, com
a votação em plenário da câmara o que se observou foi o decoro desrespeitado, a
prática descarada do fisiologismo contagiando
a compostura, corrompendo a decência.
Temer salvou-se. A salvação custou caro.
Propina em torno de 32 bilhões (emendas parlamentares, Refis juro zero, divida
do Funfural, quitada).
Salafrários satisfizeram seus interesses
pessoais e partidários.
Ano 2017, ano caricato, cenas de comédia
pastelão, chanchadas de baixa qualidade. Vimos a ridícula corridinha daquele
charlatão com uma mala de dinheiro. Surreal foi encontrar uma fortuna, negócio
de 50 milhões de reais, escondida no interior de um apartamento.
Deputado em regime semiaberto. Retorna da
câmara para a prisão. É descoberto com queijo e biscoitos na cueca. No mínimo
um porcalhão.
Momento da “carne é fraca”. Recusa do
produto no mercado internacional. Presidente convida embaixadores para almoço
em churrascaria de Brasília para dirimir qualquer dúvida: a carne brasileira é
excelente. A verdade: a carne da churrascaria é importada.
Houve até o momento escatológico. Carta
enviada ao presidente da Câmara de Deputados, cujo conteúdo era matéria solida,
cocô. No interior do envelope papel higiênico sujo com fezes. Pode se entender
o missivista: merda por merda...
*** ***
Janeiro de 1988, ano de eleição. Faz 30
anos. “O Farroupilha” quis saber a opinião dos eleitores com a enquete “O que
você pensa dos políticos?” O pensamento da época parece não ser diferente dos
dias atuais. Opinião de alguns farroupilhenses:
- Sônia, comerciária, 21 anos: “Eles só
pensam neles. Eles prometem e não cumprem. Vou votar em branco”
- Rogério, vendedor, 28 anos: “Decididamente
são políticos de um país subdesenvolvido. Todos com uma puta cara de pau”
- João, bancário, 22 anos: “Político é
um cara que não precisaria existir. São eles que atrasam o país”
- Lisete, assistente social, 27 anos:
“São os verdadeiros reprodutores de um sistema desigual, de uma minoria
opressora e de um povo oprimido”
- Altemir, garçom,23 anos: “Uma grande
merda”.
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