O comunicador Datena do popularesco programa Brasil Urgente, na Rede Bandeirantes, em um dos seus infelizes comentários, recentemente disse: "Na França, Alemanha, enfim na Europa,onde os órgãos de segurança buscam a capacidade necessária de proteção as pessoas, apesar disso ocorrem atentados, terrorismo de toda as formas, imagine-se o que poderá acontecer na Olimpíadas no Rio, quando se sabe que a questão de seguranças no Brasil é um verdadeiro caos".
O comunicador faz um vaticínio aterrador. Sabemos das deficiências do país, mas agourar uma tragédia é demais.
terça-feira, 26 de julho de 2016
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Tv Escola Retrovisor - FIESP criou um pato ridiculo, criou o Impostômetro, deveria criar Sonetrômetro
Tv Escola é
um canal de televisão estatal pertencente, fundada e dirigida pelo Ministério
de Educação desde 1996. Sua capacitação é junto aos educadores da rede pública
atualizando-os e aperfeiçoando-os através de produções próprias, séries e
documentários. Entre as séries apresentadas ressalta-se uma por sua
originalidade, única em seu gênero,
entretenimento para a ampliação do conhecimento, que no presente revive o
passado, o hoje no dia de ontem, uma visão retroativa, o olhar para o tempo passado,
rever o que ficou pra trás e por isso mesmo intitulada com o sugestivo nome de Retrovisor.
Trata-se de
um talk show interessante, apresentado pelo jornalista Paulo Markun que entrevista
figuras importantes da história do Brasil. A sinopse do programa explica:
“Entre a ficção e a realidade as conversas se passam em um momento relevante da
trajetória do personagem e com perguntas que de outro modo jamais teriam
respostas. Sempre com base em pesquisas, jornais, biografias, depoimentos,
cartas e documentos da época”.
O instigante
talk show tem como palco para as entrevistas um lugar envolvido por um ambiente
de penumbra. Há ausência de clara luz, não existe o espectro de cores vivas. O
local tem moveis escuros de estilo antiquado. Um velho piano de cauda é
alegoria que também se refere à antigamente.
Assisti as
duas últimas edições de Retrovisor, entrevistas com Frei Caneca e Visconde
Mauá. Frei Caneca, interpretado pelo ator Almir Martins está defronte a Markun
com a vestimenta característica dos frades.
Frei Caneca
(frei Joaquim do Amor Divino Rabelo) foi religioso e político. Possuía ideias
liberais, concepções republicanas. Adepto da República foi condenado por sua
ideologia e pagou com a morte por enforcamento, acusado de rebelião, contrário
as ordens de sua majestade imperial. Apesar de manifestações das ordens
religiosas, de diversas petições, nada adiantaram, Frei Caneca fora executado.
Retrovisor,
no diálogo inicial mostra as peculiaridades do programa. Markun, como se
estivesse presente naquela época pergunta a Frei Caneca: “Muitos são os pedidos
de clemência, o que o senhor espera”? Frei Caneca, consciente e realista,
senhor de si, responde sem titubear: “A morte”.
No outro
programa assistido o protagonista foi Visconde de Mauá (Irineu Evangelista de
Souza), gaúcho de Arroio Grande (na época distrito de Jaguarão), interpretado
por Renato Borghi. O visconde se apresenta com a indumentária de gaúcho,
bombacha e demais apetrechos. Industrial, banqueiro, político e diplomata,
narra suas oscilações entre alguém que teve a maior fortuna do século XIX até a
inditosa falência.
Alem dessas
duas figuras históricas, outras demais foram levadas ao talk show.
*** ***
Poderá ficar
na história maldita o descalabro presente. A poderosa FIESP que gastou fortunas
com a campanha a favor do impeachment, inclusive com um ridículo e gigantesco
pato amarelo, tem em seu quadro social e em sua diretoria uma família de
industriais, envolvida na sonegação de imposto, falcatrua de bilhões de reais.
Foi a FIESP que criou o “Impostômetro”, ( imposto pago a cada momento), deveria
criar também o “Sonegômetro” ( sonegação de impostos).
INTZ X CNB Campeonato eletrônico, INTZ campeão
Ao início o
ambiente está envolvido por alguma penumbra. Fase de preparação. Uma grande
equipe trabalha na estrutura do evento. Começa o espetáculo. A sombra parcial
desaparece com a interceptação e a invasão de intensos raios luminosos que
formam feixes super brilhantes e se propagam em todas as direções. O espaço
está tomado por luzes faiscantes produzindo clarões diferenciados. Ainda mais.
Pequenas partículas de luzes de cor azulada em forma de raio laser aumentam a empolgante
e envolvente luminescência.
A estrutura
é espetacular, não menos sensacional o show de abertura.
Dessa forma
está descrito o local (ginásio do Ibirapuera (SP) da fase final do campeonato jogos
eletrônicos. Todos os lugares estão tomados, 10 mil pessoas comparecem. As
torcidas de cada time vibram, gritam, xingam, vozes de incentivos entoam
cantigas de apoio.
Alguns
torcedores se fantasiam imitando as figuras dos jogos, os cosplayers.
Nesse
cenário foi disputada a final do Circuito Brasileiro de “League of Legends, o
CBLoL, principal competição de esportes eletrônicos. Disputado no esquema de “melhor de cinco”, desse modo a equipe que
vencer primeiro três partidas se torna campeã. O título foi disputado entre
equipes com cinco jogadores de cada lado, cada uma com estilo próprio e designe,
as duas finalistas a INTZ de uniforme
cinza e da CNB de uniforme azul.
O local da
disputa, em posição mais elevada, fica no centro do ginásio. Situa-se ali uma
arena em formato octogonal. As torcidas vêem, assistem tudo através de quatro imensos
telões em alta definição.
A competição é empolgante. Conquistar o
território adversário é o objetivo e por isso há luta em diversos campos de
batalha. Jogo altamente competitivo que mistura velocidade, agilidade, reflexos
rápidos, raciocínio estratégico e coordenação da equipe.
Os jogadores
são jovens, a maioria na faixa etária entre 19 e 21 anos. Ganham em torno de 2
a 5 mil reais, tem craque que chega a
ganhar 20 mil.
Moram juntos
para facilitar a rotina de treinamento que varia entre 6 a 8 horas diárias.
Acordam não muito cedo (são jovens) e o café da manhã é balanceado. Realizam
exercícios físicos pontuais em academia sem exageros, objetivando aquilo que é preciso
evitar, problemas com a coluna lombar e punho.
Além de
milhares de pessoas presentes no Ibirapuera, outras tantas assistiram através
de transmissão pela televisão. O evento televisivo tem seus protagonistas: um narrador
e dois comentaristas vibrantes. São competentes. O narrador empolgado narra as
fases do jogo, a equipe que avança ocasionando o recuo da outra e vice-versa.
Dois comentaristas dão detalhes das investidas, para mim e outros leigos, que
não entendem bulhufas é de uma validade imensa. As figuras movimentam-se
eletronicamente, enfrentam-se, correm, escondem-se, fogem. Tentam invadir
castelos ao meio de horrendos monstros. Um espetáculo.
E por ser um
espetáculo, como neófito, curioso e interessado, assisti sábado passado a final
do dito cujo final de campeonato.
Sem ser
nenhum deles, no mundo são mais de 60 milhões cybernets praticantes, muitos
deles profissionais de alto rendimento.
Ah... O
titulo de campeão ficou com a equipe INTZ pelo placar de 3X1.
Direita volver: Adolfh, Banito, Donald e Jair
O cidadão
que serviu o exército, o aluno de educação física que teve como professor o
famoso “sargentão” conhece, quando devidamente perfilado, uma ordem de comando como
“direita volver” ou “esquerda volver”, voz que indicava se o soldado ou aluno
deveria virar-se para a direita ou esquerda.
Ideologicamente
o mundo, a Europa, o Brasil, foram contemporâneos em fases políticas, à
esquerda e à direita.
Revolução
Francesa, século 18. Reunissem representantes de diversos segmentos sociais
para formarem Assembléia Nacional Constituinte e elaborarem as leis que iriam
reger a República, em substituição a monarquia.
No centro do
plenário, em plano mais alto, está o presidente da histórica assembléia.
Os
constituintes pelos interesses de cada um se dividiram em dois grupos. Havia os
aficionados que defendiam propostas políticas mais radicais, buscando mudanças
na sociedade, acreditando em diminuir os
poderes da nobreza e do clero.
Por sua vez
o outro grupo, das camadas mais ricas, das elites, da alta burguesia,
contestava veementemente as propostas de mudanças.
Inconformados
e exaltados resolveram não se misturarem com aqueles camponeses, artesões e
pequenos burgueses e então trataram da separação. Assim procedendo sentaram-se
à direita da bancada da presidência. Obviamente o outro grupo posicionou-se à
esquerda. E assim historicamente esse fato foi fator preponderante na formação
das ideias políticas: à esquerda e à direita.
No
prosseguimento da história, com referência explicitamente a ideologia à direita
houve uma predominância de modo sanguinário e horrendo, no tempo do nazismo, de
Adolfh Hitler. O Fuhrer (guia, líder) assumiu o poder, racista e anti-semita,
desvairado pretendia criar a raça ariana de linhagem pura de seres humanos, uma
raça superior às demais. Com o apoio da população alemã, principalmente dos
jovens que faziam parte obrigatoriamente de uma instituição denominada
Juventude Hitlerista, tornou-se chanceler e ditador. A popularidade aumentou e fez
prevalecer o seu projeto nacionalista e populista de recuperar a economia e a
realização de obras públicas.
Como líder
alemão tinha a obstinação de ser um líder mundial, na conquista de outros
países através de lutas e por isso iniciou a segunda grande guerra mundial.
Outro
expoente máximo da direita na época foi o italiano Benito Mussolini.
Anticomunista radical criou um sistema político nacionalista de extrema e
radical direita, antidemocrático e totalitário, na Itália denominado fascismo.
Passado as
barbaridades, crueldade, atos desumanos, pelas ditaduras, autoritarismo e
onipotência do período, a Europa à direita ficou condenada após aquele tempo, maculada
pelos horrores daqueles regimes, nazistas e fascistas e pela colaboração aos alemães
invasores e pela aceitação da ditadura na Itália.
A direita
parece querer retornar àquele período. Na França com a família La Pen, na
Inglaterra com Brexit.
Os Estados
Unidos não estão fora da direita conservadora, representada pelo ultraconservador
Partido Republicano, que tem como candidato a presidência um reacionário
chamado Donald Trump que tem exasperado e ao mesmo tempo bizarro preconceito para
com mexicanos e islamitas.
O Brasil
também está nessa onda direitista e tem em Jair Bolsonaro seu arrogante e expoente
maior. Trata-se de um irascível homofóbico, aversão irreprimível a turma do
LGBT,
características típicas do pessoal à direita.
sábado, 2 de julho de 2016
Judas e Joaquim os primeiros da delação premiada
Foi na década
de 1960, nos Estados Unidos, que surgiu a decantada delação premiada. A dita
cuja delação ou, o popular “dedurismo”, ocorreu pelos crimes proporcionados
pela máfia italiana, organização criminosa que por décadas atormentou a polícia
e a justiça americana.
Mafiosos
presos pela polícia não tinham a menor disposição de colaborar com a polícia, com
a justiça, nada falavam mantendo o “bico fechado”, não seriam caguetes de seus
comparsas. Além do espírito corporativista havia o respeito aos colegas
cúmplices do banditismo, assim prevalecia a lei do silêncio.
Mais que
isso, denúncias não aconteciam pelas graves conseqüências e represálias que podiam ocorrer ao delator. Havia o medo, o
temor de que o dedo-duro muito provavelmente numa primeira oportunidade poderia
virar “presunto” e como consequencia ser encontrado numa esquina qualquer da
periferia com a “boca cheia de formiga”.
Por essas
razões a justiça americana passou a oferecer benefícios para quem quisesse
colaborar e em troca de informações sobre parceiros de delitos seria
recompensado com um regime prisional diferenciado, redução de penas.
Essa maneira
de agir da justiça americana, tática que
ajudou desmantelar quadrilhas, foi aproveitada e usada por outros países,
inclusive adotada pelo Brasil, prevista conforme decreto lei de 1999.
Premiação,
conforme ensina o dicionário, é o ato ou efeito de premiar, realizado em
cerimônia cujo propósito é proporcionado pela entrega de prêmios.
Portanto
parece estranho, algo esdrúxulo, incoerente e paradoxal quando o criminoso é premiado
pela chamada delação premiada. Na realidade é instrumento legal que premia a
traição, a barganha em que o juiz, no popular, dá um “alivio” ao traidor.
No entanto é
necessário ressaltar-se, apesar da controvérsia, do pensamento etimológico de
premiação, de um método nada virtuoso, pouco ortodoxo, não tão ético de
investigação, é pela colaboração, pela delação premiada de uns contra outros,
que o processo Lava Jato prossegue incólume.
Delação
premiada tem como conceito no contexto jurídico o significado de “troca de
favores” entre o juiz é o réu. Tipo assim: “conta-me tudo que você pode ser
inocente”.
Evidentemente
que essa “troca/troca” acontece mediante informações de um covil de traquinagens,
dos segredos do submundo. Não vale as denúncias falsas. Pela mentira o
delator
poderá até ser processado por delação caluniosa.
Historicamente,
a mais conhecida delação premiada em todo mundo foi do apostolo Judas
Iscariotes. Judas, por sua traição, não teve qualquer beneficio numa redução de
pena ou liberdade não se tratava de um presidiário. O apostolo traidor entregou
Jesus Cristo aos fariseus que foi conduzido coercitivamente para a prisão. Judas
pela delação teve a premiação de 30 moedas de ouro.
No Brasil a delação
premiada mais célebre, a primeira no país foi de Joaquim Silvério dos Reis e
por isso ganhou o título de “patrono da delação premiada”. Joaquim entregou à
Corte portuguesa seus ex-companheiros da Inconfidência Mineira, entre eles
Tiradentes. O delator Joaquim como recompensa recebeu certa quantidade de ouro,
perdão das dividas fiscais e um alto cargo na Corte.
Judas e Joaquim Silverio os primeiros da delação premiada
Foi na década
de 1960, nos Estados Unidos, que surgiu a decantada delação premiada. A dita
cuja delação ou, o popular “dedurismo”, ocorreu pelos crimes proporcionados
pela máfia italiana, organização criminosa que por décadas atormentou a polícia
e a justiça americana.
Mafiosos
presos pela polícia não tinham a menor disposição de colaborar com a polícia, com
a justiça, nada falavam mantendo o “bico fechado”, não seriam caguetes de seus
comparsas. Além do espírito corporativista havia o respeito aos colegas
cúmplices do banditismo, assim prevalecia a lei do silêncio.
Mais que
isso, denúncias não aconteciam pelas graves conseqüências e represálias que podiam ocorrer ao delator. Havia o medo, o
temor de que o dedo-duro muito provavelmente numa primeira oportunidade poderia
virar “presunto” e como consequencia ser encontrado numa esquina qualquer da
periferia com a “boca cheia de formiga”.
Por essas
razões a justiça americana passou a oferecer benefícios para quem quisesse
colaborar e em troca de informações sobre parceiros de delitos seria
recompensado com um regime prisional diferenciado, redução de penas.
Essa maneira
de agir da justiça americana, tática que
ajudou desmantelar quadrilhas, foi aproveitada e usada por outros países,
inclusive adotada pelo Brasil, prevista conforme decreto lei de 1999.
Premiação,
conforme ensina o dicionário, é o ato ou efeito de premiar, realizado em
cerimônia cujo propósito é proporcionado pela entrega de prêmios.
Portanto
parece estranho, algo esdrúxulo, incoerente e paradoxal quando o criminoso é premiado
pela chamada delação premiada. Na realidade é instrumento legal que premia a
traição, a barganha em que o juiz, no popular, dá um “alivio” ao traidor.
No entanto é
necessário ressaltar-se, apesar da controvérsia, do pensamento etimológico de
premiação, de um método nada virtuoso, pouco ortodoxo, não tão ético de
investigação, é pela colaboração, pela delação premiada de uns contra outros,
que o processo Lava Jato prossegue incólume.
Delação
premiada tem como conceito no contexto jurídico o significado de “troca de
favores” entre o juiz é o réu. Tipo assim: “conta-me tudo que você pode ser
inocente”.
Evidentemente
que essa “troca/troca” acontece mediante informações de um covil de traquinagens,
dos segredos do submundo. Não vale as denúncias falsas. Pela mentira o
delator
poderá até ser processado por delação caluniosa.
Historicamente,
a mais conhecida delação premiada em todo mundo foi do apostolo Judas
Iscariotes. Judas, por sua traição, não teve qualquer beneficio numa redução de
pena ou liberdade não se tratava de um presidiário. O apostolo traidor entregou
Jesus Cristo aos fariseus que foi conduzido coercitivamente para a prisão. Judas
pela delação teve a premiação de 30 moedas de ouro.
No Brasil a delação
premiada mais célebre, a primeira no país foi de Joaquim Silvério dos Reis e
por isso ganhou o título de “patrono da delação premiada”. Joaquim entregou à
Corte portuguesa seus ex-companheiros da Inconfidência Mineira, entre eles
Tiradentes. O delator Joaquim como recompensa recebeu certa quantidade de ouro,
perdão das dividas fiscais e um alto cargo na Corte.
Corrupção é coisa antiga
Corrupção em
sua conceituação pode ser definida por diversos atos e fatos, realizados isoladamente
ou de modo coletivo pelo tráfico de influências, falcatruas, suborno, nepotismo,
extorsão, fisiologismo. Entre tantas espoliações trata-se da realidade nacional
da delinqüência, da usurpação dos valores públicos, da decadência moral e ética
de políticos, de fraudulentos empresários e assemelhados.
Atualmente em termos de corrupção a “distinção”
é a intrínseca trama entre políticos e grandes empresários que envolvem
negociatas e trambiques.
Na forma
etimológica corrupção tem sua derivação do latim, do verbo “rumpere” que
significa romper, quebrar e por extensão trata-se do rompimento de uma regra,
da lei, do código moral e social.
Não somente
em “alto nível”, a inerente depravação entre políticos e empresários ocorre o
ato ou efeito de corromper.
Lamentavelmente
a corrupção está incrustada em diversos setores da vida brasileira.
No dia a dia
quanto dos muitos mortais não se deixou impregnar pela desonestidade, pela
imoralidade para tirar alguma vantagem? Há momentos que nunca faltam para o
cidadão se mostrar decididamente honesto, demonstrar idoneidade. Em ocasiões
oferecidas pelo cotidiano, interpretadas como simples atos são motivos de
fraqueza, tentação para o desequilíbrio da honradez e probidade.
Quais de nós
mortais pertencentes aos diversos setores da sociedade brasileira nunca teve a
tendência de praticar uma ilegitimidade em suas mais variadas tentações.
Sempre há
alguém em obter vantagem, dar um jeitinho para não se incomodar.
É o
motorista que “molha a mão”, uma grana por fora oferecida ao policial para
evitar a multa numa infração de trânsito. O serventuário, fiscal que faz “vista
grossa” à alguma irregularidade num estabelecimento comercial e pede uma
“ajuda” ao seu proprietário. O sujeito que adquiri produtos piratas e assim se
constitui como sonegador de impostos. O elemento que desfruta de todos os
canais fechados e pagos, através de do conhecido “gato”, trata-se também de um
sonegador.
A corrupção
brasileira é histórica, do tempo do Brasil Império. O país precisaria ser
colonizado. Solução simples seria importar degredados, portugueses a cumprir
alguma pena. Castigo atravessar o oceano, Brasil.
Mas
colonização não poderia ser feita por somente por malfeitores. Havia
necessidade de prestigiosos portugueses para cá chegarem, terras a ser ocupados
por fidalgos, mas isso tinha um preço. A Coroa portuguesa não se importaria com
nada, na haveria qualquer fiscalização, vantagens totais para os portugueses aqui estabelecidos, dessa
forma um jeito corruptivo para por aqui ficarem.
O jornalista
e escritor Laurentino Gomes cita exemplo, talvez o primeiro ato oficial de
corrupção no país: “No desembarque de Dom João no Rio de Janeiro ele recebeu de “presente” de um
traficante de escravos a melhor cada da cidade, a Quinta da Boa Vista e com
isso, claro o traficante recebeu inúmeros privilégios”.
Dessa forma
entre infindáveis e inumeráveis atos corruptos na história, a corrupção é uma
herança maldita que segundo historiadores, proveniente de um país baseado em sua
formação de um Estado centralizado, burocratizado e clientelista.
Quem sabe, talvez
não fosse assim se existisse em tempos de antanho, uma Lava Jato.
Que país é esse?
Gerações de
brasileiros sempre ouviram no passar do tempo a exclamação, o brado esperançoso
de progresso, o tempo que há de vir promissor: “Brasil, país do futuro”.
Até hoje,
desde o Brasil colônia, do império, das ditaduras, das republicas novas e
velhas, aquela disposição de espírito dos brasileiros que induz a esperar a
realização, ter a expectativa da coisa prometida virou lamuria.
Lamentavelmente
fica tudo perdido nos descaminhos da política nacional. Políticos,
parlamentares salafrários, empresários patifes, formam um conluio determinado
pela canalhice. Por tantos desmandos, de falcatruas e corrupções, o país do
futuro ficará sempre no passado, vivendo um presente de muitos anos, de passagem
para o futuro desejado, prometido que pelas circunstâncias do passado e
presente inexistirá.
País do
futuro já se pensava ao final dos anos de 1970, que é passado, foi presente de
uma época e é o presente de agora. Nada mudou. O futuro ficou naquele presente
de crise, de dificuldades. A música de Renato Russo “ Que país é esse”, gravada
pela banda Legião Urbana, tinha profundo sentido crítico retratando as mazelas
daqueles momentos, nada diferentes de hoje:
“Nas
favelas, no senado
Surpresa por
todo o lado
Ninguém
respeita a constituição
Mas todos
acreditam no futuro da nação
Que país é
esse?
Terceiro
mundo se foi
Piada no
exterior
Mas o Brasil
vai ficar rico
Vamos
faturar um milhão
Quando
vendermos todas as almas
Dos nossos
irmãos num leilão
Que país é
esse?
Década de
1980. A banda Biquíni Cavadão, grava a música Zé Ninguém, reproduz a imagem,
representa com exatidão a caótica situação política e econômica de um momento
que ficou no passado, nada diferente da existência dos fatos do presente.
“Quem disse
que amar é sofrer?
Quem foi que
disse que Deus é brasileiro?
Que existe
ORDEM E PROGRESSO
Enquanto a
zona corre solta no Congresso
Quem disse
que a Justiça tarda mas não falha
Os dias
passam lentos
Aos meses seguem os aumentos
Cada dia eu
levo um tiro, que sai pela culatra
Eu não sou
um monstro, eu não sou um magnata
Eu sou do
povo, eu sou um Zé Ninguém
Aqui embaixo
as leis são diferentes
Quem foi que
disse que os homens são iguais
Quem foi que
disse que dinheiro não trás felicidade
Se tudo
acaba em samba
No país da
corda bamba, querem me derrubar
Eu sou do
povo, eu sou um Zé Ninguém”
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