quarta-feira, 29 de abril de 2015

Brasil F.C.: Livro de Ouro

No Livro de Ouro do Brasil F.C., criado para receber contribuições da comunidade farroupilhense, tem 63 contribuintes identificados. Dez não foram possíveis identificar pelas assinaturas ilegíveis. Ao lado de cada nome a devida assinatura como certificando a doação financeira. Também, mais ao lado, duas letrinhas: pg comprovando de que o valor fora pago, ou seja, integralizado conforme está no Livro.
Os nomes dos contribuintes, conforme o Livro de Ouro, obedecem uma ordem pelas maiores doações.
Contribuições de 1.000,00 cruzeiros
·        Pedro Sfredo, Pedro Antonello
Contribuições de 500,00 cruzeiros
·        Antenor Ornaghi, José Reginatto, Loris Milesi, Lino Breitembach, Naurelino Bartelle, Ademar Pasqual, Omar Valentini, Jayme Farinon, Florindo Milesi, Giacomo Broilo, Wilson Tartarotti, Deodoro Weissheimer, Amélio Baldiserotto, Dalcy Andrade, J.A. Brentano, Delcio Andrade, Alfredo Ruaro, José Franceschini, Theodosio Bartelle, Atilio Tedesco, Maximino Benetti, Antão de Jesus Batista, Antonio Pedó, Wilsom Ramgrab , Alcides Merlin, Amadeu Dalla Riva, Hilario Hilgert, Arlindo Peters, Germano Osmarini, Milo Ornaghi, Emilio Tisato, Paulo Broilo, Honorino Pandolfo, Dr. Jayme Romeo Rossler, Mario Casarin, Zulmir Toso, Olimpio Venzon, Serapião P. dos Santos
Contribuições de 250,00 cruzeiros
·        Dionisio Cibelli, João Farinon, Dr. Alessandro Pacini, Victorio Brambilla
Contribuições de 200,00 cruzeiros
·        Antonio Covolan, Plinio Pinto Amando, Italo Zanella, Gilberto Broilo
Contribuições de 150,00 cruzeiros
·        Aldo Bombardelli, Tarcisio Zamboni, Omar Zirbes, Alberto Farinon, Alexandre Stefani
Contribuições de 100,00 cruzeiros
Oscar Carlos Closs, Alfredo Costamilan, Homero Giampaoli, Luiz de Cesaro, Thomas Martins, Adauto Roso, Hugo Bertolucci, Ferminio Pasqual, J. Albino Bender

1º de maio, Dia do Trabalho e Getulio Vargas

Datas históricas ficam memorizadas, lamentavelmente, em grande parte pela intolerância, por fatos gravíssimos contra a sociedade e diante do cidadão. No alto grau a intolerância chega a provocar a violência e em muitas ocasiões pela forma mais violenta que é a morte.
Datas necessárias para lembrar a intransigência de autoridades quanto aos direitos civis e humanos, a incomplancência do poder diante do justo e honrado nas questões sociais. As datas registradas na História são importantes para serem memoráveis, inesquecíveis por marcarem lutas para as conquistas, como o respeito a lei e a cidadania.
Dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, feriado nacional. Em Chicago (EE.UU), na época a cidade pólo da indústria americana, no dia 1º de Maio de 1886, trabalhadores reivindicam direitos trabalhistas, o que acontece a mais de um século. Tal e qual, como se fosse hoje, foram às ruas desejando melhores condições de trabalho, a redução da jornada diária de trabalho de 13 para oito horas. E como sempre acontece, antigamente e hoje, ocorreu forte repressão ao movimento: prisões feitas, feridos e até mesmo morte no conflito entre manifestantes e a polícia. Assim, por esses acontecimentos trágicos, a homenagem aos trabalhadores sacrificados na busca da conquista de direitos trabalhistas e para que essa proeza trágica trabalhista em Chicago seja sempre lembrada, jamais esquecida, foi criado, para o registro histórico, a sagração do Dia do Trabalhador, celebrado a  cada ano no dia 1º de Maio.
 No Brasil, a fase mais áurea nas comemorações do Dia do Trabalhador foi no período de governo de Getulio Vargas. As festividades compreendiam atividades culturais e esportivas. Havia um profundo sentimento de civismo, momentos efusivos de intensas vibrações.
Afinal 1º de Maio e Getulio significavam quase a mesma comemoração. O Dia de 1º de Maio era a consagração máxima do grande líder popular com o trabalhador brasileiro
A cada ano, a cada 1º de Maio, Getulio Vargas anunciava mais um direito ao trabalhador: salário mínimo, Justiça do Trabalho, CLT, carteira profissional assinada pelo patrão.
A maior festividade realizava-se no Rio, no estádio do Vasco da Gama, em São Januário, zona norte. Ali, diante de mais de 40 mil pessoas, o presidente adentrava ao local. Em carro aberto acenava para a multidão. Pela pista de atletismo, presidente dava a volta ao estádio. Era delirantemente ovacionado, verdadeiramente idolatrado.
Feita a volta triunfal, em seguida comparece a tribuna de honra. Nesse local faz o seu tradicional discurso de homenagem aos trabalhadores. De pé inicia seu discurso. Getulio era dono de poderosa oratória, o grande instrumento de um líder e em razão disso tinha a capacidade de persuasão, a retórica para o convencimento.
Tinha baixa estatura, em contraste a altura da ressonância de sua voz no ambiente. Historicamente e de forma tradicional, de praxe, costumeiramente, iniciava o discurso com a expressão: “Trabalhadores do Brasil”. Era dita sílaba por sílaba, bem pausada e bem audível. Naquele estádio, naquele palco a teatralidade bem preparada. Momento de monumental entusiasmo, palmas ardorosas, gritos histriônicos, histeria completa. Terminada a frase inicial a platéia se comporta em silêncio total. Ouvia-se até o suspiro, a respiração do grande líder no espaço entre as palavras pausadas e claras. Fim do discurso. Mais aclamação pública, mais ovação do povo trabalhador de forma entusiasta ao grande guia, ao mentor, ao maior condutor do trabalhismo.
Mais ou menos assim, meu pai, jovem trabalhador na época, me contava o que assistia em São Januário, no dia 1º de Maio.
                                                                  ***


segunda-feira, 27 de abril de 2015

Você conhece o Eduardo? ... E o Cunha?

O nome Eduardo significa “o protetor das riquezas” ou “guardião rico”. Tem origem germânica Hadaward, significando ser próspero e rico. Pessoas batizadas com esse nome, predominantemente masculino, têm a tendência para as artes, de grandes qualidades e que guardam por isso uma importante riqueza que é possuir talento.
Eduardo famoso historicamente foi rei na Inglaterra e por sua religiosidade foi canonizado e venerado como santo. No Brasil atualmente existe um Eduardo notável, mas não é rei nem santo.
O sobrenome Cunha significa exatamente “cunha”, um objeto usualmente metálico que serve para fender pedras ou rachar lenha. Pode ser também um pedaço de madeira usado para preencher fendas.
 Esse intróito destacando um nome e sobrenome, o preâmbulo textualizado do conhecimento é conveniente para se chegar a um protagonista, que não é rei, muito menos santo, mas é uma verdadeira cunha para rachar, cortar, separar, dividir, abrir fendas e caminhos, tudo que for possível em seu empenho para chegar ao poder.
Referimo-nos ao deputado federal parlamentar do PMDB do Rio de Janeiro Eduardo Cunha. Eleito presidente da Câmara de Deputados se tornou um primeiro ministro como se fosse no regime parlamentarista e sendo assim chefe do governo, com força suficiente para pedir a demissão de dois ministros: Cid Gomes e Pepe Vargas.
O nome de Eduardo, entre tantos predicados acima referidos, combina com gente talentosa, pessoas inteligentes, com aptidões para a astúcia, habilidade e esperteza, conteúdos essenciais para a política.
O Eduardo nosso há muito tempo buscava a presidência da Câmara. Entabulou conversas, fez negociações entre seus pares e muitas promessas, entre elas: equiparar os salários dos deputados aos dos ministros do STF, construir um prédio anexo ao Congresso, implementar o orçamento impositivo, maior verba para assessoria de gabinetes.  O Planalto não gostou. Apesar do favoritismo de Eduardo a Dona Dilma mandou o seu emissário ministro Pepe Vargas, buscar apoio entre os deputados da base aliada para a candidatura petista. Na verdade Pepe foi para o sacrifício cumprir uma missão impossível. Pepe, como soldado “heróico” do partido, perdeu plenamente como se esperava e ainda ao que parece, acabou demitido, indiretamente pelo primeiro ministro Cunha. .
Eduardo Cunha é economista, político profissional. No tempo de Collor, seu apoiador, Cunha foi presidente da Telerj no Rio de Janeiro. Quando na CHHAB (Companhia de Habitação – RJ) foi envolvido em irregularidades. Já respondeu a três processos junto ao STF. Tem dezenas de processos contra jornalistas que o acusaram de corrupção.
Líder evangélico tem tendências homofóbicas. É contra a criminalização homofóbica e autor de um projeto para se instituir o “Dia do Orgulho Heterossexual”.
É também radialista. Eloquente, palavra fácil, tem a arte do convencimento. Possui programas em sete rádios FM no país. No Rio de Janeiro um programa diário na Radio Melodia. Foi o dono dessa rádio, ex-deputado e pastor da igreja Sara Nossa Terra que o alçou na política. É ligado também ao núcleo da Assembléia de Deus no bairro Madureira que lhe deu intenso apoio em sua eleição.  
Na hierarquia da governança conforme a Constituição Eduardo Cunha é o terceiro na ordem constitucional como presidente. Ele vai cunhar para chegar lá. Dilma é impichada e com o vice Michel Temer dá um jeito de desaparecer com ele através de uma PEC.
Aí teremos o Rei Eduardo, que não será santo porque sua religião não permite.   




terça-feira, 21 de abril de 2015

As maçãs, o pecado:as moças nem tanto

Maça é o psedofruto formado da macieira, árvore da família Rosaceae, uma família botânica. É um falso fruto da arvore mais cultivada e o mais conhecido dos muitos membros do gênero Malus (macieira) que são usados pelos seres humanos, sendo a macieira a arvore cultivada a mais tempo pelo homem. Tudo isso informa a Wikipédia.
Na mitologia grega, as maçãs aparecem em muitas tradições religiosas, muitas vezes como um enigma, ou de forma mística, como fruto proibido.
Um dos problemas para identificar as maçãs na religião, mitologia e lendas populares é que a palavra “maçã” era usada como um termo genérico para todos os frutos.
Por exemplo, o herói grego Héracles, na mitologia grega, como parte de seus doze trabalhos, foi obrigado a viajar para o Jardim das Hespérides e pegar as maçãs de ouro da Árvore da Vida.
A maçã na Bíblia, no livro de Génesis, considerou como um fruto proibido no Jardim do Éden. A tradição popular cristã considerou que foi com uma maçã que Eva persuadiu a Adão a “compartilhar” com ela e assim a maçã virou o fruto proibido.
A maçã contribuiu com a ciência e motivou, sem querer, um fenômeno que ficou conhecido como a Lei da Gravidade. Newton, seu descobrir, estava sentado embaixo de uma macieira e uma maçã caiu em sua cabeça. Verdade ou não, o suposto ocorrido fez com que o cientista ficasse ciente da existência da força da gravidade.
A maçã proporcionou como merchadising, a divulgação da um produto conhecido mundialmente como uma marca registrada, como são os eletrônicos da Apple. Aquela dentada na maçã é um design, inconfundível marca. Um dos produtos da Apple de nome Macintosh foi inspirado numa variedade de maçã muito comum nos EE.UU, Mcintosh Red. Quem sabe na região alguém possa ter a original ideia de denominar um produto como Gala ou Fugi.
Considerada na Grécia antiga, o símbolo do amor, muito por causa disso, em tempo moderno, no contemporâneo, na homenagem ao amor existe Maçã do Amor. Galanteadores de uma família espanhola ofereciam as suas namoradas saborosíssimas maçãs, nos mais variados modos de preparação.
As maçãs e as moças. A fotografia estampada em cartazes para a divulgação da Femaçã em Veranópolis foi muito original, belíssima e talentosa criação, porém proporcionou aos retrógrados desnecessária polêmica como se a foto fosse um atentado ao pudor, uma ofensa moral.
As três formosas moças com os braços e o colo desnudo, abraçam com deleite e voluptuosidade as também formosas e deliciosas maçãs. Postura inovadora, erótica e sensual e por isso divinamente bela e paradoxalmente pelo que quer significar a imagem, há graciosa brejeirice e assim, casta e virtuosa.
Para quem simplesmente observa o cartaz publicitário, sem malicia, ali está uma mensagem inventiva, de fértil imaginação e por isso decididamente alcançou êxito na divulgação da festa.
 Provavelmente o desejo anacrônico daqueles de opinião antiquada, prevaleceria aquela fotografia da rainha e duas princesas, com tradicionais vestidos longos de bizarros coloridos que já não despertam mais nenhum interesse.
Maçã da mitologia grega, o fruto proibido do Jardim do Éden, a fruta da ciência, da gravidade, símbolo do amor e também símbolo da sedução sexual.

O adolescente se tranca no banheiro. Na solidão do pequeno compartimento deixa sua inventiva imaginação percorrer o caminho encantador da sedução que excita os prazeres dos sentidos. Imagina as moças sem qualquer maçã à frente.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Homofóbicos e hipócritas. Eles tem tesão que assistem cenas entre gays

O noticiário sobre a programação de televisão explorava ultimamente o que acontecia no famigerado BBB15. E ali, pelo conjunto de notícias que se descobre, se tem conhecimento do que ocorre na casa cenográfica com seus protagonistas vigiados por câmeras em todos os lados. Naquele local se presenciava cenas despudoradas semelhantes aos lupanares, as populares casinhas da luz vermelha. Fatos indecentes mostrados, tipo daqueles: “tirem as crianças da sala”.
No recôndito da casa, ou até mesmo a céu aberto, apareciam voluntariosos momentos de sexo quase explicito. A sister deitada seminua. O brother por sobre seu corpo a massageava, ora fazendo cócegas, ora apalpando sua bunda. Por sua vez ela enfiava a mão por dentro da cueca dele. Recompensas pela tentação, pelo sexo aflorado. Verdade. Isso tudo observado em detalhes pelos repórteres.
No escondidinho, sob o edredom, onde tudo acontecia em termos de sexo, decididamente tudo explícito, nada ficava restrito quanto ao instinto sexual, a volúpia libidinosa, o prazer intenso entre os irmãos pelo sexo, ou seja, brother e a sister, revelado por gemidos de plena satisfação. Tudo ao vivo e as cores.
A tradicional família cristã evangélica aceitava com restrições as cenas mostradas de avançada ousadia, mas dizia no máximo: “Que sem-vergonhice” ou, “Que indecência”.
Simplesmente assim, sem contestações maiores, sem revolta, sem ódio.
O conceito de moral, conjunto de regras que orienta o comportamento humano,  muitas vezes tem uma ilação preconceituosa com alguns fatos, cuja característica entre algumas pessoas os torna proibitivos ao serem mencionados e abordados, como por exemplo o homossexualismo e consequentemente a aversão irreprimível, repugnância, preconceito, que se chama homofobia.
Ainda a programação televisiva. Novela. Há uma cena em que duas senhoras se beijam, um beijo lésbico. Foi o suficiente para um tipo de raça de gente, conservadores, reacionários fundamentalistas, compreendidos todos como homofóbicos,  vociferassem escandalizados e constrangidos com a singela cena.
Mas até quanto essa repulsa tem sentido, quando tudo passa pela hipocrisia.
Pesquisadores da universidade de Georgia (USA) realizaram uma pesquisa alguns anos atrás, mas é procedente como assunto atuante, momentoso pela discussão quando se trata da homofobia. O estudo foi denominado de “Homofobia associada ao homossexualismo” e que desejava descobrir quais seriam as eventuais e diferentes alterações nos homens pela ereção diante de uma relação entre homossexuais e heterossexuais. Dois grupos de homens foram formados. Um que exibia sinais de homofobia e outro sem qualquer atitude de preconceito moral quanto aos homossexuais, ou seja, definitivamente não homofóbico.
Os voluntários pesquisados tiveram seus pênis envoltos por um instrumento de nome pletismógrafo que registra e a avalia as reações e por conseqüência, as alterações do órgão genital masculino. Assim preparados, os pesquisados separadamente foram  colocados em salas privativas para assistirem por vídeo cenas de sexo.  Umas politicamente corretas, entre um homem e uma mulher. Outras entre duas mulheres e uma terceira série de cenas entre dois homens.
O nível de excitação sexual medido ocorreu da seguinte maneira. O vídeo de sexo heterossexual ou lésbico provocou no grupo homofóbico e não homofóbico o aumento da circunferência do pênis, portanto o pessoal ficou excitado, gostaram do que viram.
Diante do filme entre protagonistas gays, foi peculiar o acontecido, pois, apenas os homofóbicos demonstraram sinais de excitação sexual com cenas pornográficas dos homossexuais, no entanto, declaram que querem sempre se manter a distância dos gays, mas as reações de seus pênis mostraram outra história.
Além de homofóbicos, hipócritas.


  

terça-feira, 7 de abril de 2015

1º de abril: a mentira de golpistas

O golpe de Estado de 1º de abril, não casualmente, mas coincidentemente, aconteceu no dia da mentira, das afirmações falsas, da persuasão enganosa, dos ardis, de artifícios, da ilusão, da traição e burla ao sistema democrático brasileiro. Então, nada mais correto que toda essa enganação, consumada por militares e civis golpistas, ocorresse no dia 1º de abril, dia da mentira. 
Para os golpistas, militares de alta patente reconhecidos pelas insígnias de estrelas douradas em seus uniformes, civis representados pelos proprietários rurais, pela burguesia industrial paulista, por grande parte da classe média urbana, por setor conservador e anticomunista da Igreja Católica, para eles, tudo aconteceu no dia 31 de março de 1964, fato para toda essa gente designado como a “Revolução de 1964”.
Todos aqueles supostos “donos” do poder, pela bazofia, na presunção arrogante, pela mentira, diziam que pela “revolução”, o golpe libertador estava restabelecendo a democracia, o respeito à ordem constitucional, salvando o país, a “Pátria Amada, Brasil”, da sanha dos comunistas, do ímpeto anarquista.
Essa demasiada mentira durou 21 anos obscuros, duas décadas que fizeram dos brasileiros tolos, vivenciando como bobos sempre um primeiro de abril.
O jornal “O Globo” de Roberto Marinho em manchete sensacionalista proclamava:
“A democracia está sendo restabelecida”. Em editorial de primeira página o mesmo jornal definia no título: “Ressurge a democracia”. Mentiras de jornal.
Na verdade isso tudo foi a subversão da ordem constitucional, a derrubada ilegal de um governo constitucionalmente legitimo.
Mais do que nunca, os golpistas, decisivos e determinados, jamais os democratas implantadores da ditadura, para evitar gozações, piadas, poderiam conceber de que tudo aconteceu em 1º de abril, no dia da mentira. Para formarem posição para essa “inverídica verdade”, a farsa, a “Revolução de 1964”, portanto ocorreu em 31 de março, “uma verdade mentirosa”. Na verdade verdadeira tudo aconteceu no dia 1º de abril. Os fatos comprovam. João Goulart ainda presidente, foi destituído do poder republicano, deposto de sua função constitucional, retirado do poder democrático para a qual foi legitimamente eleito no dia que a democracia foi feita de boba, 1º de abril. Naquele dia, no Palácio das Laranjeiras no Rio, Jango ainda era presidente. Naquela data, no decorrer do dia tudo aconteceu: o presidente João Goulart foi espoliado, saqueado do poder, fraudado em seus diretos.
Da mesma forma a constituição foi ultrajada, a democracia usurpada.
Assim mesmo, diante disso tudo, da farsa, da verdade dissimulada, tem gente hoje em dia querendo reviver a mentira de 31 de março de 64, a verdade de 1º de abril.
Possessos, furiosos, desnorteados pelo espírito antidemocrático, golpistas vão para as ruas pedirem o retorno dos militares, a volta do poder de exceção com a derrubada do estado de direito. Gente que busca viver na mentira democrática, numa fingida conquista constitucional. Em passeata, em marcha de mentirosos cristãos, uma enorme faixa clamava: “Contra o comunismo, pela intervenção militar constitucional”. Paradoxalmente, autêntico contrassenso, uma afirmação contraditória.
Afinal a intervenção militar, como muitos querem, é um desaforamento a constitucionalidade, portanto ilegal, golpista. Se assim for como pode ser constitucional. Paradoxo, contrassenso, contradição...mentira. 





quarta-feira, 1 de abril de 2015

ACHACADORES

A família Gomes, aquela lá do nordeste brasileiro, do Ceará, tem como protagonistas principais os irmãos Ciro e Cid. Trata-se de uma família tradicional na política do estado do Ceará, cuja dinastia tem origem no sertão cearense, mas exatamente no município de Sobral (população estimada em quase 200 mil habitantes, a pouco mais de 230 quilômetros de Fortaleza, cidade em que a Grendene tem oito unidades fabris).
Os irmãos Gomes têm comportamento designado pelo adjetivo inusitado e por seus vários sinônimos: estranho, insólito, surpreendente, pitoresco, anômalo.
Podem se qualificar também pela maneira de agir por irreverência, palavra que tem o mesmo sentido de atrevimento, em ser desaforado e petulante.
Ciro , o primogênito, começou sua carreira no regime político de caráter à direita, dos ideais considerados conservadores, filiando-se ao PDS, partido sucedâneo a ARENA, da ditadura militar. Esse pensamento ideológico conservador continuou, demonstrando certa dubiedade na escolha partidária. Prova de suas incertezas partidárias é a sua passagem por diversas siglas: PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS.
Foi vereador, deputado, governador, ministro, candidato duas vezes à presidência da República. Numa dessas ocasiões como candidato foi interpelado, numa entrevista, qual seria o papel de sua companheira, a atriz Patrícia Pillar. Quando se acreditava que diria algo como “seria a primeira dama”, respondeu numa atitude machista, em total constrangimento, que a obrigação dela seria dormir com ele.
Cid é mais novo. Foi prefeito (Sobral), deputado, governador e breve ministro. Sua trajetória política partidária foi semelhante ao irmão Ciro, marcada pela inconstância.
Cid Gomes, Ministro da Educação, em determinado local afirmou que na Câmara Federal havia entre 300 ou 400 achacadores. A declaração causou profundo mal-estar, deputados sentiram-se humilhados, rebaixados moralmente pelo epíteto grosseiro.
Em certa ocasião Lula disse que no Congresso, havia uns 300 picaretas. A revolta de “vossas excelências” não repercutiu tanto talvez porque na oportunidade os deputados entenderam como picaretas aqueles trabalhadores que usam o instrumento de ferro (picareta) para escavar terra, arrancar pedras. Assim compreenderam como picaretas o trabalho duro na Câmara Federal. Nada disso. Entenderam mal ou, não quiseram entender. Picareta, na linguagem cotidiana, no vocabulário coloquial, enfim no popular, na gíria, significa ser oportunista, parasita, trapaceiro, vigarista.
Cid chamou uns 300 ou 400 deputados de achacadores que na linguagem popular tem muita semelhança com picaretas, significado de enganador, velhaco, aproveitador.
Na verdade o que disseram Lula e Cid é o sentimento da maioria dos brasileiros que tem no âmago de suas reflexões, na natureza íntima de cada um, em seus colóquios.
 Aqueles deputados, ou como disse Cid, os achacadores, entre três ou quatro centenas, ficaram melindrados, porque sabem qual é o pensamento maior do povo com respeito as “vossas excelências”.
Escrupulosos, pela honradez ultrajada, pelos princípios morais insultados, os deputados convocaram Cid para comparecer à Câmara e diante das “vossas excelências” fazer uma declaração para se justificar pelo dito despropositado, pelo absurdo ofensivo cometido.
Pensaram os deputados, principalmente os peemedebistas - que sem qualquer subjetividade foram os mais ofendidos - que arrependido pediria desculpas, que não havia nenhum achacador e a honra dos deputados estaria lavada. 
Qual nada. Ledo engano. Cid com seu jeito casmurro, turrão e insolente, destilou mais ódio. Confirmou tudo o que disse. Da tribuna, no plenário do poder legislativo, para espanto pelo inesperado, pela atitude desaforada, irreverente, até entendida como desrespeitosa por alguns, mas antes de tudo democrática, ali, naquele mesmo lugar,     ratificou haver 300 ou 400 achacadores na frente de todos os ditos achacadores, digo deputados.