sábado, 12 de maio de 2012

Panacas, babacas, bobocas

Sujeito intolerante com as mulheres. Protótipo preconceituoso contra a liberdade, a independência e igualdade alcançada pelas mulheres. Corre em suas veias a água gelada da insensibilidade, o estigma de sua contrariedade diante das mulheres, estereótipo do machismo, autêntico porco chauvinista. Só admite mulheres, numa rara condescendência, em funções tradicionais como professora, enfermeira ou secretária. No mais, a mulher deveria viver para a exclusividade do lar, atender o marido, zelar pelos filhos, ser a dona da casa (o que o macho permite) ou mais atual, ser Do Lar, eufemismos para designar o lugar comum e popular conhecido antigamente como doméstica. Ele tem se empenhado, suplicado, implorado, conclamado os homens para se unirem em associações, até mesmo num sindicato (se possível) para defender interesses comuns do machismo como a institucionalização do Dia Internacional do Homem e dessa forma responder a uma tida discriminação das mulheres com o seu dia internacional. Mas ele se sente solitário, perdido em suas aspirações, tal qual Dom Quixote, o cavaleiro andante diante dos moinhos de vento. Sua intenção é um grão de sal no oceano da vaidade masculina, da submissão as mulheres, um glóbulo ínfimo de areia na imensidão da praia da ilusória onipresença, da falsa intocabilidade masculina. Apesar disso, cada vez mais, o nosso protagonista busca alardear e coibir o avanço das mulheres em atividades predominantes aos homens. Segundo ele em tudo as mulheres estão metidas, já até mesmo algum tempo em atividades esportivas inerentes, próprias dos machos, como o futebol. Time de futebol era o figurativo da macheza. Como se dizia antigamente: futebol é para homem. Não é mais. Depois dos times femininos, surgiram árbitras e auxiliares comandando os jogos e para o embrutecimento preconceituoso do nosso amigo, já existe até gandulas. Para o intolerante personagem a coisa está demais. O pior é de que um monte de babacas jornalistas, entrevistam e fotografam em páginas esportivas de jornais a gandula como se ela tivesse marcado um gol. Ora, que bobagem. A moça gandula no jogo do Rio, (Botafogo x Vasco) acertou casualmente uma entregada de bola e daí a marcação de um gol. Foi aquele reboliço e os panacas atrás dela proporcionando os 15 minutos de fama e uma possível pose peladinha em revista masculina. Homens bobocas. É aquele tal negócio do grão de sal e o grãozinho de areia. Enquanto isso no Beira Rio o gandula, o macho, leva um chegapralá, quase uns cascudos de um furibundo Luxemburgo, é proibido de dar entrevistas, perde os 15 minutos de fama e ainda colorado desrespeitado por um gremista e fica tudo por isso mesmo, culpa de homens jornalistas, babacas, panacas e bobocas. Enquanto isso a gandula...

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