segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Gaúcho!!! Por quê?


Existem gentílicos brasileiros curiosos. Há indivíduos designados de maneira estranha, concernente ao local de nascimento. Deveria ser simples assim: sujeito nascido em São Paulo tem por gentílico ser paulista, em Minas Gerais mineiro, no Paraná paranaense e assim por diante com toda a naturalidade. No entanto há gentílicos muitos originais, merecedores de atenção. Exemplos:
Quem nasce na cidade de Salvador, capital baiana, poderia ter como gentílico, por exemplo, salvadorenho ou, coisa parecida. Nada disso. Quem nasce em Salvador é chamado de soteropolitano. Explica-se: Salvador se transforma em Soterópolis que vem de soter (salvador), mais polis (cidade). O nome tem sem sua denominação derivada da cultura grega, do povo heleno: soter e polis. Para não complicar pode se chamar o baiano nascido em Salvador de salvadorense.
Nascido na cidade do Rio de Janeiro teria naturalmente como gentílico rio de janeirense como rio-grandense. Nada disso. Nascido na cidade do Rio de Janeiro é ser carioca que vem do tupi e significa “casa de branco”. Perguntar é permitido. Será que já existia índio preconceituoso, racista?
Importante registrar uma diferença. Nascido no estado do Rio de Janeiro é fluminense, que vem do latim “flumine” mais o sufixo “ense” (natural).
O gentílico do nascido no Rio Grande do Norte naturalmente deveria ser norte-rio-grandense, no entanto é conhecido como potiguar. Potiguar era o nome de uma nação índia que povoava a região litorânea do estado.
Nascido no Rio Grande do Sul teria como gentílico rio-grandense-do-sul. Deveria ser, não é. É ser gaúcho e por quê? Todos os indivíduos que tem como atividade principal a pecuária em campos naturais, do bioma denominado pampa, da região abrangente pelos rios que desembocam no estuário do Rio da Prata, do sul da América do Sul em países como Argentina, Uruguaia e o estado do Rio Grande do Sul. É um povo descendente de uma mistura heterogênea de europeus, índios e africanos. Ser gaúcho designava as pessoas de hábitos nômades, brancos miseráveis, índios aculturados sem terra, escravos fugidos em busca de proteção. Foi a partir dessa simbolização, que foi usada pejorativamente para denominar os habitantes do Rio Grande do Sul na época dos imperialistas durante a Guerra Farroupilha, que tinha como objetivo  menosprezá-los. No entanto, depois da proclamação da República o gentílico gaúcho passou a ser usado com muito orgulho por todos os rio-grandenses-do-sul.
Puristas dos gentílicos afirmam que está redondamente errado a pretensão da população do Rio Grande do Sul em chamar-se de gaúcha. Nascidos no estado de Santa Catarina são catarinenses, os nascidos em Pernambuco são pernambucanos. Quem nasce no estado Rio Grande do Sul é rio-grandense–do–sul. Explicam: nunca gaúcho, não existe estado gaúcho. Na verdade não existe preconceito com a gauchada. Os puristas não aceitam gentílicos como capixabas nascidos no Espirito Santo, xavantes originários do Mato Grosso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário