Quem frequentava as principais ruas do
Rio de Janeiro, uma notícia comentada de boca em boca – popular boato – informações
desencontradas (fake News na época), de que a monarquia estava com seus dias
contados. Rumores confirmados, não se tratava de notícia falsa: o governo
imperial acabou, Dom Pedro II sofre um golpe é escorraçado do poder, ocorrendo
a primeira intervenção militar no país. Fim da monarquia, início da era
republicana com a derrubada ilegal de um poder constituído. Os conspiradores organizam
um blefe criando o Governo Provisório da República (1889/1891), cujo chefe
designado é o marechal Deodoro da Fonseca. Em 1891 foi promulgada a primeira
constituição republicana e Deodoro, de forma constitucional, por eleição
indireta, é eleito o primeiro presidente do Brasil.
Seu governo foi marcado por tensões
políticas. Além da crise econômica, seus colegas de armas (Revolta da Armada,
conflitos entre Exército e Marinha) ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro. Os
graves acontecimentos motivaram a Deodoro a dissolver o Congresso Nacional e o surgimento
da primeira ditadura militar. Além disso Deodoro titubeava, paradoxalmente
agia, entre o império e a república, não dando confiança aos republicanos. Um
tucano da época. As pressões continuaram, Deodoro não resistiu, consequentemente
a renúncia, marco primeiro entre quatro ocorridas conforme a História.
Assume o vice-presidente marechal Floriano
Peixoto (1891/1894) - depois conhecido como Marechal de Ferro por suas ações
violentas - em meio ainda da grave crise política. Enfrentou a segunda Revolta
da Armada, os ideais federalistas com revoluções, guerras civis. Reprimiu os
conflitos com violência. Há o sangrento episódio, o massacre na ilha de
Anhatomirim (SC), revolta federalista conhecida como Desterro, quando 185
desterrenses foram fuzilados. Contrariamente e polemicamente a capital
catarinense, em homenagem ao marechal Floriano, chamou-se Florianópolis. Além
disso tudo, sua ascensão ao poder era contestada, ilegítimo seu mandato: a Constituição
de 1891 estabelecia que a deposição ou renúncia, que interrompiam mandatos
antes de dois anos, deveriam ser sucedidos por eleição direta. Apesar das
sublevações enfrentadas, Floriano Peixoto chegou ao fim de seu mandato. A
chamada República da Espada (Deodoro e Floriano) chegou ao fim.
O país em plena democracia. O terceiro
presidente republicano, o primeiro civil, primeiro eleito pelo voto direto, o
terceiro sem ser alagoano, o paulista Prudente de Moraes (1894/1898).
O quarto presidente eleito, Campos Sales
(1898/1902), venceu com folgada margem de votos. Cumprida a sua missão de
quatro anos seu sucessor é Rodrigues Alves (1902/1906), quinto presidente e
terceiro paulista eleito. A linha sucessória de paulistas na presidência da
República é interrompida, eleito o mineiro Afonso Pena (1906/1909), que quase
ao final de mandato falece. Paulista e mineiros formam a política do Café com
Leite. Seu substituto, vice-presidente, Nilo Peçanha (1909/1910), nascido no
Rio de Janeiro, assume o governo. Foi o primeiro vice a assumir o governo numa
série de diversos outros conforme conta a História. É substituído pelo militar
e também marechal, eleito democraticamente pelo voto direto, o gaúcho, sobrinho
de Deodoro, Marechal Hermes da Fonseca (1910/1914).
Tem mais marechal presidente. Aguardem.
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