terça-feira, 22 de maio de 2018

Data venia: V. Excia Gilmar é Lula e PT?


O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu anos atrás que o réu julgado e condenado em segunda instância deve ter a execução da pena antes mesmo da análise de recursos em instância superior. 6x5 foi o resultado ajustado e apertado para prisão imediata do réu após condenação por um colegiado de desembargadores, em segundo grau. Entre os seis votos favoráveis naquela decisão passada estava o voto do ministro Gilmar Mendes. Entretanto o ministro no presente tem outro posicionamento. Declarou em pronunciamentos estar propenso a tese de que a execução provisória da pena só poderia ocorrer após julgamento em última instância, ou seja, esgotados todos os recursos. Isso significa que se caso a questão retornar ao plenário para uma revisão, como muitos desejam, o ministro mudaria seu voto.
No julgamento de Lula, condenado em segunda instância, pelo colegiado do TRF4, cumprindo decisão do STF, foi determinada a prisão do ex-presidente. No caso de um novo julgamento, com a mudança de voto do ministro garantista Gilmar, Lula e todos os presos na mesma situação (condenados em segunda instância) estaria em liberdade para responder todos outros processos em que é réu.
É bom lembrar que no julgamento com respeito ao habeas corpus, concernente ao recurso de Lula, Gilmar votou a favor da concessão do habeas ao ex-presidente
A pergunta que não quer calar: Gilmar, agora é do Lula, do PT?
A pressão dos corruptos é imensa junto ao STF para rever a prisão em segunda instância, principalmente depois da mudança de voto do ministro Gilmar. Por enquanto essa revisão não acontecerá. A presidente do tribunal Carmem Lúcia garantiu peremptoriamente que não colocará em pauta a questão, ela que foi indicada por Lula. Carmem Lúcia tem mandato como presidente até setembro, quando será substituída por Dias Toffoli, ele também indicado por Lula. Mudados os votos, novas regras. Pelo mesmo por 6x5 ocorre o fim da condenação em segunda instância.
O resultado de 6x5 poderá ser ampliado para 7x4. Explica-se. Recorda-se que a ministra Rosa Webber votou contra a prisão em segunda instância. Por seu posicionamento naquele momento, acreditava-se que no julgamento do habeas corpus para a Lula ela seria a favor. Não foi. Por questão de coerência, de acordo com jurisprudência firmada, ela convicta foi contra o habeas corpus para Lula. No entanto numa revisão do processo deve ter o mesmo voto anterior, ou seja, contra a condenação em segunda instância.
Os condenados na primeira instância ficam em liberdade até esgotarem todos recursos. Assim passará longo tempo para ser compridos todos os procedimentos que começou lá na primeira instância. Passa pela segunda, chega aos tribunais superiores e enfim ao STF, completando um despautério em termos de um sistema jurídico de processos longos que levam tempo, muito tempo, com jeito de impunidade. Políticos e empresários corruptos e seus asseclas adoram esse passar do tempo, soltinhos, libertos, impunes.



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