Andei por ai. Litoral catarinense com diversas e diferentes opções. Praias, trilhas em morros, rios e lagoas. Apesar disso existem algumas inconveniências, principalmente nas praias, em virtude da aglomeração de pessoas. O sol que desaparece, a chuva que cai. A criança que brinca de jogar areia nos outros, inclusive com o marmanjo do pai. Sobra areia para todos aqueles que estão por perto. A vizinhança de guarda-sol bebe caipirinha. Convite para as abelhas se aproximarem. São inofensivas, mas incomodam. O perigo é algumas delas tomarem doses a mais. A moça quer se acomodar melhor na toalha esticada na areia. Levanta-se, sacode a dita cuja e espalha areia por todos os lados. Se dane quem está por perto. A madame sabe que é proibido caminhar com o cachorro na praia. Ela insiste. É a vez do nordestino - que pode ser um cearense, paraibano ou piauiense – se aproximar querendo convencer aos circunstantes comprar redes. Pouco depois surge o shoping ambulante. A vendedora, num carrinho mal ajambrado, tem nas araras vestidos, biquínis e saídas de praia expostas. Moças, senhoras experimentam as vestimentas. Uma, com exagero abdominal, manequim 50, escolhe um biquíni tamanho 44. Não vai dar certo. A moça lambuzada de óleo protetor solar veste um, outro, nenhum vestidinho serve. A senhora está suando as bicas. Não é empecilho para experimentar a saída de praia. Não gosta. Não há cor do seu desejo. Negócio por ali nenhum acontece. A vendedora segue seu caminho com vestidos, biquínis, saídas de praia, produtos naturalmente emporcalhados pelo fato do experimentar, do veste e deveste. Em todas as praias há esses inconvenientes. Nas praias gaúchas acrescem-se outros fatos inoportunos. A constante chuva é um deles. No dia de sol abrasador o desejo de entrar no mar. Impossível. Água fria e achocolatada. O dia de sol está brilhante, mas não dá agüentar o chamado vento “nordestão”. Cachorro perdido e vadio, caso de saúde publica, tem em qualquer lugar, mas desfile de cavalos, a chamada cavalgada é pior, porque é organizada, infectando a areia com excrementos contaminado e infectado a areia, além de latinhas de cerveja, garrafinhas de água espalhadas pela orla.
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Retorno. Caminho pela cidade. De repente triste e desagradável constatação: desapareceu a Praça da Matriz. Antigo pinheiro, árvores frondosas foram derrubadas. O local dá a impressão que ali se formou uma clareira. Um tapume cerca a devastação. No mesmo tapume, quem sabe, um ativista solitário escreveu duas palavras que significa tudo: “crime ambiental”. A frase já foi apagada, talvez por uma questão de segurança pública, evitando-se uma provável revolta dos ambientalistas.
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Clovis é exagero dizer que passei 60 dias na praia. Não é bem assim. Foram 49, embora ainda tenha mais alguns dias com a semana de Carnaval.
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