quarta-feira, 18 de junho de 2014

Brasil, hexacampeão???

Durante muito tempo foram milhares de pessoas que democraticamente estiveram envolvidas com movimentos de rua contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Organizações definidas, partidos políticos, indivíduos anônimos, movimentos com diversas bandeiras e nomes. Um dos principais tinha como característica, uma expressão repetitiva, para fixar uma ideia, um propósito: “Não vai ter Copa”.
Ledo engano. Desapontamento, desilusão, contra o desproposito da realização de uma Copa em território brasileiro. Nada adiantou. Tem Copa sim. Começou ontem.
Escrevo essa coluna e a envio para a redação na quinta-feira pela manhã conforme exigência da editoria, dia de quando se inicia a Copa do Mundo.
Sendo assim não posso escrever como transcorreu o dia, se ocorreram ou não manifestações, os protestos programados.
Se assim aconteceu, certamente não nas cercanias da Arena Itaquera, cercada por um dos mais rigorosos sistemas de segurança configurados nesse país, mas exatamente a muitos quilômetros dali.
A arena do Itaquerão – onde começou a Copa -obra arquitetônica de 1,2 bilhão de reais, uma suntuosidade encravada na pobre região leste da cidade de São Paulo, num bairro miserável de nome Itaquera, zona que também é definida como a dos moradores chamados de “sem teto”.
Mais de um 1 bilhão investido num estádio para um esporte como o futebol, que está cada vez mais sofisticado, elitizado.
Enquanto isso, indigentes, os excluídos de um lar, morando sob tetos de caixa de papelão.
Festa bonita deve ter sido. Espetáculo maravilhoso. Dona Dilma presente. Elites governamentais e sociais. Empresários, magnatas exploradores do futebol, gente Fifa. Fina flor da burguesia, pessoal que pode pagar 200, 300 ou 500 reais somente por um ingresso.
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Conforme informei, escrevi a coluna antecipadamente ao jogo de ontem da abertura da Copa e em razão disso - não sou adivinho - nada poderia comentar sobre o jogo, de antemão nem saberia o resultado.
Por isso antes do jogo, obviamente sem ter conhecimento do resultado - não sabia se o Brasil estrearia vencendo, empatado ou perdendo.
Mas me ocorreu um pressentimento, um sentimento vago de uma estreia não muito agradável para o time brasileiro.
Tomara que o pressagio antes do jogo não prevaleça: insucesso do Brasil. Trata-se de uma intuição derivada de algumas ocorrências observadas nos treinamentos da seleção: uma exacerbada demonstração de ufanismo, o ambiente exagerado de muita festa, o perigoso “já ganhou”. Exemplos: as presenças daquelas celebridades da televisão, como o apresentador famoso dos sábados a tarde, da mocinha da novela das nove que apareceu na Granja Comary disfarçando-se com um chapéu de boiadeiro, os dois pertencentes ao elenco da poderosa Rede Globo, que tudo pode, até entrar no treinamento. Claro que todos descobriram a ninfeta, para satisfação do namorado, o estrelado, queridinho e milionário Neymar.
Pressentimento, intuição boba. Não há temor. Segundo o polêmico Jorge Kajuru o título de hexa como campeão do mundo é do Brasil. Assim como ele disse que o Brasil não ganharia em 2010, garante agora que ganhará em 2014. Mas isso não é de graça. Vale os 10 bilhões de reais que a Fifa fatura com a Copa. A maior parte desse faturamento é proveniente de isenções fiscais dadas pelo governo brasileiro.
Claro que essas valiosas benesses valem e são correspondidas com o título de campeão.
Além disso, que a questão é unicamente financeira, o Brasil tem como tem como treinador um sujeito sortudo como Felipão. E muito mais que tudo isso para a conquista do hexa certamente haverá a ajudazinha de Nossa Senhora de Caravaggio.
Ah... um adendo mais. Além de sorte e religiosidade, para a conquista do hexa, há o financeiro. Cada jogador brasileiro pelo título de campeão ganhará 1 milhão e 400 mil reais.
                                                                                                         


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