Politicamente há esquerda, existe direita
ou, vice-versa. De modo geral pode ser canhoto ou destro. Todos sabem: Canhoto
é o indivíduo que tem maior habilidade com os membros do lado esquerdo,
portanto ele é um sinistrômano (sem preconceito, até o nome é cabuloso). Destro
é o sujeito que preferencialmente usa a mão e o pé direito. Canhotos são minoria.
A população mundial dos mesmos está entre 10% a 15%. Trata-se de um povo
diferenciado, pessoas que se diz, esquisitas, com frequência ridicularizadas.
Na verdade essa retórica, os argumentos preconceituosos não têm fundamento, os
sinistrômanos tem direitos e devem ser tratados iguais aos destros. Canhoto tem
seu jeito de ser. É mais emocional, destro mais racional. Simplesmente trata-se
de uma característica entre muitas.
Muitos destros gostam de dormir no lado
direito da cama. Preferem em conduções (ônibus, trens, aviões) o lado direito. Na
esquerda dá azar. Religiosamente o canhoto é diferenciado, prejudicado. Está escrito nos alfarrábios: “`a direita de
Deus pai”. Destro odeia dirigir na Inglaterra: o volante é do lado esquerdo. No
trânsito quem está à direita tem preferência. Pênalti marcado. Quem vai cobrar
é o canhoto. A torcida do time fica apavorada. Fecha os olhos, não quer nem ver
o que vai acontecer.
Por tudo isso preconceituosamente crianças
canhotas sofrem: pais forçam para escrever direito, claro com a mão direita.
Na ciência política, esquerda e direita,
são de fundamental antagonismo. Por ideologia há oportunidade da escolha
política. Pessoas canhotas ou destras decididamente, por natureza, não têm
alternativa. Uma criança é canhota, não por decisão sua. A pessoa é destra ou
canhota desde o momento que nasce.
É secular entre militantes esquerdistas
e direitistas o debate sobre ideários, o confronto doutrinário, a ambiguidade
de pensamentos, ideologias sempre radicalmente opostas. Na linguagem política ideológica
esse contraditório tem como semântica ser progressista (esquerda) ou
conservador (direita).
A locução com aqueles termos originou-se
e eternizou-se como uso político pela conotação com a Revolução Francesa (1789)
- que acabou com o sistema absolutista e privilégios da nobreza - quando os
liberais girondinos (chamados assim por seus membros pertencerem ao partido
político denominado Girondo) e os extremistas jacobinos (denominação em razão
das reuniões serem efetuadas no convento de São Tiago: Tiago em latim jacobus)
, no salão da Assembleia Nacional para a implementação de uma nova
Constituição, sentaram-se à direita e à esquerda, respectivamente.
Os dois grupos formaram-se após
revolução.
Os jacobinos eram o grupo da classe
social mais pobre, da baixa burguesia, colocados à esquerda. Os girondinos
classe social prospera e dominante, situaram-se à direita. Assim, pela
descrição histórica naquela época já existiam os petralhas (jacobinos) e os
coxinhas (girondinos).
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