Festejos do Ano Novo. Foguetório,
verdadeira baderna, poluição sonora que perturba a sensibilidade auditiva do
ser humano, provocando alterações na percepção do som pelo intenso volume, provocando
irritabilidade. Difícil aguentar aquela quantidade estrondosa de foguetes que
estouram simultaneamente e continuadamente. Haja paciência e um bom estado de
espírito para compreender que trata-se do início de mais um Ano Novo, celebrado
assim, desse modo, com foguetada.
Pior para a raça canina que possui uma
audição bem mais apurada e sensível que o ser humano. O ruído produzido por
rojões são verdadeiras explosões por menor que seja o barulho. Tilico é o
cachorro lá de casa. Pequeno porte, 10 quilos. Bem peludo, tipo assim um Golden
Retiever, aquele de cor caramelada ou dourado claro. O Tilico é um SRD (sem
raça definida), um mestiço, popular vira-lata. Não é nenhum Golden, então sua
cor é ferrugem. O aposento de Tilico é na garagem onde ele refestela-se tranquilamente
sobre um sofá. Nem sempre é assim. De repente, não mais do que de repente, sim,
de forma súbita, inicia-se o abominável espocar de foguetes. Uma perturbação,
tormento, pelas circunstâncias, para o não tanto corajoso Tilico. Na parte dos
fundos da casa ele se debate contra a porta. Late, dá pena. Se cachorro chora,
ele chora, Pede socorro peloamordedeus. Precisa de companhia para encorajá-lo,
perder o medo, enfrentar a dificuldade ruidosa. A misericórdia dos dona da casa
o aconchega. A porta se abre. Tilico dormirá dentro de casa.
A festa pirotécnica que afligi, agonia,
tortura, atazana a cachorrada é culpa de um alquimista chinês. Fez uma
endiabrada mistura com elementos químicos, coisa que data alguns milhares de
anos antes de Cristo. No princípio o sábio chinês colocava todo o preparado
dentro de um caule de bambu ativando pequenas explosões. Ao que tudo indica a travessa
criação chinesa servia para espantar os maus espíritos. Tem mais, sem rojões.
Os chineses em suas crendices realizam até hoje a procissão com a imagem do
dragão, animal forte, portentoso, que amealha felicidade.
Prosseguindo com as lendas chinesas. Os
chineses relacionam cada novo ano a um grupo de 12 animais. Por que 12? Numa
ocasião Buda convocou todos os bichos para uma reunião. Apenas 12 teriam
atendido o pedido do mestre budista. Assim a cada ano, somente aquela dúzia da
bicharada que se fez presente ao conclave passou a ser homenageada anualmente.
Se alguém tiver curiosidade, informa-se: os 12 animais do horoscopo chinês,
obviamente que correspondem aos anos chineses, estão de acordo com a ordem de
apresentação na reunião do Buda e assim foram
agraciados: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco,
galo, cachorro e porco. No calendário chinês do ano que se aproxima (para eles
a partir de 5 de fevereiro), se fará a homenagem ao porco, assim o ano de 2019
será o Ano do Porco. Importante salientar-se que o Ano do Porco (ele é o último
dos animais entre os 12) marca o fim de um ciclo de rotação completo dos 12 signos
do zodíaco chinês, que compreende 11 anos. Período de alegria, relaxamento. A benevolência
é sentida em muitas áreas ao longo de 2019. Assim seja.
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