sexta-feira, 30 de julho de 2010

O preço

Qual será o preço da corrupção? Muito ou pouco? 10 mil reais é muito, 200 reais é pouco? Na verdade, pela ética, na preservação da moral, não deveria valer nada.
Uma peça do teatro da vida pode explicar. No palco os protagonistas.
Cena 1: atropelamento numa rua da zona sul do Rio de Janeiro na madrugada, região de granfinos, classe média alta. Um skatista é atropelado por um automóvel e morre no local. O motorista causador do desastre foge. Com o veículo amassado é interceptado por policiais. Há evidências na parte frontal do carro que aconteceu algum acidente. Os policiais não desejam saber quais as causas. O que interessa é a propina, a maracutaia, enfim a corrupção. Pedem, solicitam ou intimam o motorista, para que tudo fique por isso mesmo, de que nada de anormal aconteceu e que possa seguir em frente. Tudo acertado, o “favor” vale o preço de 10 mil reais.
Cena 2: Subúrbio do Rio, zona norte, de gente miúda, classe média baixa. Numa rua do bairro Vaz Lobo, motorista dirige seu carro que está com os documentos incorretos: licenciamento irregular, o que o impede de circular. É surpreendido por policiais que o interrompe em seu curso. Evidentemente que constatam a irregularidade do veículo. Os agentes da lei informam que podem resolver a questão. Pedem, solicitam ou intimam a propina. O “favor” vale o preço de 200 reais. O motorista infrator informa que o seu dinheiro é de 30 reais. Um dos representantes da lei diz que é uma micharia. Nada feito.
Cena 3: Na zona sul acontece o encontro de corruptores e corrompidos horas depois do acidente. Há informação de que o negócio “sujou”. A vítima é um rapaz filho de uma celebridade global. A imprensa divulga com estardalhaço o triste evento. Situação ruim para corruptores que perderam um negócio escuso e para os corruptores, na forma passiva, na tentativa de esconder o caso, na esperança de que nada de mal aconteceria, se defrontam com uma amarga realidade. Tudo fora descoberto
Cena final: a imprensa insiste por dias no noticiário, já de forma sensacionalista no caso do rapaz atropelado. Certamente por efeito de maciça divulgação, policiais infratores são detidos em seus quartéis. Quem desejava omitir o atropelamento será responsabilizado pelo seu ato.
Enquanto isso, lá no subúrbio a noticia é dada como uma informação rotineira do noticiário policial cotidiano. O rapaz não tem os 200 reais para encerrar o caso. É convidado a embarcar na viatura policial. Recusa-se, tem medo. Medo da polícia. Em determinado momento consegue se desvencilhar da perseguição. Dirige-se a delegacia policial onde deseja registrar a ocorrência por corrupção. Não se sabe nada mais o que ocorreu. Nada mais foi noticiado.
Qual a diferença entre 9.800 reais (obvio entre 10 mil e 200 reais) pela corrupção. Trata-se das diferenças sociais, entre ricos e pobres, das celebridades e dos rostos perdidos no meio da multidão. A única certeza é de que a corrupção age em qualquer esfera social. A diferença é somente o preço.

sábado, 24 de julho de 2010

O msu ensino

Alguns anos atrás, um jornal carioca, numa experiência para estabelecer a validade, a competência, enfim os resultados de um vestibular, fez a inscrição e colocou como candidato ao exame de ingresso numa faculdade privada um analfabeto. O sujeito, servindo de cobaia, surpreendeu a todos; passou no vestibular. Para se fazer simples sinais numa prova de múltipla escolha pelo “chute”, decididamente a pessoa não precisa ler ou escrever. Ocupa-se aquele espaço entre as letras A e E, até mesmo desconhecendo o seu conteúdo, assinalando uma das opções com total desconhecimento daquilo que possa sugerir. O sujeito, a cobaia no caso, foi muito feliz; acertou o percentual mínimo exigido. O escândalo virou manchete no jornal: “Analfabeto passa em vestibular”.
Em razão passou a ser obrigatório em qualquer vestibular uma prova de redação.
Na verdade há muito tempo o vestibular perdeu todo seu encanto em universidades particulares. Hoje em dia, numa reles comparação - o ingresso numa faculdade privada tem o mesmo simples processo de matrícula numa escola de ensino básico. A validade do vestibular antigamente era medido, entre alguns fatos, pelo interesse de emissoras de rádio em divulgá-lo. Um exemplo: cada rádio realizava uma verdadeira operação de campo na busca da primazia da informação inédita, do resultado com a nominata dos candidatos aprovados. O vestibular perdeu o encanto e muito de sua validade. Além de que, vestibular que se preze (universidades públicas), não precisa mais de rádio, nem de jornal. Hoje existe a internet.
O vestibular em instituições privadas é uma falácia. O ensino básico de mal a pior. O resultado das provas do ENEM é uma prova disso, especialmente no Rio Grande do Sul.
A melhor colocação de uma escola gaúcha no ENEM nacional foi o Colégio Sinodal de São Leopoldo na 31ª colocação, média 710,95, média que compreende a prova objetiva e a redação. Com a melhor média nacional, (749,70) primeiro lugar ficou com o Colégio Vértice, em São Paulo. Trata-se de uma escola que tem no máximo 90 alunos e cuja mensalidade por aluno custa em torno de R$2.700,00. Vértice desbancou o Colégio São Bento do Rio de Janeiro, média 741,32, que por três anos seguidos sempre esteve em primeiro lugar. A surpresa ficou por conta do segundo lugar. Com a média de 741,54 ficou o Colégio Dom Barreto de Teresina (PI). Importante ressaltar-se que entre os primeiros 20 colégios classificados somente dois eram públicos: Colégio Aplicação da Universidade Federal de Viçosa, sétimo lugar com a média 734,66 e o Instituto de Aplicação Fernanda Silveira da UERJ em 17º lugar com a média 722,58.
Na região da Serra o melhor foi o Colégio Mutirão (Caxias do Sul) média 685,14 em 124º lugar. Em Farroupilha o resultado foi o seguinte: Colégio N. Sra. Lourdes, 1018º lugar, média 639,25; Inst. Edu. Cenecista Ângelo Antonello, 2286º lugar, média 607,99; Colégio São Tiago, 4962º lugar, média 562,21; Colégio Estadual Farroupilha, 6915º lugar, média 544,95; Colégio Olga Brentano, 8115º lugar, média 536,41.
Quase 25 mil escolas, em âmbito nacional, participaram do ENEM 2009.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Muito dinheiro

Para montar um escritório no Rio de Janeiro, a FIFA gastou 15 milhões de dólares. Está ali colocado não para ver o desenvolvimento das obras para a Copa do Mundo de 2014. A intenção da Federação Internacional é monitorar o uso ilegal da marca da Copa por empresas que não tenham pago pelo direito de uso, pertecente unicamente a entidade. Pelo menos 80 milhões de dólares em produtos que usavam de forma ilegal o logotipo foram apreendidos na África do Sul.

Notaram. Na apresentação do logotipo (uma imitação da taça três mãos entrelaçadas nas cores verde e amreço) para a Copa de 2014, diversos notáveis presentes (presidente Lula, presidente da FIFA, autoridades diversas, ex-jogadores renomados) se notou a ausência de Pelé. Como também foi notada sua não presença na solenidade de encerramento da Copa na África do Sul. A CBF enviou convite e diz que Pelé não aceitou em razão de compromissos particulares assumidos anteriormente. O que se diz é de que Pelé não compareceu por uma questão de marqueting. Como se sabe um dos patrocinadores da FIFA é a Visa, cartões de crédito. Pelé tem contrato exclusivo publicitário com o concorrente MasterCard.

Carlos Eugênio Simon, árbitro brasileiro na Copa do Mundo (único brasileiro a participar de três copas) passeia com a família pela Europa. Dinheiro não é problema. Recebeu 80 mil dólares por sua estada na África do Sul. Simon talvez ainda apite alguns jogos no Brasileirão. Ao final do ano encerra sua carreira como árbitro. A partir dai tem algumas opções profissionais como jornalista formado que é. Pode ser contratado como comentarista pela Rede Globo. Fazer parte da reestruturação da arbitragem na CBF como membro da Comissão de Arbitragem, ou ainda caso vença Dilma as eleições, fazer parte do seu governo no Ministério dos Esportes de olho na Copa do Mundo de 2014. Simon é afiliado e militante do PT. Uma coisa é certa, decidida. Apesar de convidado não será candidato a deputado federal.

Alguns afirmam que os antepassados do Galvão Bueno seriam as vuvuzelas.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O molusco

O nome é esquisito: Octopus vulgaris. Essa é a espécie dum polvo de oito pés e muito vulgar. O molusco da categoria dos cefalópodes, de nome Paul, mais feio que uma mocreia, com a aparência de necessidade de pobre, foi a celebridade sensação da Copa do Mundo. Que nada, Messi. Kaká, Cristiano Ronaldo, Maradona, Shakira, Larissa Riquelme, Mick Jagger. Nem mesmo a frívola bola Jabulani, as chatas e incomodativas cornetas vuvuzelas, mereceram mais atenção que Paul.
Paul ao que se sabe foi caçado em águas do mar britânico, depois conduzido a viver num aquário de uma cidade alemã. A notoriedade maior de Paul foi durante a Copa do Mundo. Muita gente desconhecia Paul e suas previsões. Enquanto brasileiros faziam previsões com astrólogos, numerólogos, jogos de cartas, búzios, os argentinos com seus bichos. Somente Paul. Tinha gente que já o conhecia. Na competição de seleções da Europa, a Eurocopa 2008, Paul já dava seus palpites para os jogos da Alemanha. Teve somente um erro, quando no jogo final dos mesmos espanhóis derrotaram os alemães. Por ter esses antecedentes - a capacidade das previsões – obrigaram Paul, a troco de comida, dar seus pitacos no mundial de futebol.
A cerimônia, de acordo com grau solene que cada torcedor queria envolvê-la, ou simplesmente ver o palpiteiro agir, diante de câmeras e curiosos, acontecia no interior do seu “modus vivendi”, no ambiente natural do bicho, ou seja, dentro de um aquário. O fato acontecia do seguinte modo: duas caixas eram colocadas dentro do aquário, repletas do prato favorito de Paul, mexilhões. Cada uma das caixas levava a bandeira das equipes a disputar o jogo. Paul, solto diante das caixas com a comida desejada à frente, escolhia uma, a qual seria, por sua representação, a equipe vencedora da partida.
Alguns afirmam que Paul sempre tinha tendência de buscar comida na caixa à direita. Discutível a questão do sentido. O fato indiscutível é de que nos sete jogos da equipe alemã acertou todos, inclusive o jogo final entre Espanha x Holanda, quando cravou como campeão o time espanhol. Embora vivendo na Alemanha Paul acertou quando a Sérvia venceu os alemães e quando estes perderam a classificação para o jogo final.
Paul teve uma efêmera celebridade, não em razão da comprovada capacidade de adivinhar, mas pelo pouco tempo de sua existência. A família Octopus Vulgaris vive no máximo três anos. O macho tem curto e trágico destino. Corteja, namora, chega a cópula e algum tempo depois morre. A fêmea não tem destino diferente. Semeia seus ovos e após a maturação e eclodirem, não tem mais um maior tempo de vida.
Pensavam em trazer Paul ao Brasil para substituir Ibope, DataFolha, Vox Populi e outros institutos afins em suas pesquisas eleitorais. Paul determinaria o vencedor da eleição. Ao que parece não haverá tempo. Paul já tem dois anos de vida.
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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Bichos argentinos

O polvo Paul na Alemanha fazia suas previsões. Os argentinos ficaram descontentes com os vaticinios do bicho alemão pela fase de quartas de final e recorreram também as profecias do reino animal. Se socorreram aos bichos para suas previsões para os jogos da Copa do Mundo exatamente no jogo entre Alemanha x Argentina. Nenhum deles deu certo. Apostaram na Argentina e deu Alemanha. Paul acertou.
Os argentinos queriam previsões animais. Primeiro foi o golfinho Saiko morador de um oceanário em Mar Del Plata, que saltasse fora da água e escolhesse entre dois balões, um com a bandeira argentina, outro com a alemã. Saiko se deu mal. Escolheu a bandeira argentina. Jorge, uma tartaruga de um aquario de Mendoza; Pepe um papagaio e Pablo, um porquinho-da-india de um programa de televisão, todos se enganaram prevendo a vitória da Argentina. Paul, se divertiu muito, acertou e se vangloriu como autêntico vencedor contra os bichanos argentinos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Lojas Colombo à venda

Publicou o jornal Valor Econômico online:
A nova tacada da empresária Luiza Helena Trajano deve alterar o cenário do varejo nacional. O Magazine Luiza terceira maior rede de varejo eletroeletrônico, está na reta final das negociações para fazer duas aquisições de peso, num primeiro sinal de reação à série de aquisições finalizadas pelos seus maiores concorrentes nos últimos meses. Havia Grande expectativa em relação como a companhia se comportaria após a megafusão de Casas Bahia e Ponto Frio e a união de Ricardo Eletro e Insinuante. A nova tacada da empresária Luiza Helena Trajano deve alterar, novamente, o cenário do varejo nacional. Só faltam alguns detalhes para que dentro de alguns dias, o Magazine Luiza possa anunciar a aquisição das Lojas Maia, rede paraibana com 140 lojas, cerca de 1 bilhão de faturamento em 2009 e comandada pelos Irmãos Maia conforme apurou onyem o Valor. Ao mesmo tempo a equipe de Magazine Luiza está em conversas avançadas para fechar uma transação com Lojas Colombo do empresário Adelino Colombo, a maior cadeia varejista do sul do Brasil. Todos os lados das negociações negam conversas.
Se os dois negócios se confirmarem, ao se somar as duas operações à atual estrutura do Magazine, a rede passará a registrar R$ 6,1 bilhões em faturamento bruto anual (dados de 2009) e contraá com 938 pontos de venda em 16 estados brasileiros. Com isso ela saltaria uma posição no ranking geral e se tornaria a segunda maior cadeia varejista de eletrodomésticos e móveis do Brasil. A sua principal concorrente, a Máquina de Vendas, formada pela Insinuante, Ricardo Eletro e City Lar, deve chegar a esse patamat de R$ 6 bilhões em vendas apenas no fim deste ano. No momento as negociações estão mais avançadas com as Lojas Maia e caminham um pouco mais lentamente com o comando da Colombo, que historicamente tem resisitido as investidas das concorrentes interessadas em adquirir os ativos da rede gaúcha. A primeira operação poderia ser fechada ainda nesta semana e a segunda, na próxima, se tudo correr bem. No caso das Lojas Maia, o valor a ser pago pelo Magazine giraria em tormo de R$ 300 milhões, sendo a metade paga em dinheiro e a metade na forma de assunção de dívidas que a rede nordestina possui e que estão sendo renegociadas com bancos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espanha campeã

A Espanha campeã do mundo. Mereceu. Técnica e taticamente foi a melhor equipe. Todo o bom retrospecto nos últimos dois anos, inclusive como a seleção européia, fez com que merecesse a Copa do Mundo. Começou mal, perdendo para a Suiça, se mostando muito provavelmente como mais uma seleção decepcionante conforme ocorreu com França, Italia, Brasil e Argentina. Recuperou-se. A partir de um futebol envolvente, de toques, rígida na defesa e com três, quatro jogadores acima do nível (Xavi, Inesta, Villa), jogando e ganhando para o gasto chegou a conquista da Copa do Mundo, Outro detalhe ba equipe espanhola é a sua base, formada poe seis ou sete jogadores da forte equipe do Barcelona. Mereceu.

Me sinto também campeão do mundo. Minha ascedência de parte do meu avô paterno é espanhola. Meu avô nasceu na ciade de Seijido, província de Pontevedra. Olé!!!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

SIM...SIM SENHOR

Momentos antes de um jogo pela Copa do Mundo, vestiário sa seleção brasileira. Jogadores prontos, devisamente uniformizados para entrarem em campo. Perfilados, imbuidos do mais alto sentimento de patriotismo, ouvem as últimas palavras do comandante, general Dunga. É o grau máximo de concentração. Fala o chefe:
"Estamos prontos para a batalha. Como verdadeiros soldados defenderemos nossa pátria do inimigo que tenta nos ultrajar. É ou não é?. Respondem todos, unissonoss:
"SIM...SENHOR"
A retoríca do comandante continua, com todos atentos e passa pelas recomendações:
"Não quero nada de firulas, pedaladas, jogo bonitinho, o tal do futebol arte. "Com nós" bola para frente e porrada. Entenderam". Todos:
"SIM...SENHOR
O comandante prossegue no seu proselitismo cívico:
“Tem gente contra a gente. Esse pessoal da imprensa, esses jornalistas que desejam nos desmoralizar, fazer de nós perdedores. Mostraremos a eles que somos vencedores, invencíveis no campo de jogo, tal e qual num campo de batalha. Concordam?”. O grupo obediente responde a uma só voz: Momentos antes de um jogo pela Copa do Mundo, vestiário da seleção brasileira. Jogadores prontos, devidamente uniformizados para entrarem em campo. Perfilados, imbuídos do mais alto sentimento de patriotismo, ouvem as últimas palavras do comandante, general Dunga. É o grau máximo da concentração. Fala o chefe:
“Estamos prontos para a batalha. Como verdadeiros soldados, defenderemos nossa pátria do inimigo que tenta nos ultrajar. É ou não é?” Respondem todos, uníssonos:
“SIM...SENHOR”.

“SIM...SENHOR”
O discurso patriótico, a dialética ufanista, o argumento cívico segue:
“Os brasileiros esperam de nós, como soldados, a vitória. Vamos massacrar o adversário, desaforá-los, enfrentá-los sem medo. A vitória final será nossa”.
Os soldados, melhor os jogadores, orgulhosos, peito estufado, em coro respondem:
“SIM...SENHOR”
Em campo os soldados, melhor os jogadores, davam de si. O emocional estava estampado na fisionomia, retratado no movimento de cada um deles. A televisão mostrou o olhar esbugalhado, de pura raiva de Robinho, cara a cara, diante de um adversário holandês. Tal e qual um antropófago parecia comê-lo vivo com os olhos.
Pois bem. Nada adiantou. O Brasil foi eliminado na Copa do Mundo.
Claro que a narrativa acima se trata de uma peça fruto da imaginação. Uma narrativa ficcional, um jogo de palavras na formação de uma parábola. Isso tudo é proveniente do comportamento público do treinador da seleção Dunga, resultado de suas atitudes equivocadas e desrespeitosas. De ser um reacionário, conservador em seu modo de agir, possuidor da soberba, irmã da arrogância. Mostrou um ser onipotente, dono da verdade, semideus. Desprezou a imprensa, chegou a ofendê-la. Com os jornalistas foi grosseiro, mal-educado. Dunga pagou por seus pecados.
Claro, caso Dunga voltasse campeão do mundo, pouca disso seria discutido. Voltaria como um herói, comandante de um grupo que deu tudo pela pátria. Um vencedor.
Não importaria sua soberba, sua arrogância. Onipotente estaria com a taça na mão. A imprensa continuaria divulgando bobagens, mentiras. Continuaria sendo ofendida. Os jornalistas, aqueles do puro espírito da controvérsia, da intriga e fofocas, nada representam. Devem continuar sendo tratados com grosserias, pela má-educação.
Afinal o Brasil era hexa campeão do mundo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Gaúcho reacionário

Sócrates, ex-jogador do Corinthians e seleção brasileira numa entrevista, a determinado jornal inglês (ao que parece The Guardian) perguntado sobre o ex- treinador da seleção Dunga, disse ser ele proveniente de uma região do sul do Brasil muito reacionária. Como Dunga é gaúcho, tido como reacionário, evidentemente que a região referida por Sócrates é o Rio Grande do Sul.
Conservadores gaúchos não gostaram da citação de Sócrates. Revoltados - como ser reacionário é a pior coisa do mundo - argumentaram sem muita consistência.
O Rio Grande é reacionário. A história conta isso. Episódios políticos constatam o reacionárismo. A Guerra dos Farrapos, com a revolta Farroupilha contra Império é um fato. O ditador Getulio Vargas durante 15 anos manteve uma ditadura no país. Na ditadura militar do golpe de 1964 três presidentes militares nasceram no Rio Grande do Sul: Costa e Silva, Medici e Geisel, sem falar no Figueiredo que andou por aqui apredendo a andar de cavalo. Isso tudo parece ser reacionarismo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deu Espanha

Em mais um jogo pela fase semifinal, deu Espanha. Espanha e Alemanha realizaram um jogo murrinha, sem maiores emoções, com passes para lá, para cá. Na verdade emoção somente por volta dos 30 minutos do segundo tempo, com o gol espanhol. A Espanha foi uma equipe superior aos alemães. Merceu a vitória de 1x0 e a classificação para o jogo final. Assim, domingo, pelo titulo da campeão mundial de futebol jogarãpo Espanha x Holanda.
Jogo Espanha x Alemanha. Fiquei em dúvida para quem torcer, não que desejasse ficar em cima do muro, mas por uma questão de afinidade. Por parte de mãe minha descendência é alemã. Por parte de pai minha ascendência é espanhola. Meu avô nasceu numa provincia espanhola e por essa ascendência tão próxima, não poderia ser diferente: torcer pela Espanha e ganhei.

Deu Espanha

terça-feira, 6 de julho de 2010

Perdeu por seus defeitos

Dunga entre muitos defeitos destacou-se por sua arrogância, de se achar onipotente dono de tudo, fantasiado de Deus. Mal-educado, estúpido com a imprensa, grosseiro com repórteres. Escondeu os jogadores das entrevistas, a não ser aquelas obrigatórias determinadas pela FIFA. Recolheu o time a um regime de concentração como num quartel militar ou um seminário católico. Escondeu tanto a seleção que o seu futebol ficou devidamente escondido.
Uma equipe de veteranos com o castigo de plena concentração não teve força para enfrentar equipes mais jovens. Vale a comparação. Argentina tinha em sua seleção sete jogadores com idade inferior a 23 anos. A Alemanha formou a equipe mais jovem da Copa. Equipes africanas teve como base a renovação pela juventude. A seleção brasileira tinha somente um jogador com idade inferior aos 23 anos, Ramires.
Pensando bem a equipe da Holanda não se trata de nenhuma maravilha. O Brasil é que esteve muito mal.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Acabou a era Dunga

Definitivamente a era Dunga de jogador e de técinico acabou. Com o seu estilo militar reacionário, com uma seleção de futebol ultra-conservador, acadêmico no aspecto defensivo, jogando sempre em cima do erro adversário (que nem sempre aconteceu), privando o time da essência maior do futebol que é por natureza a capacidade criativa do brasileiro, retirando do jogador o instinto técnico natural do jogador, a inventividade técnica individual do dribling. Dunga formou uma equipe a sua semelhança, futebol duro, combativo, as vezes até grotesco, mas certamente sem nenhuma criatividade. Não poderia ser diferente: a derrota era iminente, a qualquer momento. Foi vencedor diante de equipes inferiores, embora algumas enfretando certa dificuldade. Quando encontrou uma equipe organizada e superior, sucumbiu. Acabou a era Dunga. O brasileiro aguardava por isso. A seleção não lhe inspirava confiança. Foi desclassificada sem maiores traumas. A verdade estava escrita.
Consolo: a Argentina foi goleada e está fora. Manchete do jornal Olé (jornal esportivo da Argentina) em manchete noticiava a derrota brasileira num fundo cor de laranja. Dia seguinte, derrota da Argentina o site Globo.com tinha como manchete somente isso:
Hahahahahahahahaha.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Incomodação

Todos devem conhecer aquela musiquinha infantil: um elefante incomoda muita gente; dois elefantes incomodam muito mais; três elefantes incomodam, incomodam ... e por ai vai. Uma vuvuzela que emita o grito de uma manada de elefantes, incomoda, incomoda, incomoda...Milhares de incomodações, pelas vezes soprada num estádio de futebol.
O grito do elefante é estridente de acordo com o seu porte descomunal. Ecoa pela selva, espalha-se pelos quatro cantos o que permite diminuir gradativamente sua intensidade. A vuvuzela nos estádios imita o grito do elefante em espaço restrito, o som agudo fica compactado, vibrante não tem como expandir-se O impacto sonoro é absorvido diretamente como um estampido pelo ouvido humano, o que parece ser a sensação do torcedor presente. Quem já teve oportunidade de presenciar uma solenidade de formatura sabe o quanto é intolerante e desagradável aquele som de corneta O torcedor que assiste ao jogo pela televisão sente-se também incomodado pelo som da vuvuzela. Ao fundo, na transmissão, aquele incomodativo som produzido por enxame de abelha.
Além do barulho insuportável, a vavuzela é antidemocrática e ditatorial. Não permite outras manifestações das torcidas, como a vaia, as palmas, os cânticos de incentivo, os gritos de guerra, xingamentos à arbitragem.
Houve um movimento querendo proibir o som da vulvuzela nos estádios, o que foi negado, por se tratar de uma questão cultural da África do Sul.Os costumes de uma nação vem de determinados hábitos durante gerações. Não parece ser, nada a ver com as vuvuzelas feitas de moderno material plástico. Aceitável seria a vuvuzela (na língua zulu, fazer barulho) de origem antiga, de tribos ancestrais sul-africanas, feita com o corno da pala-pala, um antílope africano, dessa forma autenticamente cultural. No entanto um esperto empresário por volta de 1990 a introduziu nos estádios em “nome da cultura”, um cornetão de um metro de plástico em diversas cores. Pretende exportá-la para o Brasil. Provável incomodação por aqui também.
É muita incomodação. Junte-se mais incomodação. Ver o ridículo e superado futebol das seleções da França e Itália. Assistir, por pura incomodação, o jogo entre Japão e Paraguai tão ruim que ficou no 0x0 durante 120 minutos, resolvido somente pela cobrança de pênaltis. Incomoda observar no time do Brasil com Felipe Melo e Michel Bastos, os dois que em determinada época colocaram o Grêmio na segunda divisão.
Todas essas incomodações serão esquecidas, vale até como regozijo o som de milhares de vuvuzelas com o Brasil hexa campeão do mundo.
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Simpatia, atenção. A partir da próxima segunda-feira, diariamente estarei postando no meu blog assuntos concernentes ao cotidiano. Valerá como uma crônica diária das questões mais palpitantes que a coluna semanal não pode abordar pela falta de espaço e a separação do tempo assuntos diários: falasimpatia.blogspot.com