quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

ANO NOVO: A DURA VIDA DE UM CÃO


Festejos do Ano Novo. Foguetório, verdadeira baderna, poluição sonora que perturba a sensibilidade auditiva do ser humano, provocando alterações na percepção do som pelo intenso volume, provocando irritabilidade. Difícil aguentar aquela quantidade estrondosa de foguetes que estouram simultaneamente e continuadamente. Haja paciência e um bom estado de espírito para compreender que trata-se do início de mais um Ano Novo, celebrado assim, desse modo, com foguetada.
Pior para a raça canina que possui uma audição bem mais apurada e sensível que o ser humano. O ruído produzido por rojões são verdadeiras explosões por menor que seja o barulho. Tilico é o cachorro lá de casa. Pequeno porte, 10 quilos. Bem peludo, tipo assim um Golden Retiever, aquele de cor caramelada ou dourado claro. O Tilico é um SRD (sem raça definida), um mestiço, popular vira-lata. Não é nenhum Golden, então sua cor é ferrugem. O aposento de Tilico é na garagem onde ele refestela-se tranquilamente sobre um sofá. Nem sempre é assim. De repente, não mais do que de repente, sim, de forma súbita, inicia-se o abominável espocar de foguetes. Uma perturbação, tormento, pelas circunstâncias, para o não tanto corajoso Tilico. Na parte dos fundos da casa ele se debate contra a porta. Late, dá pena. Se cachorro chora, ele chora, Pede socorro peloamordedeus. Precisa de companhia para encorajá-lo, perder o medo, enfrentar a dificuldade ruidosa. A misericórdia dos dona da casa o aconchega. A porta se abre. Tilico dormirá dentro de casa.
A festa pirotécnica que afligi, agonia, tortura, atazana a cachorrada é culpa de um alquimista chinês. Fez uma endiabrada mistura com elementos químicos, coisa que data alguns milhares de anos antes de Cristo. No princípio o sábio chinês colocava todo o preparado dentro de um caule de bambu ativando pequenas explosões. Ao que tudo indica a travessa criação chinesa servia para espantar os maus espíritos. Tem mais, sem rojões. Os chineses em suas crendices realizam até hoje a procissão com a imagem do dragão, animal forte, portentoso, que amealha felicidade.
Prosseguindo com as lendas chinesas. Os chineses relacionam cada novo ano a um grupo de 12 animais. Por que 12? Numa ocasião Buda convocou todos os bichos para uma reunião. Apenas 12 teriam atendido o pedido do mestre budista. Assim a cada ano, somente aquela dúzia da bicharada que se fez presente ao conclave passou a ser homenageada anualmente. Se alguém tiver curiosidade, informa-se: os 12 animais do horoscopo chinês, obviamente que correspondem aos anos chineses, estão de acordo com a ordem de apresentação na reunião do Buda  e assim foram agraciados: rato, boi, tigre, coelho, dragão, serpente, cavalo, cabra, macaco, galo, cachorro e porco. No calendário chinês do ano que se aproxima (para eles a partir de 5 de fevereiro), se fará a homenagem ao porco, assim o ano de 2019 será o Ano do Porco. Importante salientar-se que o Ano do Porco (ele é o último dos animais entre os 12) marca o fim de um ciclo de rotação completo dos 12 signos do zodíaco chinês, que compreende 11 anos. Período de alegria, relaxamento. A benevolência é sentida em muitas áreas ao longo de 2019. Assim seja.  






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