sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ana & Manuela

O poder em sua forma conceitual, de modo contextual, de maneira literal é o direito que tem uma pessoa em deliberar, agir e mandar, exercer a autoridade adquirida ou imposta, ter a faculdade da posse do domínio, da influência e da força, enfim ter o controle de alguma coisa sobre a outra. O poder pela definição socióloga é a habilidade de impor sua vontade sobre os outros. O poder é onipotente, atinge a todos e a tudo. É ubíquo. O poder é desejado, é atraente, perigoso e unilateral. A volúpia pelo poder corrompe, contamina, muda a personalidade, altera o psiquismo daqueles que o desejam. O poder político é o anseio, a motivação de candidatos à gestão pública. Para isso vale tudo. Não há respeito do candidato pelo voto do eleitor que o elegeu por um programa partidário, por uma plataforma política. O voto dedicado a alguém por sua competência, lealdade, autenticidade e personalidade, enfim por uma série de atributos por parte de honrado político em determinado momento, não tem importância e validade. No auge pela ganância do poder, o político esquece a razão e a vontade do eleitor, deixa de lado os predicados, desdenha suas virtudes. O poder atrai, contamina e corrompe. Até mesmo o sustentáculo, a base da vida política partidária que é o comprometimento ideológico, em nome do desejo do poder nada significa. A ideologia, convicção de determinada ideia política é destratada quando o político pensa unicamente em seu interesse pessoal político, na realização de uma aptidão particular. A senadora Ana Amélia politicamente conservadora vai se tornar parceira dos comunistas para lá adiante concretizar sua deletéria vontade pelo poder, ser governadora do Estado. Nesse interesse pessoal trai princípios conservadores de seu partido (PP), engana companheiros e correligionários, é infiel aos seus eleitores. O PP, que já teve nomenclaturas diferentes, diversas siglas por incertezas ideológicas (PDS, PPR, PPB) sucedâneo da antiga ARENA partido político oficial de apoio a ditadura, é também partido de Paulo Maluf, protagonista de inúmeras ações criminais de corrupção para alcançar o poder. Ana parece ter incerteza ideológica, pelo poder temerosamente chega as cercanias de Maluf, sem exagero corruptivo, mas por meandros esdrúxulos políticos. Enquanto isso a deputada Manuela na azafama pelo poder - ser prefeita de Porto Alegre – com o apoio de seu partido (PCdB) -, deu um chute em princípios ideológicos da doutrina esquerdista. Para ela, num absurdo constrangedor ideológico, uma coligação com conservadores reacionários direitista não tem a menor significância, desde que se torne a prefeita porto-alegrense. A elite conservadora de produtores rurais do pensamento liberal, segundo doutrina comunista, fascistas exploradores de minorias rurais, do proletariado, são fatos de somenos importância. A política é dinâmica quando se deseja o poder e por isso temos a irreverência política: Ana Amélia liberal/conservadora e também comunista. Manuela comunista e também liberal/conservadora. Beleza. As duas juntas. Pelo poder vale tudo. Trair princípios, ser um infiel ideológico, enganar o eleitor. Ana & Manuela.

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