Liberdade, igualdade e fraternidade,
três vocábulos emblemáticos conhecidíssimos em todo o mundo que representam o
histórico movimento de ativistas pela democracia e consequentemente contra
governos opressores, resistência ao poder ditatorial, obstinados em defesa da
liberdade, ideário da Revolução Francesa.
Baseado no Iluminismo, chamado também
como “Época das luzes”, movimento intelectual no século XVIII, conceituado no
contexto da cultura, da política e do social, filosoficamente situado no
propósito de iluminar, clarear a escuridão envolvida pela ignorância e o
obscurantismo, foi uma bandeira naquela época, desfraldada principalmente pelo
povo francês. Portanto, baseado no Iluminismo, conceituou-se: liberdade, o
direito de ir e vir, de agir conforme seu livre arbítrio; igualdade, a ausência
de diferenças, todos iguais na convivência universal; fraternidade, o laço de
união entre os homens, o amor de uns para com outros.
A inter-relação dessa circunstância histórica
é o fato predominante para a criação da defesa do ser humano na plenitude de
seus direitos. Há 70 anos, dezembro de 1948, foi proclamado o histórico
documento, Declaração dos Direitos Humanos, intrínseco ao ser humano, isento de
qualquer condição, desprovido de doutrinas, raça, religião, sexo, ideologia, de
qualquer conceito contrário, ligado ao modo de vida em liberdade.
Milhões e milhões, homens e mulheres, em
todo o mundo vivem em estado de penúria, pertinente a falta de necessidades
básicas, carentes de uma vida digna, privados de mínimas condições para
sobrevier, destituídos de preceitos condizentes ao respeito a vida, dos
princípios básicos para resistir, permanecer vivo.
Esses infelizes espalham-se pelo mundo. Miseráveis
em estado de enorme e sofrida desgraça. No Iêmen crianças famélicas não tem o
direito à alimentação. Corpos esqueléticos, famintos, minguados, em processo de
degeneração são retratados, reveladores da mendicância, esmoleiros pela fome.
No Rio de Janeiro, uma jovem mulher dá a
luz no corredor de um hospital público. Nesse lugar infecto, a mulher banhada
por uma poça de sangue, indigente na vida, coloca seu filho no mundo sem ter o
direito ao nascimento digno.
Os Direitos Humanos, lastima-se, não é
justo com a imensa e extraordinária multidão de desassistidos, milhões de
pessoas abandonadas, mas para o bem ou mal é motivo de comemoração em seus 70
anos, trata-se de uma conquista da humanidade.
Uma pesquisa internacional apurou que
seis entre 10 brasileiros afirmam que os Direitos Humanos são uma forma de
proteção aos bandidos. Provavelmente deve ser um pensamento preconceituoso,
mais que isso odioso, que parte do imbecil coletivo.
Outra data, não comemorativa por
democratas, em nome da liberdade, mas tem registro histórico, refere-se aos 50
anos da implementação do AI-5.
Atos institucionais eram a maneira pela
qual o governo ditatorial dos militares formalizavam regras por poderes
extraconstitucionais no período de 1964 a 1969. Foram decretados um total de 17
atos institucionais, mas um foi mais perverso, cruel, peremptoriamente
decretado, tolhendo a liberdade, execrando a democracia, o famigerado e
abominável AI-5, cabal demonstração contra os Direitos Humanos.
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O embaixador brasileiro na França, Sousa
Dantas, foi um obstinado na defesa dos Direitos Humanos. Correndo sérios riscos
com sua segurança, na iminência de perder seu emprego, concedeu milhares de vistos
aos judeus perseguidos pelo nazismo. A fascinante magnitude foi contada no
filme Querido Embaixador.
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